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Prólogo.
— 胡蝶しのぶ

De fato, Shinobu estava muito entediada. Normalmente, estaria na escola atazanando Giyu, jogando em sua cara inúmeras vezes que ele não tem amigos e que morreria sozinho; mas, para sua completa infelicidade, e completa felicidade do pobre garoto, a aula de toda a semana foi suspensa devido a nevasca que se aproximava.

Poderia dizer com propriedade que odiava a neve. Sempre ficava trancafiada em casa por longos períodos por causa dela, e Shinobu ama passear, por isso que, sempre que surgem oportunidades, sai com suas irmãs ou com Mitsuri, sua melhor amiga.

A Mansão Borboleta, como gosta de chamar sua residência nada humilde, é mais do que enorme, e por isso há muitas áreas de lazer. Entretanto, não poderia nadar no frio, e também não queria se exercitar na academia. Poderia chamar Aoi para cozinhar alguma nova receita que encontrou na internet, mas suas pequenas e delicadas mãozinhas irão sofrer na hora de lavar a louça suja. O jardim está coberto de neve, e nem ao menos está na estação das flores para que elas floresçam.

Pensando nas alternativas existentes, a que mais lhe agradava era assaltar a geladeira e hibernar no sofá da sala enquanto assiste algum programa na TV, ou então rolar sua timeline no Instagram até encontrar algo interessante.

Para seu infortúnio, nada que é bom dura por tempo o suficiente. A cereja do bolo sabor especial de indignação, foi quando Sanemi, seu cunhado, chegou sem avisar para visitar Kanae, irmã mais velha de Shinobu. Agora, ela precisaria ignorar o mal humor do rapaz que parecia nunca chegar ao fim.

Podia ouví-lo reclamando na cozinha para Kanae até mesmo da textura do ar, qual nem podia tocar. Pelo menos concordavam em algo: a neve atrapalhava tudo.

— Neesan, vou sair! — anunciou pegando sua bolsa em cima da mesinha de centro.

— Onde vai? — Kanae apareceu na porta da sala usando um avental lilás com bolinhas brancas por cima das roupas e com as mãos cheias de espuma.

Somente um anjo como ela teria coragem de se sacrificar e ser a única a lavar vasilhas nesse frio.

— Marquei de passear com Mitsuri-chan.

— Tudo bem, mas não volta muito tarde, a neve tá aumentado muito e é perigoso.

— Tá bom. — sorriu e girou a maçaneta da porta principal.

— Se cuida! — Sanemi gritou.

— Eu vou! — gritou de volta — Itekimasu, Neesan.

— Iterashai.

Saiu de casa e fechou a porta atrás de si. Foi recebida pelas ruas ao fim de tarde com o vento gelado abraçando diretamente seu rosto. Soprou o ar demoradamente e observou a fumaça sair de seus lábios, arrumou o cachecol em seu pescoço, puxando ele até a altura de seu nariz, e começou a caminhar vagarosamente.

Na verdade, não iria se encontrar com Mitsuri. Não gostava de mentir para sua irmã, e também não é algo que a faz sentir orgulho, mas se não saísse de casa logo iria enlouquecer. De qualquer maneira, a pequena mentira havia funcionado, mas não tinha ideia de onde poderia ir agora.

Andou mais rápido para se manter aquecida. Suas roupas eram o suficiente, entretanto, não tremer era impossível quando passava por uma corrente de ar mais forte.

Decidiu parar em uma lanchonete que costumava frequentar e escolheu um chocolate quente com marshmallows. As lâmpadas laranjas e as paredes em tons terrosos deixava o ambiente mais quente, além de que a música suave, os quadrinhos de frases motivacionais e o filme passando na televisão, que reconheceu ser de comédia romântica, deixava o clima agradável.

Retirou seu celular da pequena bolsinha de ombro que carregava e entrou em uma de suas redes sociais. Curtiu uma foto de Tengen com uma de suas três namoradas, uma foto de Nezuko com gorro e na legenda falando sobre como amava o tempo frio, algumas postagens com curiosidades aleatórias que não mudaria nada em sua vida, e finalmente percebeu que Mitsuri havia lhe mandado mensagem a cinco minutos atrás.

"Shinobu-chan"
"Shinobu-chan"
"Shinobu-chan"
"Shinobu-chan"
"O que fazendo?"

Deu uma risadinha. Mitsuri mandava mensagem o dia todo porque amava conversar. Na verdade, ela odeia ficar sozinha.

"Tô numa lanchonete"
"Por que?"

"Obanai-kun disse que hoje é o aniversário do Tomioka-san"
"Já sabia?"

"Não.."

"Pensei em comprar alguma coisa pra ele"
"Por que ele e o Obanai-kun são amigos"
"Mas não sei do que ele gosta"
"Não converso com ele direito"

"É ele que não conversa direito com ninguém"

"Shinobu-chan!
"É sério!"

"Eu sei, eu sei"
"Desculpa"
"Só acho que você não precisa comprar nada"
"Ele e seu namorado são amigos, mas você não tem nada a ver com isso"
"Não é como se fosse sua obrigação"

"Você comprou alguma coisa?"
"Já vi vocês dois conversando algumas vezes"

"Não comprei"

"Vai comprar?"

"Talvez, quem sabe"

"Se tiver alguma ideia, me avisa"

"Ele vai ficar grato com qualquer coisa que você oferecer, Mitsuri-chan"
"Tenho certeza"
"O que vale é a intenção"
"E você sempre tem as melhores delas"

"Arigatou, Shinobu-chan :)"
"Vou ver se acho algo"

"Okk"
"Bie bie <3"

"Bie bie <33"

Assim que fechou a conversa e desligou seu celular, tomou o resto do chocolate quente com cuidado para não queimar a boca e saiu da loja após pagar. Descobrir que logo hoje, quando estava tão entediada, era aniversário de Tomioka foi um surpresa para ela.

Adentrou em algumas lojas nas proximidades a procura de um presente, afinal, não podia ir até ele de mãos vazias. Havia, finalmente, encontrado alguma diversão: iria irritar Tomioka!

Ding! Dong!

O som da campainha ressoou em seus ouvidos pela quinta vez. Aparentemente, Tomioka estava fingindo não ouvir. Talvez até tenha observado-a pelo olho mágico, mas decidiu ignorá-la. Shinobu sabia que ele estava em casa, pois viu a luz de uma das janelas acessas antes de subir.

Coçou o nariz pela quinquagésima vez em um único segundo e fungou, esperando que ele atendesse, ou então tocaria a campainha novamente. Se importaria menos com a demora se fosse outro dia, porém, sentia-se morrendo congelada. Estava frio demais para que ela permanecesse no vento gélido. 

Cobriu o nariz com o cotovelo e cedeu ao desejo do espirro que queria sair a algum tempo. Reergueu a cabeça a tempo de ver a porta destrancando e abrindo em câmera lenta, revelando um Tomioka de moletom e cabelo úmido do lado de dentro. Estava com o cenho franzido e o semblante confuso. Deduziu, então, que ele demorou todo esse tempo para abrir a porta pois estava tomando banho.

Shinobu abriu um enorme sorriso, omitindo todo o incômodo que sentia no nariz e nas bochechas vermelhas ardendo de frio.

— Feliz aniversário, Tomioka-san!

essa fic é meu xodózinho, deem muito amor nela por favor 😭

Feliz aniversário, Tomioka-san! | GiyushinoWhere stories live. Discover now