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Inesperada, a caixinha de surpresas.
— 冨岡義勇

Percebendo que, caso não tomasse iniciativa, Giyu nunca faria algo, agarrou uma de suas mãos e depositou a caixinha que segurava. Era azul, como, de alguma forma, sabia ser a cor preferida de Tomioka.

Ele pareceu ainda mais confuso e franziu ainda mais as sobrancelhas.

— Obrigada..?

Não passava em sua mente nenhum motivo razoável o suficiente para a presença de Shinobu ali. Julgando pelo presente, poderia dizer que com certeza era pelo seu aniversário, mas por quê? Sabia que as ações da garota eram tão inesperadas quanto uma caixinha de surpresas, sabia também que eles não eram tão próximos o suficiente para comemorarem o aniversário um do outro. 

Nem mesmo poderiam ser considerados amigos. Relembrou no fundo de sua mente as palavras da garota:

— Sempre fica com cara de peixe morto, é exatamente esse o motivo pelo qual todo mundo te odeia.

— Eu não acho que as pessoas me odeiem.

— Me desculpe, você ainda não tinha percebido, não é? Não queria que ficasse sabendo dessa forma.

A primeira interação de ambos foi desastrosa, ainda sim, Shinobu insistia em falar com ele todos os dias na escola e sempre lembrar o quão triste era por não ter amigos. Exatamente por isso, Giyu não via coerência na cena em que passava pelos seus olhos: a menina que tanto o irritava espirrando e tentando inutilmente aquecer o nariz com as próprias mãos enquanto esperava um resposta pelo presente que trouxe.

— Tomioka-san?

— Precisa de mais alguma coisa?

— Acho que essa é a hora em que você me convida pra entrar. Claro, só se você não quiser um difunto congelado na sua porta amanhã de manhã. — falou, esclarecendo que não pretendia ir embora.

Ele suprimiu um suspiro. Só queria passar o seu dia "especial" em paz. Mesmo que não tenha tanta graça comemorar a data depois da morte de sua irmã, considerava seu aniversário como um dia para descansar. Não precisava ir a escola, poderia ficar somente aproveitando a neve e o clima frio para assistir alguma coisa legal na TV.

Shinobu se aproximou ainda mais e colocou-se nas pontas do pé, ficando cara a cara com Giyu, que roçou o dedo na própria franja, sem saber o que fazer. Ele poderia deixá-la para o lado de fora e observá-la morrer de frio através do olho mágico enquanto tocava a campainha sem parar, contudo, não tinha coragem o suficiente. A fitou por alguns segundos e não tentou segurar o suspiro dessa vez, antes de se afastar para o lado e ceder espaço para que ela passasse.

Assim que adentrou no apartamento mediano, Shinobu retirou o cachecol e os sapatos, permanecendo com as meias, e abraçou o próprio corpo, sentindo um arrepio percorrer pela espinha com o calor que recebeu do aquecedor. Ela passou reto e se sentou no sofá da sala.

— Então? — Tomioka perguntou.

— Então, o que?

— O que quer aqui, Kocho? — cruzou os braços a observando, ainda de pé na entrada da sala.

— Estou esperando você abrir o presente. Ou você não vai?

Naquele momento, se deu conta novamente que segurava a caixinha azul amarrada por um fita em tons mais escuros da mesma cor com um laço em cima.

— Vou. — suspirou cansado.

Shinobu sorriu e deu batinhas no sofá para que ele se sentasse junto dela, o que era estranho, uma vez que não precisava ser convidado para se sentar em seu próprio apartamento. Mesmo assim, ele o fez. Pensava que, se tivesse insetos dentro da caixinha, pulariam nela também.

Feliz aniversário, Tomioka-san! | Giyushinoजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें