12. What Hurts The Most {Isabella}

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{Isabella Swan}

Cautelosamente desamarrei a bandagem que cobria minha mão, estremecendo quando latejou de dor. Tirei a última gaze e gemi baixinho. Estava definitivamente infectado. A pele estava mole e amarelada em volta do corte, e minha mão inteira estava inchada. Eu tinha esperanças de que Charlie não tivesse quebrado minha mão quando pisou nela ontem, mas agora eu tinha certeza de que havia. Não apenas isso, mas eu estava preocupada que os cacos de vidro que foram forçados na minha palma tivessem danificado meus tendões.

Eu precisava ir ao hospital, sabia disso. Eu poderia perder o movimento da minha mão permanentemente se não fosse. Mas se eu fosse, Charlie saberia, e tudo que eu fizesse que levantasse suspeita sobre ele só o deixaria com raiva de novo.

Minha mão doía tanto que eu mal conseguia aguentar.

Peguei um vidro de álcool e tentei limpar o corte, com esperanças de que melhorasse a infecção. Até o toque mais leve causava pontadas de dor insuportáveis no meu braço, e lágrimas desciam pelo meu rosto enquanto eu tentava fazer o que sabia que era um controle de danos inadequado e lamentável.

Vai passar. Eu disse a mim mesma de novo e de novo. Infecções vão embora. Ossos saram.

Mas eles nem sempre saravam certo, o que eu sabia por experiência. Eu nunca mais teria toda a amplitude de movimento da minha perna direita de volta desde que eu caí da escada depois que Phil se mudou com minha mãe e eu.

Desde que ele me empurrou.

Eu tinha plena certeza que tinha quebrado alguma coisa no quadril, e desde então eu não tenho mais tanto equilíbrio. Às vezes alguma coisa apenas parecia parar de funcionar, e eu me encontrava esparramada no chão.

Isso era ruim o suficiente, mas encarar perder o movimento da minha mão...

— Por favor, não deixe que seja permanente — eu pedi, minhas palavras sussurradas procurando reconhecimento de um Deus desatento. — Por favor me deixe usar minha mão novamente.

— Bella — a voz hesitante de Charlie soou do lado de fora do banheiro e eu esperei fervorosamente e violentamente que ele não tivesse me ouvido. — Você está bem?

— Estou bem — eu disse, forçando minha voz para que ela ficasse estável. — Apenas me ajeitando para dormir.

— Sua... sua mão está bem?

Fechei meus olhos, mais lágrimas deslizando pelas minhas bochechas. Eu odiava quando ele tentava fazer as pazes quase tanto quanto eu odiava quando ele me machucava. Por que ele não podia apenas deixar tudo no passado?

— É, está tudo bem.

— Você tomou Tylenol?

Vai embora, Charlie. Eu não quero que você se preocupe com a minha mão. Só vai embora.

— Sim.

— Olha, eu... Bella, eu tenho uma coisa para você. Quando eu estava na cidade hoje, eu comprei algo para você.

Eu não quero nada. Eu só quero que você me deixe em paz.

— Hm... obrigada. Eu vou sair daqui em um minuto.

— Eu vou deixar na sua cama. Você pode dar uma olhada quando quiser.

— Ok — eu não fazia ideia do que dizer para ele. — Obrigada.

Não houve resposta por um momento, mas finalmente ouvi um suave "Ok" e seus passos arrastando-se para longe.

Chorei em silêncio enquanto amarrava de novo minha mão latejante, enfaixando com gaze. Me apressei para o quarto e coloquei meus pijamas estranhamente. E então me virei para a cama. No meu travesseiro estava uma caixa pequena com uma foto de um pequeno celular azul em cima. Encarei a caixa por alguns minutos, até finalmente ir até a cama e abri-la. Peguei o telefone e abri, sentindo um nó na garganta.

Como que os presentes do Charlie sempre me faziam sentir bem melhor, embora simultaneamente me fizessem sentir muito pior? E o que eu faço agora? Eu deveria deixá-lo comprar meu perdão?

Realmente importaria se eu deixasse?

Apertei o botão de ligar, e o telefone carregou completamente, me mostrando uma pequena mensagem pré programada: Seu pai ama você.

Lágrimas frescas brotaram de meus olhos e escorreram pelas minhas bochechas. Meu pai me amava? Deus sabia que eu amava ele, mas eu poderia acreditar que ele sentia o mesmo quando ele descontava seu temperamento em mim? E fazia sentido que eu ainda amasse ele quando ele fazia essas coisas?

Deitei na cama, me agarrando ao telefone com a minha mão boa, incapaz de soltar. Ele tinha que me amar. Ele apenas tinha. Eu precisava disso.

Talvez eu não devesse ter voltado. Eu pensei que seria melhor aqui, com Charlie ao invés do Phil. Eu sabia como Charlie era, mas vir para cá ainda parecia a melhor opção. Pelo menos aqui eu não precisava ficar acordada na cama a noite, esperando em terror pelo som da maçaneta abrindo, pela inclinação do colchão no que seu peso se estabelecia ali. Eu não pensava que Charlie pudesse me machucar mais que isso.

Mas ele me machucou.

Phil não era nada para mim. A dor parava quando o machucado sarava... geralmente. Com Charlie, apenas continuava apodrecendo, dentro de mim, no lugar secreto que eu nunca falava sobre. Onde eu me perguntava o que eu estava fazendo para ser o tipo de pessoa que homens queriam machucar.

Take This Heart || Bella e CarlisleOnde as histórias ganham vida. Descobre agora