18. Bruises {Isabella}

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{Isabella Swan}

Acordei no chão do banheiro com meu corpo inteiro latejando. Me apoiei em minha mão direita, já que a esquerda ainda estava na braçadeira, e mudei para os joelhos, virando meu corpo experimentalmente.

Eu não sentia que nada estava quebrado. Estava apenas rígida e, eu tinha certeza, muito machucada.

Charlie me surpreendeu ontem. Ele normalmente não me batia com coisas além das mãos e, em raras ocasiões, seu cinto. Quando ele jogou a cadeira da cozinha em minhas costas, eu fiquei tão atordoada que não consegui fazer nada além de cair no chão. Mas quando ele fez de novo, a dor me estimulou a agir, e fiz uma coisa que nunca havia feito com Charlie antes. Eu corri.

Corri escada acima e entrei no banheiro. Tentei fechar a porta mas Charlie enfiou seu pé no caminho.

Foi um erro correr, só deixou Charlie com mais raiva. Eu tinha certeza que Charlie nunca havia me batido tão forte quanto naquele momento. Seus punhos esmurraram sem piedade o meu estômago, e quando caí novamente, com os braços protegendo meu estômago, ele começou a chutar meu peito.

Eu não me lembrava como fiquei com aquele inchaço latejante nas minhas costas. Não me lembrava de ter perdido a consciência. Não sabia porque ainda estava no chão do banheiro.

Fechei e tranquei a porta que estava entreaberta. Peguei meu celular que estava em meu bolso e olhei a hora. Era um pouco mais que duas da manhã. Em menos de quatro horas Alice estaria aqui para me levar para Seattle.

Tirei minhas roupas, relutante em olhar para mim mesma, mas sabendo que eu provavelmente deveria avaliar os danos. Olhei para o espelho grande na porta e estremeci.

Minha barriga e meu peito estavam cobertos de machucados inchados e arroxeados. Me virei, olhando para as minhas costas, e vendo mais do mesmo. Felizmente, não havia nada que não pudesse ser facilmente escondido com uma camiseta.

Liguei o chuveiro e entrei cuidadosamente na água quente, deixando que ela massageasse um pouco da rigidez. Encarei a poça de água se formando em meus pés, e tentei não pensar no que Charlie estava fazendo enquanto eu estava deitada inconsciente no chão do banheiro. Eu não conseguia afastar a imagem dele se afastando de mim, pegando uma cerveja no refrigerador, e sentando na sala para assistir televisão.

Lágrimas que queimavam mais que a água do chuveiro desceram pelas minhas bochechas. Eu chorei por bastante tempo, e quando parei minha cabeça doía ainda mais que antes. Me limpei, meus movimentos lentos e rígidos. Quando terminei, a água já estava fria e eram quase três da manhã. Me enrolei na toalha e fui cuidadosamente para o quarto, levando minhas roupas comigo. Exausta demais para me preocupar com pijamas, joguei a roupa no chão e me acomodei na cama.

Eu lembrava vagamente de ter sido acordada pelo meu alarme, mas tudo o que consegui fazer foi desligar e me enterrar nos cobertores. Não acordei novamente até o toque do meu celular me tirar dos meus sonhos e me despertar.

Gemi. Quem estava me ligando? Ninguém me liga. Não tinha nem motivo para eu ter um celular. Revirei as roupas que estavam no chão até achar meus jeans e procurei nos bolsos até achar o dispositivo ofensivo. Abri o celular e grunhi um 'alô' sonolento.

— Bella? — a voz de Alice perguntou. — Cadê você? Eu estou batendo a sua porta faz cinco minutos.

— Como você conseguiu esse número? — perguntei, minhas palavras arrastando ligeiramente.

— Não importa, você vem ou não?

— Hm. Sim, espera um pouco — eu sabia que não estava totalmente acordada, e estava vagamente ciente de que não estava sendo educada, mas fechei o telefone com um estalo. Cambaleei até minha cômoda e puxei um par de pijamas antes de me arrastar escada abaixo até a porta. Abri a porta e encontrei uma Alice alegre demais que me lançou um olhar de reprovação.

Take This Heart || Bella e CarlisleOnde as histórias ganham vida. Descobre agora