Capítulo 5

637 62 24
                                    

Capítulo 5

"A pintura é uma poesia que vemos em vez de sentir; a poesia é uma pintura que sentimos em vez de ver."

Leonardo da Vinci

Dominic era quase sete anos mais velho que eu, ele era bonito e charmoso, inglês demais para meu gosto.

Muito educadinho, arrumadinho, certinho e não era de demonstrar seus sentimentos em público, mas era extremamente romântico a dois. Estava sempre disposto a fazer tudo do jeito que eu queria sem me contrariar nunca. E, no entanto não era meu príncipe encantado. Faltava alguma coisa.

- [Olá... - Levantei e fui ao seu encontro. – já almoçou]?

- [Sim. Você não]?

- [Não. Na verdade eu nem vi a hora passar... – dei um beijo nele – acho que estou com fome mesmo].

- [Quer ir almoçar eu te acompanho].

- [Não! Nós vamos até o café, eu como alguma coisa lá].

O Domi sempre achou estranho eu sempre cumprimentá-lo com um beijo. Mas agora já estava acostumado.

Dentro da galeria nós colocamos um café, terceirizamos na verdade, mas o serviço teria que ser dentro do nosso padrão, foi uma forma de aproveitar o espaço e aumentar o faturamento.

Havia café de todos os jeitos: quentes, gelados e com sabores. Busquei muitas informações para desenvolver um café que agradassem a um grande público. Afinal recebíamos muitos turistas de várias nacionalidades. E deu muito certo, além do café havia os acompanhamentos, como: tortas, salgados, lanches rápidos e algumas sobremesas. Essa foi uma ideia exclusivamente minha, a que me deixava orgulhosa. A decoração ficou por conta dos meus quadros. Tudo com o tema café: bules, xícaras, café fumegando, pó de café, colheitas e assim por diante. A minha experiência de viver quase dentro das plantações de café, veio na minha alma artística muito forte em vários períodos da minha vida. Sempre que um desenho surgia na minha cabeça, sempre um grão de café acabava entrando no meio. Por isso o nome do café era: "Art With Coffee" ou seja Café com Artes.

O Tema da minha exposição era:

"Resolvi seguir meu destino, e ele me levou até o café."

Eu pensei muito nos meus pais, na minha mãe em especial, quando estava montando a exposição. Eu tinha certeza que eles ficariam feliz.

Depois que nós sentamos a uma mesa e fizemos nosso pedido, eu falei:

- [Eu vou para o Brasil daqui a dois dias].

- [Como assim? Por quê? – ele me olhou assustado – aconteceu alguma coisa]?

- [É isso que eu não sei. Eu não comentei com você, mas eu recebi uns três telegramas de um escritório de advocacia de Vitória, pedindo minha presença].

- [Mas não adiantaram o assunto]?

- [Não! E meu pai pediu para eu voltar que precisava conversar comigo pessoalmente. Mas acabamos brigando... – parei de falar – então é isso! Vou ver o que está acontecendo].

Ele ficou me olhando pensativo e em silêncio. Estava com os cotovelos na mesa e as mãos cruzadas na frente da boca.

- [Posso pedir meu advogado para entrar em contato com esse escritório... – eu já balançava a cabeça negando].

- [Hoje recebi uma carta da minha mãe. Ela precisa de mim neste momento, parece que está com algum problema de saúde. Minha amiga também me aconselhou a voltar. Sei que tem alguma coisa acontecendo e eles não querem me contar].

Verdades Secretas - A venda na amazon.com.brWhere stories live. Discover now