CAPÍTULO 04

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Nina

Acordei com braços em volta de mim e uma respiração quente e suave em meu pescoço, girei e fiquei cara a cara com Jaxon.

Ele dormia serenamente, o peito subindo e descendo com cada respiração tomada.

Jamais imaginei que ele me ajudaria de tal maneira ontem a noite, era preciso muito para me manter calma. Sempre que começava a chover, eu colocava os fones de ouvido e ouvia música, para não ter que ouvir a chuva ou os trovões. Isso ajudava. As vezes.

Mas bastou Jaxon me segurar contra ele que todo aquele pânico desapareceu. E isso significava que eu tinha que me manter ainda mais longe dele, mas no momento eu não podia, não quando eu havia concordado em transar com ele.

Deus! Como seria tudo depois que fizéssemos isso? Ele iria desistir de ficar atrás de mim? Eu espero que sim. Mas talvez...

Não me permiti ter esse pensamento. Assim que Jaxon e eu fizéssemos... nosso lance, eu o manteria longe.

Voltei a encarar seu rosto. Lábios rosados e cheios, cílios escuros e longos, negros como o seu cabelo, queixo forte e desenhado. Jaxon tinha um nariz reto e fino e uma pequena linha no meio dele, e eu achava isso lindo.

— Se você continuar me encarando desse jeito não sei se você vai sair dessa cama — Levei um susto ao som da sua voz.

Eu pensei que ele estivesse dormindo.

Tentei me afastar dele, mas isso só serviu para que ele me puxasse para mais perto, fazendo nossos quadris quase se tocarem.

— Bom dia — Murmurou ele ao abrir os olhos.

Engoli em seco.

— Bom dia.

Uma mecha do meu cabelo caiu sobre meus olhos e Jaxon a afastou logo em seguida.

Ele roçou os dedos pela minha bochecha e fiquei parada encarando os olhos cinzentos que me fitavam como se eu fosse a coisa mais linda do mundo, seus dedos passaram por meu lábio inferior e eu prendi a respiração.

— Como se sente? — Perguntou, isso me surpreendeu.

Fiquei em silêncio por um instante, mas respondi:

— Bem. Obrigada — minha voz saiu baixa, quase inaldivel.

Jaxon balançou a cabeça e reformulou a pergunta.

— Como se sente depois de ontem? — Encarei seus olhos.

Fiquei calada por um momento, o que eu poderia dizer? Ele me ajudou. Ele simplesmente me abraçou e fez a minha crise sumir, como se tudo não fosse fruto da minha cabeça.

— Bem. Obrigada novamente.

— Quer me dizer o que aconteceu? — Neguei.

— Não foi nada. — Ele cemicerrou os olhos.

Percebi que ainda estava em seus braços e me afastei novamente dele.

— Você precisa ir — falei do outro lado da cama.

Jaxon sentou-se e passou as mãos pelo cabelo.

— Você se lembra do que me disse ontem?

— Eu sei que falei que iria transar com você. Eu não esqueci. Mas suponho que você não vá querer fazer isso neste — Ele ficou de pé conforme eu falava — ... neste exato instante.

Jaxon deu dois passos e logo estava na minha frente, segurando minha cintura e me encarando com aquelas íris cinzentas.

— Você está certa. Eu não vou — Ele aproximou a boca do meu ouvido e sussurrou: — No próximo sábado. Jantar. Você vai ser minha durante a noite toda e mais um pouco durante a manhã do dia seguinte.

Quando Você ChegouOnde as histórias ganham vida. Descobre agora