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POV LIZZIE:

Eu precisava sair daqui, o mais rápido possível ou acabaria fraquejando em minha decisão.  Deixei Sebastian sozinho no quarto, e fui em direção a sala com apenas uma pequena mala que havia conseguido fazer durante toda a discussão. Depois pensaria em um jeito de buscar o restante das minhas coisas.

Estava sozinha em Nova York, sem amigos, e muito menos , um lugar para passar a noite. Poderia ligar para Lilian, mas não queria envolvê-la  em toda essa merda. Parada na calçada, fiz uma busca rápida em alguns hotéis que poderia pagar durante alguns dias, até eu decidir  o que faria da minha vida agora em diante.

Sebastian acabara  de me magoar de uma maneira tão profunda. Traição, ao meu ver, não era apenas beijos e sexo. Vai bem além disso. A partir do momento, que você se sente atraído por outras pessoas e "brincam de flertar", já é  traição. Esperava isso de qualquer pessoa, menos dele.

Me jogo na cama do hotel, e a cena do desgraçado  com a outra repassa várias e várias vezes em minha cabeça.

"Só espero que ele não te deixe em pedaços, igualzinho seu ex fez." 

Lembrei das palavras de Colin.

Sorri de maneira irônica, por pensar, na época, que Sebastian nunca seria capaz de me magor

Haviam várias notificações  em meu celular: várias mensagens e ligações perdidas de Sebastian, Lilian e de minha mãe.  Eu não queria ter contato com ninguém no momento. Precisava de um tempo sozinha, longe de todos. Apenas mandei uma mensagem para minha mãe, dizendo que estava bem e que depois eu explicaria tudo que estava acontecendo.

" Volte para casa, querida."

Voltar para Rockland, era a decisão mais plausível  a ser tomada, caso eu não conseguisse a vaga de emprego.Mas eu deixaria para pensar nisso depois. Um dia de cada vez.

Sentia um gosto amargo em minha boca e um aperto em meu peito. Parecia que  meu corpo, queria apenas chorar, expelir toda essa dor que eu estava sentindo. Corri para o banheiro e coloquei minha cabeça no vaso sanitário e vomitei como se não houvesse amanhã.

Sebastian havia invadido o meu sistema como uma espécie de droga, desenvolvida sob medida para mim e eu já estava em abstinência.

Deixei as lágrimas que eu insistia em segurar, rolarem mais uma vez por meu rosto. Eu nunca mais confiaria em ninguém, como eu havia confiado nele.

Passei a noite em claro e tinha absouta certeza, que teria uma crise de enxaqueca ao longo do dia, mas eu não me importava. Tomei um banho longo, como se a água tivesse o poder de lavar todos os meus problemas.

Tentei me alimentar, mas eu não conseguia. Olhei meu reflexo no espelho  e eu estava pessima: olheiras profundas, meus olhos inchados pelo choro excessivo  e meus cabelos desgrenhados.

Soltei um suspiro e olhei para o relogio: 08:30. Sebastian já deveria estar nas filmagens, como se nada tivesse acontecido,  assumindo a máscara de cara gentil e feliz, como o bom ator que era. E ela estaria lá.

Tentei não pensar , tanto, nos dois juntos. Aproveitaria que ele não estaria em casa, para buscar o restante  das minhas coisas e deixaria a chave do seu apartamento  na portaria. Sem mais nenhum laço  entre nós.  De amigos à amantes e de amantes à estranhos.

O hotel que havia me hospedado, não ficava tão longe do Upper East Side,  decidi ir caminhando até lá como uma forma de me acalmar.  O lado bom é  que eu não teria de encontrá-lo. O nome do meio de Sebastian é  trabalho e o que havia acontecido ontem, não o abalaria a ponto de deixar de ir trabalhar.

Show de vizinhaWhere stories live. Discover now