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POV SEBASTIAN:

Ainda não conseguia acreditar que Lizzie estava aqui ao meu lado. O seu estado era caótico, nunca havia visto em tão bêbada dessa forma.

Ajeitei seu corpo de maneira confortável na cama, após ela ter dormido e retirei seus sapatos.

Suspirei.

Eu a amava e esse sentimento perduraraia  para sempre.

- Acho que eu dormi demais.- a sua voz, ainda embargada de sono, me fez despertar.

Já havia amanhecido, e ao abrir  os olhos, me deparo com Lizzie sentada no meio da cama.

- Bom dia.

- Bom dia. - ela me encarou com as bochechas rosadas.

- Esta tudo bem? Precisa de uma água ou um café?- sentei ao seu lado.

- Devo ter falado tanta besteira ontem.- ela desviou o olhar e abaixou a cabeça.-eu preciso ir embora.

- Tome café da manhã comigo e depois eu te deixo em casa.- sugeri, torcendo para que ela aceitasse o meu convite.

Ela me encarou durante alguns segundos em silêncio e depois suspirou.

- Obrigada por ter cuidado de mim, Sebastian- Lizzie sorriu timidamente.

Senti meu coração acelerar, ao ver o seu sorriso.

- Sempre que precisar, estarei aqui. - fiz um carinho rápido em sua bochecha.- Se quiser tomar um banho, tem toalhas limpas no armário do banheiro.- me levantei- Vou preparar o nosso café.

Fui em direção à cozinha, deixando Lizzie o mais confortável possível em nosso  antigo quarto.

Perto dela, eu não sabia como agir.  Ela me tirava do trilho, fazia meu coração acelerar, ela tinha o poder de fazer o que quisesse comigo, que eu não me importaria.

Estava tentando fazer panquecas, quando senti o cheiro do meu sabonete, invadir a cozinha e logo em seguida, um toque tímido em meu ombro esquerdo. Virei lentamente e lá estava ela, já com seu vestido vermelho e os cabelos molhados caídos por seus ombros.

- Mais uma tentativa de fazer panquecas?- ela sorriu e uma sensação de dejavu  invadiu o ambiente.
- Eu melhorei bastante desde aquela vez.- sorri. - só não posso deixá-las queimar. - dei de ombros.

Então preste atenção nelas,  bonitão.- Lizzie deu uma piscadinha e eu voltei meu olhar para as panquecas.- desculpa por ter te provocado boa parte da noite de ontem.

Continuei prestando atenção nas panquecas, em silêncio. Não queria interrompê-la,  muito menos falar alguma besteira.

- Você sabe o efeito que causa em mim, Sebastian. - ouvi seu suspiro pesado.- E isso não vai mudar nunca. O que eu tô querendo dizer, é  que eu realmente queria ter transado com você.

A encarei assustado e  ela soltou uma risadinha. Antes que eu pudesse falar alguma coisa, Lizzie depositou um beijo rápido em meus lábios , me deixando tímido.

- Mas, eu quero que sejamos mais devagar dessa vez.- ela deu de ombros.- eu não sei o que irá acontecer daqui a um mês, ou daqui um ano, mas eu quero te ter ao meu lado, isso se você ainda quiser estar comigo.

Senti meu coração acelerar e sorri. Lizzie me encarava com as bochechas coradas.

- Sempre vou querer estar contigo. Me desculpe por toda aquela merda.- segurei seu rosto delicadamente. - Podemos ir com toda a calma desse mundo, no seu ritmo. Eu só quero estar com você.

- Quer testar se esse batom não borra e dura 17 horas mesmo? - ela arqueou a sobrancelha e colamos os nossos lábios.

Era um beijo repleto de saudades e amor. Eu nunca me cansaria de Lizzie, muito menos deixaria de amá-la.

- Você não faz ideia, a falta que eu senti de ter você comigo.- colei as nossas testas.

- Eu faço ideia.- ela suspirou e fez um carinho em minha nuca. - Um mês longe de você, pareceu uma eternidade.  Era como se eu estivesse em uma crise de abstinência infinita.

A segurei pela cintura e a coloquei sentada no balcão,  próximo à pia.

- Te voi iubi mereu și vreau să fii soția mea cândva.- disse, olhando em seus olhos.

- Eu não faço ideia do que significa, mas parece ser alguma coisa muito boa. - ela sorriu. - eu disse que você devia prestar atenção nas panquecas. Já era nosso café da manhã.

O cheiro de queimado invadiu a cozinha , e eu joguei a frigideira dentro da pia.

- Se você quiser, podemos ir até a Starbucks  mais próxima.- sugeri.- ou pedimos algo.

- Não estou com tanta fome na verdade. -ela suspirou.- eu amo você e eu morri de saudade de dizer isso.

Encarei Lizzie e encontrei  em seus olhos, amor e carinho. Seu olhar não continha a mesma magoa que eu havia encontrado há um pouco mais de um mês. Espero que as coisas entre nós,  voltem a funcionar da melhor forma possível.

- Vou me esforçar o máximo possível, para não agir feito um idiota novamente. - segurei as suas mãos e beijei delicadamente  cada uma delas. - Não vou deixar que o trabalho excessivo, atrapalhe o nosso relacionamento  e muito menos, irei omitir coisas de você.

- Está tudo bem Sebastian.- ela sorriu e bagunçou  os meus cabelos. - eu já me acostumei com o seu jeito idiota de ser, mas eu entendi os seus argumentos.- ela me mostrou a língua.

- Espero conseguir recuperar a sua  confiança algum dia.- falei em um tom mais sério.

- Como eu disse, um dia de cada vez, Sebastian.- ela suspirou. - Não tenho pressa, ainda mais se for para passar todo o tempo possível com você.

Lizzie desceu do balcão e ligou a cafeteira.

- Agora, mudando de assunto, o que sentiu quando viu a minha foto comprando os testes de gravidez? - Lizzie gargalhou.

- Eu fiquei assustado, mas depois fiquei imaginando um filho nosso.- sorri, de maneira boba.- uma mini cópia de você, correndo pela casa, não seria tão ruim.- dei de ombros.

- Eu também acho que não.- ela suspirou e forçou  um sorriso.- quem sabe algum dia.

- É,  quem sabe.

Nosso sábado passou de maneira lenta: ficamos a maior parte do dia, aproveitando a companhia um do outro, sem nos preocuparmos com nada no mundo exterior. Já se passavam das 8 da noite, quando deixei Lizzie em seu apartamento,  no Brooklyn.

Seu apartamento  era bem organizado e perfeito para ela. Sorri ao sentir o seu perfume por quase todo o ambiente.

- Se quiser, podemos jantar amanhã - sugeri, encostado na soleira de sua porta.

- Combinado. Mas não tente cozinhar, sabemos muito bem que não dá  certo.- ela gargalhou e deu um leve soco em meu ombro.

- Deixo você escolher o lugar.- dei uma piscadinha para ela. - Bom, você deve estar cansada, é  melhor eu ir.

Lizzie segurou a minha mão e me olhou com um olhar tímido e amoroso ao mesmo tempo.

- Meu colchão também é  muito bom. Se quiser dormir comigo, não vou achar nenhum incômodo.- ela deu de ombros e me puxou até o seu quarto.

- O que aconteceu com " irmos devagar"? - acariciei a sua bochecha.

- Só iremos dormir Sebastian.  E não é  como se você nunca houvesse dormido comigo.- ela deitou na cama e eu deitei ao seu lado. - Eu  adoro a sua companhia.

- E eu amo você.



Show de vizinhaWhere stories live. Discover now