História

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⚠️ ATENÇÃO⚠️
Está estória contém cenas de violência verbal, violência física, violência contra mulher, suicídio, estupro e etc. Caso seja sensível a alguns dos itens ou algo parecido eu prefiro que não prossiga na leitura, antes de qualquer coisa prezo pela saúde mental e bem estar de todos.

Atenciosamente, tia Gabys.

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-Ah! M-mais!- A ômega tinha gemido uma palavra sem nexo alguma. -C-Cameron! . -Seus olhos reviraram e o mesmo gozou na boca do alfa. Cameron levantou ajudando a ômega a arrumar seu vestido, ele olhava para a mesma com tanta admiração.

-Até com essa carinha de pós sexo você é linda. -A mesma ficou vermelha e escondeu o rosto na curva do pescoço do alfa.

-Promete que não importa o que aconteça, você vai pedir a minha mão ao meu pai? -A ômega estava desesperada, sabia o que acontecia com sua classe se não tivesse um alfa e não fosse virgem antes do casamento. A sociedade deixava os ômegas morrerem de tanta dor no cio, mas não permitiam que os mesmo possuíssem relações sem o casamento. Fora que eles só tinham casamentos arranjados pelos país, ninguém casava por amor.

-Louise, já conversamos sobre isso. Meus pais jamais aceitariam.

-Você precisa fazer isso, e-eu eu não posso ficar mal falada, vo-você sabe o que acon-teceria comigo. -Os olhos castanhos encontraram os verdes marejados, Cameron se sentiu a pior pessoa do mundo ao ver sua ômega desesperada assim.

-Lolo... Eu vou te proteger, não importa o que aconteça. Você vai ser a minha ômega, Rainha do nosso povo junto comigo, serei seu Rei e vamos ser muito felizes. Mas tudo isso requer tempo e paciência.

Alguns dias se passaram, o pai da ômega descobriu sobre o caso da filha com o príncipe e a entregou ao seu Rei.

-Vossa Majestade, meu dever como cidadão é zelar pela morar, honra e tradição. A minha filha teve atos indignos antes do casamento com seu filho, tenho testemunhas. Gostaria que a justiça fosse feita. -Assim aconteceu, o Rei ordenou que Louise fosse morta em praça pública enquanto seu filho seria levado a um seminário para padres onde ficaria lá para o resto da sua vida.

-Não! Papai, eu a amo! ME SOLTA! -Todos estavam no meio da praça, Louise estava posicionada para ser enforcada, enquanto dois seguranças alfas seguravam Cameron.

-Pelo crime de desonra ao nome de sua família, infração das leis reais e desrespeito às tradições! Louise Jauregui, da classe ômega é condenada a morte na forca! -Disse o homem que anunciava as leis reais e os crimes cometidos pelos infratores.

Enquanto ele dizia Louise olhou para seu alfa pela última vez, ambos estavam chorando e a ômega sussurrou "Uma vida é muito pouco para te amar, que venha a próxima. Eu te amo muito".

O banco foi empurrado e o corpo da ômega balançou enquanto tremia significando que a mesmo havia falecido.

Depois daquele dia o alfa entrou em uma depressão profunda, cometendo suicídio na banheira de madeira do seu quarto no seminário, ele se cortou e a água ficou completamente cheia de sangue. Dizem que até hoje os gritos internos do alfa podem ser ouvidos nos corredores do seminário, todos os padres que passam por aquele corredor sentem angústia e sofrimento assim que põem os pés lá.

🐺

Camila acordou assustada, a anos ela tem esses sonhos com seus antepassados. Cameron Cabello foi uma figura importante na família, ele era um alfa muito bonito, forte, corajoso e amoroso. Louise foi seu grande e único amor, a ômega era de uma família muito humilde e por conta disso tiveram que viver afastados, tudo mudou quando descobriram o envolvimento deles. Os pais de Cameron mandaram matar a ômega por não ser digna o suficiente, o alfa não pode fazer nada e aquilo o angustiava, a única solução que encontrou para acabar com a dor foi o suicídio.

A família real fazia questão de sempre relembrar essa história, diziam que cada pessoa tem seu lugar na sociedade, se não respeitar essa regra as punições serão dolorosas demais.

Por algum motivo desde quando ouvira a história pela primeira vez, Camila se sentiu estranha, era como se ela entendesse bem a dor que ambos sentiram.

Camila era princesa, a família Cabello era poderosa e respeitada por toda a Inglaterra. Ela é alfa, possui seus 25 anos e é a irmã mais velha, mas isso não significa que ela é a próxima na linha de sucessão ao trono por ser mulher, infelizmente aquele preconceito ainda existia.

A ciência até hoje não consegue explicar como a raça humana evoluiu para alfas, betas e ômegas; mas o patriarcado ainda comandava o planeta.

Camila estava atordoada, a cada dia que passava ela sonhava assiduamente com seus antepassados e tudo piorou quando seu pai, ou melhor dizendo, o Rei a convocou para a sala do trono.

A alfa saiu desesperada do castelo, se viu completamente perdida entre as ruas da cidade, seus olhos continham lágrimas quentes e aqueles saltos malditos nas ruas esburacadas piorava toda a situação.

A mesma parou em uma praça, sentou em um banco sem jamais perder sua elegância, pois estava sentada como uma verdadeira princesa se sentaria.

A ômega de olhos verdes estava desgostosa, mais um dia ela acordou se lavando freneticamente, esfregava seu corpo tentando tirar a sujeira que aquele homem tinha deixado. Seu corpo tinha marcas de agressão, mãos de alfa e a pior marca ficava em seu interior.

Ela usava um vestido que cobria até seu joelho e não possuía mangas, aquela era uma marca visível do seu trabalho, pois mulheres de famílias respeitadas jamais mostrariam seus braços e pernas a estranhos, ou ainda, deixaria seus cabelos soltos ao vento, até seu batom vermelho gritava o que fazia a noite.

Lauren não se sentia confortável com os olhares, ela sinceramente preferia mil vezes morrer, mas por alguma razão desconhecida ela permanecia forte para continuar dia após dia. Os olhares atravessavam a sua pele, mas era melhor eles do que ficar naquela casa, naquele quarto que trazia consigo imagens de lembranças pavorosas.

A prostituta andava pelo parque observando as famílias brincando com seus filhos, casais namorando de maneira adequada, até os cachorros que corriam livremente. Pensava se em algum dia de sua vida miserável se sentiria verdadeiramente feliz.

Estava em uma melancolia, mas algo prendeu sua atenção, na verdade era alguém, uma jovem, da nobreza pela vestimenta e o tipo de tecido, estava chorando em um banco do parque e pelo cheiro que emanava com toda certeza era alfa. Não se sabe ao certo o porque, mas Lauren se aproximou dela, em sua cabeça aquela jovem era bela demais para derramar aquelas lágrimas.

-Suas lágrimas por algum motivo desconhecido fazem meu coração se entristecer. -A alfa observou da onde vinha a bela voz, fitou uma ômega belíssima, seus olhos eram idênticos ao oceano, suas sobrancelhas eram perfeitas, seus cabelos eram rebeldes e graciosos, suas vestes eram curtas demais para uma dama de família respeitosa, mas Camila não era preconceituosa para julgá-la. -De certo que seu sorriso deixaria seu belo rosto ainda mais lindo. -A alfa sorriu com a frase da ômega, ômegas não elogiavam e sim recebiam elogios, gostou da audácia da mesma. -Sabia que estava certa, seu sorriso és lindo.

-O seu também é.- A alfa estava sentada, pela posição social a ômega era proibida de sentar-se em espaços públicos. -Perdoe-me pela falta de educação. Me chamo Camila, Camila Cabello. -A alfa levantou estendendo a mão. A ômega arregalou os olhos e deu um passo para trás, não era possível.

-P-princesa? -A ômega imediatamente fez a reverência e alfa suspirou, achava ridículo como as pessoa a tratava como uma deusa, afinal, ela era uma alfa comum como qualquer um.

-Qual seu nome? -A ômega engoliu em seco diante da pergunta.

-Isto é uma ordem?

-De forma alguma, apenas gostaria de conversar com a senhorita.

-Se este não é uma ordem prefiro não dizer, perdoe-me, mas receio que preciso ir. Não seria bom para vossa alteza ser vista conversando comigo. Preciso ir. -Camila iria pedir para que a ômega ficasse, mas ela odiava dar ordens e se a mesma preferia ir para casa, por qual razão a impediria?

A ômega |Camren - concluída|Where stories live. Discover now