Capítulo I

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Ouço sons de aparelhos, meu corpo todo doía. Onde diabos estou?

Me esforço para abrir os olhos sentindo uma dor de cabeça insuportável se tornar presente. Vejo uma sala branca e imediatamente percebo onde me encontro, em um hospital.

Tento olhar ao redor, mas não conseguia mover minha cabeça livremente.

- Alguém? - Foi a única coisa que pude dizer, minha garganta estava muito seca.

Ouço um barulho ao meu lado, um garoto aparece em minha frente, ele parecia abatido, cansado e muito surpreso.

- Meu Deus! Melissa! Você acordou! - Diz com os olhos marejados. Franzi o cenho ainda tentando suportar a dor de cabeça, gruni baixo. - Um médico, preciso chamar o médico! Fica aí, já volto! - Sai desesperado.

Revirei os olhos, onde ele pensa que iria no estado em que me encontro?

Suspiro cansada, as únicas lembranças que tenho são as da noite passada, me pergunto o que pôde acontecer para eu vir parar em um hospital.

- Com licença, Melissa! - Um homem com um jaleco branco adentra o quarto, acredito que seja o médico.

- Aqui, beba um pouco de água, sua garganta deve estar seca. Após isso, gostaria que me respondesse algumas perguntas.

O mesmo me ajuda a beber. Por sorte já conseguia me mover um pouco, então não foi muito difícil. Ele pega uma prancheta e se senta em uma cadeira próxima.

- Você lembra como veio parar aqui? - Me olha preocupado.

- Não, apenas lembro que depois de ouvir música, me deitei e assim mesmo acabei adormecendo. - Tento lembrar de algo mais útil, porém só consigo lembrar disso.

- Na verdade você sofreu um acidente Melissa, acabou sendo atropelada. - Continua anotando algumas coisas e sinceramente, não estava entendendo nada do que ele dizia.

Tudo parecia estranho, fora do normal, isso estava me deixando assustada, acho que imediatamente ele percebeu e percebi seu olhar de pena.

Aquele maldito olhar.

- Como assim?! - Começo a me estressar e isso só aumentava minha dor de cabeça. Ouço um aparelho ao meu lado apitar.

- Peço que se acalme, isso pode ter acontecido por conta da batida. Sua dor de cabeça logo irá melhorar. - Levanta e aplica algo em meu soro.

- Eu estou aqui a quanto tempo? - Me remexo um pouco da cama, tentando me sentar, mas é em vão.

- Fazem dois dias. - Ele olha meu rosto, como se analisasse minha expressão. Toda aquela situação estava me incomodando. - Preciso fazer algumas perguntas, espero que possa respondê-las. Como você se chama?

- Melissa Cardoso. - Olho ao redor, analisando a sala.

A única coisa que passava em minha cabeça era "como eu vim parar aqui?". Não sei se posso confiar nesse suposto médico.

- O que mais consegue se lembrar?

Voltei minha atenção para ele, sem muito interessante em toda essa conversa.

- Moro com meus pais, Jéssica e Diogo, tenho 18 anos. E é isso.

- Certo, voltarei logo, apenas descanse. - Apesar dele parecer um pouco chato, ele era muito bonito, isso eu não podia negar.

Antes que pudesse falar alguma coisa, o mesmo se retira da sala, me deixando confusa e sozinha.

Matheus

Minha Outra VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora