Capítulo XIV

7 5 0
                                    

- Eu te amo. - Soou o mais sincero que pude fazer, mas ainda não parecia bom o suficiente.

- Eu te amo. - Analiso em frente ao espelho. Minha feição ainda não parecia legal. Era como se alguma coisa faltasse.

Minha falta de confiança ia acabar me matando daquele jeito.

Como poderia revelar meus sentimentos para ele? Estava sendo difícil, me sentia uma garotinha de 15 anos indo se declarar para o crush. E aqui estou eu com plenos 18 anos me comportando como tal.

Resolvo ligar o som e deixar algumas músicas no aleatório, isso ia me ajudar a pensar.

Lembro do seu jeito, da sua mania de morder o lábio inferior, do sorriso de lado... Das flores que me deu e daquele carinho que faz brotar um sorriso em meu rosto.

Faz tempos que preciso dizer o quanto o amo. Arranjo desculpas sem motivo algum, eu sei que o mesmo me ama.

Mas por que ainda me sinto nervosa? Meu estômago dá voltas, sinto borboletas voando para todos os lados. Minhas mãos suam.

Esses provavelmente são sintomas normais de quando se gosta de alguém.

Pensei durante bastante tempo. Lá estava segurando meu celular, ainda receosa, iria mandar uma mensagem para Matheus vir até aqui. Desisti e resolvi ir eu mesma até lá.

Boa parte das vezes ele está se esforçando para nós dois darmos certo. Preciso dizer tudo o que penso e sinto ou esses sentimentos irão me sufocar.

.
.
.

- Aconteceu alguma coisa? - Seu semblante estava sério, provavelmente preocupado. Minha presença realmente foi muito do nada, e não quis dizer qual era o motivo logo de cara.

Pedi para que ele me acompanhasse, mas não sabia exatamente aonde ir, apenas queria passar um momento ao seu lado e finalmente jogar essas palavras para fora.

Uma hora ou outra eu olhava para as ruas procurando algo que me acalmasse.

- Você está vermelha, tem certeza que tá bem? - Arregalo os olhos e desvio o olhar para uma garota que carregava um gatinho em seus braços.

Aquilo trouxe memórias de quando encontramos o Cookie pela primeira vez e ri baixo. Math me encarava e então revirou os olhos.

- Vamos logo. - Pego em sua mão, ele provavelmente estava surpreso e confuso com minhas atitudes.

Eu não o culparia, sempre que fico nervosa, faço ou digo coisas confusas, aleatórias e, talvez, desastrosas.

Subitamente parei. Estávamos em um pequeno parque, crianças brincavam eufóricas, pessoas conversavam e pude perceber uma garota que lia a sombra de uma das árvores.

Respiro fundo por alguns momentos ainda segurando sua mão.

- Mel... - O corto, meu coração estava acelerado, meu sangue corria como louco em minhas veias. Sentia meu corpo quente, minha respiração estava pesada.

- Eu te amo. - Primeiro ele parecia não ter entendido, então novamente repeti, o olhando nos olhos.

- Matheus, eu te amo, muito. Você não tem noção do quão grande é meu amor por ti. Na verdade desde o primeiro dia que te conheci notei que sentia isso.

Pego uma pequena caixa, que tinha desenhos de rosas vermelhas como estampa.

- Isso é para você. Quer dizer, para nós. Não são anéis, são dois colares para usarmos. Não é grande coisa, mas... - Sentia minhas mãos tremendo enquanto apertava o objeto entre as mãos, tentando ao máximo evitar seu olhar.

Seus braços me rodeiam e sorri retribuindo. Franzi o cenho ao o ouvir fungar.

- Caramba garota, eu te amo tanto. - Ele estava chorando?

- Você está... - Seus braços me apertam mais.

Meu coração parecia querer sair pela boca e eu quase iria explodir de felicidade. Me sinto bem em finalmente ter contado o que sinto para Matheus. Ele merecia isso. Eu merecia isso.

- Não conta isso pra ninguém. - Ri ainda segurando a caixinha, ela continha dois colares com pingentes que se completavam. Achei simplesmente linda quando a vi pela primeira vez.

Instantaneamente lembrei de Matheus e foi inevitável não querer comprar.

Math me levanta e gira, ri o mandando parar.

- Namorados? - Pergunta e anuí.

- Namorados.

.
.
.

- Finalmente, pensei que vocês fossem ficar nessa toda a vida. - Bati no ombro de Vina que sequer deve ter sentido.

A gente acabou tirando uma parte da tarde para contar, já que estávamos animados.

- Temos que fazer alguma festa pra comemorar. - Nanda finge estar pensativa e continuo reclamando dos nossos amigos. - É sério! Vocês sempre se gostaram, só estavam enrolando.

Eles se desculpam e nos parabenizam, aquela situação era engraçada e bem divertida.

Ficamos jogando conversa fora e debatendo sobre um trabalho de escola, que parecia um pouco chato, mas por sorte pudemos ficar no mesmo grupo

- Essa apresentação tem que ser incrível! - Nanda exclama nos fazendo rir. - É sério gente, somos inteligentes demais.

Nisso eu não podia discordar.

- Nós vamos ser, amor. - Faço cara de nojo quando vejo Vinícius beijar a namorada descaradamente.

...

Era realmente uma situação feliz e divertida para os quatro adolescentes que riam alegres.

Suas vidas estavam seguindo os rumos que já imaginavam, mas eles realmente deveriam esquecer de tudo o que aconteceu desde o início?

...

Matheus

A felicidade que tive ao ouvir tudo o que minha garota havia dito era simplesmente imensa. Eu queria gritar para o mundo e todos que eu finalmente havia conseguido.

Estávamos juntos e eu só tenho ainda mais certeza do meu amor, ou melhor, do nosso amor.

Perdê-la seria o mesmo como tirar um pedaço de mim.

- Presta atenção no filme. - Ela puxa minhas bochechas me tirando dos devaneios. Ri a trazendo ainda mais para perto e afago seu cabelo. - Dessa vez não é de terror.

- É difícil prestar atenção quando você está do meu lado. - Sua risada é a melhor melodia que posso ouvir todos os dias.

Sinto suas mãos em volta do meu pescoço e então senta em meu colo.

- E por que seria tão difícil? - Sussurra em meu ouvido, acelerando minha respiração.

- Mel, você tá provocando. - Digo baixo e rouco, aquilo era tentação para mim.

Coloco minhas mãos em sua bunda e nos encaramos.

- Eu estou? - Diz inocentemente e ali estamos nos beijando. Os lábios dela me traziam a paz que tanto precisei. Ela era meu delírio.

Seus lábios são doces, a beijar me deixa em êxtase. Logo nos encontramos deitados na cama com a respiração desregulada.

- Eu vou acabar ficando louco com você garota. - Uma das minhas mãos aperta sua cintura e a outra continua em sua bunda, e por Deus, aquela bunda deliciosa.

- Então vamos ficar loucos juntos. - E ataca meus lábios novamente.

Que Deus me ajude.

Minha Outra Vidaحيث تعيش القصص. اكتشف الآن