Capítulo VIII

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A música era realmente muito alta, quase não dava para escutar o que as pessoas diziam.

- Finalmente uma festa! - Nanda era a mais animada de nós quatro. Sua alegria estava sendo contagiante e pude me permitir aproveitar mais o momento. Eu me sentiria completamente mais deslocada se estivesse em um ambiente como esse sozinha.

Dançamos juntos ao som de uma música eletrônica qualquer. Minha amiga bebeu tanto que já não falava coisas coerentes. Aparentemente era a primeira vez que a mesma bebia, e acabou exagerando. "É só para aproveitar" foi o que ela disse enquanto bebia algo azul.

Particularmente eu odiava bebidas, o gosto delas nunca me agradaram, então fiquei no bom e velho refrigerante, que não era nada saudável, mas ia me deixar sóbria para cuidar dos meus amigos.

- Por que tô vendo o Vina ali e ali? - Ri enquanto ela apontava para direções opostas.

Ela cambaleia um pouco para trás e a seguro firmemente.

- Eu te ajudo! - Vina era um garoto muito atencioso, estava sempre querendo ajudar.

Não sabia o paradeiro de Matheus, mas não pensei muito nisso já que logo me envolvi em um assunto legal com Vina, e Nanda dormia como se estivesse em sua casa. Ainda me pergunto como ela conseguiu dormir com tanto barulho, se bem que estávamos em uma sala mais afastada da festa.

- Sabe, eu acho que tô gostando de uma pessoa. - Ele solta praticamente do nada e quase engasgo com minha própria saliva. Tossi tentando me recuperar, franzindo o cenho.

Ele também tinha uma mania quando ficava nervoso. Percebi quando esfregou as mãos e apertou os dedos, meio desnorteado.

- Já falou com ela? - Estava bastante curiosa para saber quem fisgou o coração desse garoto super legal.

- Eu meio que tento, mas ela parece não perceber. - Joga a cabeça para trás e ri de sua frustração. - É tão complicado.

Ainda estava confusa com o comentário repentino, mas fiquei feliz por ele se sentir a vontade em dizer esse tipo de coisa para mim. Isso queria dizer que eu era próxima ao ponto disso.

- Não se preocupa muito, eu sei que logo ela vai perceber, às vezes é melhor você ser mais direto, algumas pessoas são um pouquinho lerdas, principalmente para esse tipo de coisa. - Sorri minimamente.

Em um ato involuntário, coloquei minha mão em seu ombro. Tentava reconfortar o garoto. Sua mão foi rápido em minha bochecha me dando um susto, mas logo se explicou.

- Tinha um inseto pequeno. - Rimos e voltei minha atenção para Nanda.

- Acho que você sabe de quem devo estar falando. - Concordei sentindo uma animação pela minha amiga. Eles pareciam combinar tanto.


Matheus

- Com licença, desculpa. - Já era a terceira vez que dizia isso. Estava a procura dos meus amigos.

Me xingo mentalmente por não ter ficado ao lado deles durante esse meio tempo, mas precisava ir ao banheiro. Bate um leve arrependimento em ter bebido tanto refrigerante.

Procurar meus amigos em meio a tantas pessoas estava sendo uma tarefa difícil. Elas dançavam agitadas enquanto bebiam. Definitivamente esse não é o ambiente que mais gosto.

Minha Outra VidaWhere stories live. Discover now