Capítulo 1

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Sentia estar contra o que eu presumia ser o chão gelado, meu corpo todo doía e não conseguia abrir os olhos, por mais que tentasse eu não conseguia nem sequer me mover.

A cada hora que eu tremia meu corpo rangia de dor fazendo eu me lembrar da horrível noite que passei. Queria chorar, mas meus olhos ardiam por conta do quanto sofri antes de apagar.

Ameacei mexer as pernas para o lado na intenção de sentir algo por perto, mas só senti uma barra de ferro com uma enorme corrente que passava por meus pés, mãos e uma coleira de ferro no pescoço.

Abri um olho de cada vez tentando me acostumar com a ardência que tinha, estava tudo escuro e não enxergava nada além de uma fresta de luz que passava pelo vão de baixo da porta.

Eu estava nua, com muito frio e dor. A noite que tudo isso começou, foi horrível, senti medo, desespero e pavor; lembro ainda da presença esmagadora daquele homem.

As imagens vinham como um ‘flash’ de luz iluminando minha cabeça e mostrando meu pesadelo, aquele homem cujos olhos pareciam gentis e brilhantes se tornara cinza e profundo, tão profundo que me fez cair naquele pesadelo, naquela escuridão.

Saí de meus pensamentos quando escutei vozes vindo do outro lado da porta. Eu até pediria ajuda se não tivesse gasto minha voz gritando de dor e por socorro, quanto mais eu gritava menos eles se importavam, na verdade, quem quer que fosse estar atrás daquela porta não se importava comigo ali.

A porta se abriu lentamente e fechei os olhos fingindo estar dormindo, escutei bandejas e coisas de vidro batendo levemente um ao outro, quando senti o cobertor sendo colocado em cima do meu corpo eu dei um pulo de susto e olhei para aqueles olhos verdes gentis e cabelos loiros cacheados me fitando.

Fiquei um bom tempo olhando para ela, até que percebi que as luzes foram acesas e vi um belo quarto branco e bege em minha volta, as cortinas eram beges claras, e em frente a barra de ferro que ia do teto ao chão estava uma cama enorme, cabia pelo menos eu e mais uns quatro naquela cama.

Olhei para o teto e tinha um lindo lustre pendurado e mais ao canto um ar condicionado, a porta em que a moça entrou foi fechada e atrás de mim, tinha três portas, fitei elas na esperança de que pelo menos uma delas tivesse uma saída para mim, e como se estivesse lendo meus pensamentos a moça loira disse.

— Eu vim trazer seu café da manhã, e mais tarde quando  terminar vamos ao banheiro para te dar um banho, e depois a sala de roupas para se vestir.

— Disse apontando para às duas portas à esquerda do quarto.

Ainda fiquei fitando a que sobrou, mas logo parei quando vi a moça me trazendo um copo de leite, alguns pães e bolos, meu estômago me apunhalou e gritou de fome.

Eu tentei me sentar, mas falhei na tentativa dolorosa. Eu não queria me levantar de modo algum, a cada mexida de dedo que eu dava meu corpo me dava um alerta de dor insuportável que ia de baixo até a cabeça me fazendo fechar os olhos com força para não chorar.

— Fique calma Nina, vou lhe dar a comida e coma o que conseguir.
— Ela era tão gentil e calma que me deixei relaxar em sua presença.

Não consegui falar nada, estava sem voz de tanto gritar ontem, e de novo aquela imagem dele veio em minha cabeça fazendo meu coração acelerar, e não de desejo, mas de medo. Tentei comer o máximo que pude, mas só engoli o leite, pois, o pão e o bolo pareciam facas na minha garganta.

Eu ia tentar perguntar algo para aquela moça, mas meu corpo do nada pesou como se eu fosse afundar e quebrar aquele chão e ir o mais fundo que podia, fechei os olhos, tonta e apaguei.

Sequestrada por um Dominador        Onde histórias criam vida. Descubra agora