Capítulo 2

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Uma pequena luz indicando que já estava no fim do dia bateu em meus olhos quando os abri, virei o rosto para examinar o resto do ambiente.

Não lembro o porquê de ter dormido aquela hora, mas penso que foi o cansaço. Prefiro mil vezes dormir e sair um pouco dessa realidade assombrosa.

Minha cabeça estava explodindo de dor, olhei para meu corpo e percebi estar com um pijama preto de tecido fino, na verdade, estava limpa e sem sangue ou qualquer coisa que estivesse antes.

Tentei me levantar o máximo que pude, não adiantou muito, pois caí no chão. Andar com as pernas ruins é horrível, o máximo que dei foi dois passos e o restante eu fui me arrastando até a porta do banheiro.

— Isso não pode ficar pior… — estava me convencendo a manter minha mente ocupada para não pensar no desespero que eu estava.

— Se você colaborar… — congelei ao ouvir aquela voz rouca e grossa no canto do quarto.

Pensei que fosse coisa da minha cabeça, mas o som do copo sendo colocado sobre uma peça me vez assustar. Nada naquele momento poderia fazer mover um músculo meu.

— Q-quem está… aí —  minha voz mal saia fazendo as palavras se tornarem sussurros.

Os passos foram se aproximando cada vez mais, segurei a respiração, estava pronta para me arrasta o mais rápido que pudesse até o banheiro.

Antes que eu pensasse em algo as correntes foram puxadas  me arrastando de volta para a direção da cama.

— NÃO, POR FAVOR… NÃO ME BATA — gritei, o medo se sobre saía e minha garganta queimava de dor.

Parei em frente ao seu pé, ele se moveu e só pude me encolher esperando algo me atingir. As memórias daquela noite passaram como um filme.

Eu em um vestido branco de saia longa lindo, meus colegas se reuniram em um bar para  comemorar nossa saída da faculdade para a nova empresa que íamos trabalhar.

Minha amiga, Nancy me ofereceu uma bebida rosa, eu nunca tomara álcool na vida, mas eu resolvi experimentar, bem naquele maldito momento.

Era doce e também amargo, ela me deu vários daqueles e sem perceber já estava em uma pista de dança com o pessoal, Nancy ria do meu jeito desengonçado chamando ela para se sacudir comigo.

Depois de um longo tempo bebendo, percebi que Minha amiga sumiu de vista e resolvi ir atrás dela. Saí do bar e um ar gelado me abraço fazendo arrepios se espalharem por meu corpo.

Para cada lado que eu olhava apenas via casais se agarrando bêbados, eu não estava muito diferente deles sobre a lucidez, mas eu queria ir embora, já estava ficando enjoada e um banho gelado e uma cama confortável fariam super bem.

Quando vi Nancy dando em cima de um dos guardas resolvi esperar, eu ria de como ela se jogava nele e fingia estar tonta. Aquela garota sabia como fazer os homens caírem na sua armadilha.

Então antes que ela realmente levasse o homem para meu apartamento resolvi ir falar com ela, mas meu braço foi puxado por um bêbado que nem em pé se mantinha direito.

— Me solte — pedi com palavras emboladas, mas com um tom alto o bastante para ele e mais alguns ouvir.

— Não faça isso gatinha — me puxou para mais perto — vamos nos divertir essa noite — o cheiro de álcool que saiu de sua boca quase me fez vomitar, eu tentava me solta mais o cretino era forte e eu não estava muito boa também!

— Me largue — antes que eu pudesse xingar ou bater nele, seu corpo foi chutado para longe. A imagem dele sendo jogado para a parede do bar me fez ficar perplexa com a força de quem o chutou.

Olhei para o lado e vi um moço alto — 1,90?! Talvez… — olhos cinzas e calmo, cabelos arrumados, muito forte, seu corpo ficava marcado pelo terno que usava muito bem alinhado, parecia um anjo.

— Deus tem seus preferidos — coloquei a mão na boca rapidamente por pensar alto de mais, mas o álcool me impossibilita de ter um raciocínio bom.

Ele deu um passo em minha direção e colocou uma parte de seu terno sobre mim.

— Está frio. — fiquei parada encarando ele, quando seu olhar cruzou com o meu rapidamente desviei.

— Obrigado… por ter me ajudado — tentei ver se ele tivesse alguma expressão, mas sua boca apenas se moveu em um pequeno sorriso.

— Não precisa agradecer — olhou para mim de cima a baixo e fitou o homem sendo levantado por outros que deveriam ser amigos dele — apenas protegi o que me pertence.

Antes de pensar no que ele disse, fui levada para uma parte escura do bar onde estava deserto. Nancy foi sumindo de vista novamente em meio aquelas pessoas ao longe.

— Para onde está me levando? — esperei que ele falasse o seu nome.

— Daniel — olhou em meus olhos tentando capitar algo, alguma expressão ou reação da minha parte — Daniel Thompson — quando viu que não esbocei uma única reação seu rosto se fechou e se tornou frio.

— Belo nome, onde estamos indo, Daniel? — tentei amenizar a tenção do ambiente o que não deu muito certo.

Andamos por um bom tempo até uma rua quieta. Daniel parecia frustrado com algo.

— Realmente não se lembra? Não se lembra de nada? — a última palavras saiu mais áspera.

— Me lembro do quê? — ele me encarou, senti como seu eu fosse uma presa prestes a ser devorada por um predador, olhei em volta e notei estarmos totalmente sozinhos. — A-acho melhor eu ir embora.....minha amiga está me esperando.

Virei e saí andando em direção ao bar. Ainda sentia seu olhar sobre mim, quando olhei para trás ele estava vindo em minha direção quase correndo.

— Nina! — ele gritou se aproximando. Comecei a correr.

— Não me siga, me deixe em paz. — meu vestido foi puxado rasgando o tecido fino que cobria parte de minhas pernas, caí quando pisei em cima do pano.

— Você não vai mais fugir de mim, nunca mais — Daniel me colocou sobre seus ombros e me tacou em um carro preto, quando eu ia gritar por socorro ele me deu um soco. Várias luzes da cidade passavam correndo pelo lado de fora, ainda tonta com o soco e o álcool, desmaiei.


Sequestrada por um Dominador        Where stories live. Discover now