Vizinho Barulhento

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Izuku Midoriya

Hoje, quinta-feira, fui acordado novamente pelo som insuportável vindo da casa ao lado. Como alguém em sã consciência tocaria bateria tão alto sabendo que tem vizinhos ao lado?

Me sento na cama. Meus grossos cobertores tiram a camada que me protegia do vento, fazendo com que eu já sentisse a brisa da manhã. Ao olhar para o relógio na minha cômoda, as horas indicavam meio-dia.

Graças a deus estou de férias- penso, logo tirando as cobertas do meu colo e colocando minhas pantufas que sempre deixo ao lado da cama.

Saindo do meu quarto ando até o único banheiro da minha casa, me olho no espelho e não deixo de reparar o quão cansado eu aparento estar.

É verdade que a faculdade é um trabalho e tanto para mim, mas eu acho que no fim valerá a pena. Molho meu rosto com a água e faço uma careta ao sentir o líquido gélido no meu rosto. Termino de escovar os dentes e desço as escadas, indo na direção da cozinha, logo encontrando cabelos verdes de frente ao fogão.

- Bom dia filho - minha mãe disse, ainda concentrada em manusear a panela á sua frente.

- Bom dia mãe! O que você está fazendo? - me aproximo animado, o cheiro gostoso da comida entrava pelo meu nariz.

- O que você acha? É katsudon, sua comida preferida!

- Muito obrigado mãe, você é a melhor! - me abaixei um pouco, deixando um beijo na bochecha dela, fazendo-a sorrir.

Voltei para a sala, me sentando no sofá e ligando a TV em um desenho infantil de super-heróis que eu adorava. Algum tempo depois minha mãe chegou com dois pratos de katsudon, me entregando um e se sentando ao meu lado.

Ainda de olho no programa, coloquei uma garfada na boca. Me lembrei de algo que queria comentar com minha mãe e me apressei em falar desajeitado por estar de boca cheia.

- Parece que o vizinho já acordou - voltei a mastigar, logo dando outra garfada.

- Pois é, ele já está tocando a um tempo.

- Desde quando ele toca bateria mesmo?

- Ah meu filho - ela pausou, olhando o prato pensativa - Eu acho que desde que nós mudamos, mas isso não me encomoda! - Ela voltou a comer, parando logo depois - Se te encomodar você pode ir lá pedir para que ele abaixe!

- E-Eu?!

- Sim, mocinho! - Ela sorriu - Hoje é seu primeiro dia de férias da faculdade, se a bateria irritar seu descanso você tem o direito de bater na porta dele ou dela e pedir para que abaixe o som.

- Eu não quero incomodar! - berrei - Se bem que eu nunca vi quem mora lá.

- A janela do corredor dá direto em uma janela do vizinho, talvez você possa vê-lo um dia.

- Pois é... - murmurei, voltando minha atenção para meu prato.

- Se bem que você precisa de novas amizades, talvez seja até bom que você vá conhecê-lo, não?

- Eu não sei mãe, não faço a mínima ideia de quem seja.

Terminamos o almoço e colocamos um filme para assistirmos na televisão.

Katsuki Bakugou

Eu estava mesmo enferrujado, a droga da faculdade não deixou que eu praticasse bateria nem mesmo por dez minutos.

Depois de desgastar, e quebrar mais uma de minhas baquetas, eu me levantei do banco atrás do instrumento.

Já estava tocando bateria a um bom tempo, me sentia quente e suado enquanto minha regata preta estava meio molhada. Ando até minha cozinha completamente desarrumada e tiro da minha geladeira uma garrafinha de água, levando ela até a boca e dando alguns goles.

Afraid to Sing // BakudekuWhere stories live. Discover now