As Cartas de Bakugou

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Dia Seguinte

Casa dos Midoriya

Izuku Midoriya

-Sabe Izu... Eu acho que estou me apaixonando por você... - ele carregava uma única flor vermelha em sua mão.

-O-oque?! - gritei, olhando nos olhos o homem a minha frente.

-Eu preciso saber... Você sente algo por mim também?

Droga... Uma declaração vinda de Shoto não era algo que eu esperava. Já fazia alguns dias que eu e Katsuki estávamos ficando, e hoje não era mesmo um bom dia para Todoroki aparecer em minha porta.

-Me desculpa, Shoto... - o sorriso no rosto dele de desfez.

Meu coração se derreteu. Era tão difícil Shoto falar sobre seus sentimentos e até mesmo sorrir, e agora, ele conseguiu e tenho que rejeitá-lo.

Como se já não houvesse como piorar a situação, eu escuto outra voz. Meu corpo se trava como rocha enquanto Bakugou aparece atrás de mim.

-Izuku, quem está aí? - ele falou sério.

Bakugou parou ao meu lado e passou o braço pelo meu ombro, abrindo a porta e dando de cara com Shoto que nos encarava sem esboçar nada.

-Oh, é apenas o Shoto.

-Vocês... Estão juntos?

-Pois é, Kirishima e Denki meio que estavam certos - Bakugou virou seu rosto em minha direção sorrindo.

-Bakugou... Poderia por favor vestir uma camisa? - olho para ele, que riu e se retirou.

Shoto suspirou, me olhando parecendo abalado ou aborrecido.

-Eu sei que pode parecer grosseiro, mas eu não acho que o Katsuki faça o seu tipo.

-Me desculpe, Shoto, mas você não tem a minha permissão para falar sobre esse assunto.

Ele se virou de costas e saiu andando, me olhando uma última vez.

-Talvez um dia você perceba isso.

-Ah, o Shoto já foi? - Bakugou chegou novamente, agora, com sua camiseta preta.

-S-sim!

-O que ele queria?

-Nada!

Eu podia sentir o suor frio pelo meu rosto quando os olhos vermelhos deslizaram sobre mim, parando de sobrancelhas unidas para a flor em minha mão.

-Ele te deu isso?

-Eu peguei do jardim! - forcei um sorriso, mas ele não pareceu acreditar - Por que não voltamos a jogar?! Eu tenho certeza que você perde pra mim no Mortal kombat!

-Nem fudendo! - ele gritou e correu na direção do meu quarto, era engraçado e fofo ver como ele se mostrava mais infantil comigo.

Corri logo atrás dele e voltamos a jogar vídeo-game. Ele passou o resto da tarde rindo de mim por perder três vezes seguidas para ele.

×

-Sabe o que eu estava pensando?

-Eu não sei ler mentes, Izuku.

-Se todos nós pudéssemos ler a mente uns dos outros, com toda certeza eu poderia te entender melhor.

-Quer dizer que você quer ler minha mente? - ele se aproximou.

Eu ainda não me acostumei. Eu e Bakugou estávamos ficando de vez em quando, escondido, e ele sempre me deixava surpreso com esse lado mais... Selvagem? As vezes ele era bruto e avançava sobre mim como um vampiro vendo sangue, outras vezes ele era lento e profundo. Não era nada oficial, nem mesmo nossos amigos sabiam, era como guardar um segredo e Bakugou parecia gostar da ideia de me provocar na rua.

Afraid to Sing // Bakudekuحيث تعيش القصص. اكتشف الآن