Afraid to Sing // Bakudeku

O Beijo

Katsuki Bakugou

Flashback

-Mamãe, eu estou com medo! - Eu tremia de frio, olhando a janela onde o céu era iluminado as vezes por raios e trovões.

-Não se preocupe Kat, eu estou aqui com você - ela me aconchegou em seu corpo, me abraçando e me escondendo das janelas.

-M-Mas mamãe... - meu queixo batia, o frio entrava pela casa e batia em meu corpo, me fazendo tremer - Tão... Frio...

-Kat, meu menininho corajoso... - ela se afastou do abraço, me olhando e sorrindo com aqueles olhos vermelhos iguais aos meus, brilhando - Eu preciso que você seja forte agora, tudo bem?

-Tudo bem...

Ela puxou um cobertor quente e me cobriu inteiro, apenas meu rosto fora da manta e o gorro rosa dela. O cheiro delicioso do chocolate quente entrou pelas minhas narinas me fazendo erguer as sobrancelhas e arregalar os olhos.

Ela me entregou a caneca que esquentou minhas mãos, enquanto eu tomava o chocolate devagar, ela cantarolava uma música.

Era incrível pois sempre que ela cantava, todos meus músculos se relaxavam e eu me sentia calmo independente da situação.

E ali, enquanto ela cantava, eu adormeci e me esqueci de todo o frio e medo que sentia.

Dias atuais

-O nome dela é... - suspirei - era, Mitsuki. Era uma mulher linda... Ela tinha meus olhos - sorri junto com as memórias, Izuku me escutava sorrindo fraco.

-Já faz muito tempo que...

-Já fazem dois anos - sorri fraco, olhando minhas mãos, eu sempre contei os anos, dias e meses.

-Sinto muito por sua perda... - ele colocou a mão sobre a minha, me fazendo olhar para ele, que tinha um sorriso leve no rosto.

-Ela amava cantar... Mas isso... Isso a matou.

-Cantar matou sua mãe?

-É difícil de acreditar ouvido pela primeira vez.

Flashback

Eu nem precisava ficar nas pontas dos pés para ver o palco, essa foi minha sorte de genética puxada do meu pai.

Toda a plateia gritou quando uma linda mulher loira entrou no palco. Eu abri a boca surpreso, minha mãe estava deslumbrante e brilhava como nunca brilhou.

Seu sorriso me contagiou e logo a banda dela começou a tocar, ela cantava exatamente como quando ensaiava em casa comigo. Estava perfeito, o bar estava lotado e nossos bolsos estavam finalmente enchendo de dinheiro com os ingressos.

Até que...

Dias atuais

-Cinco... - olhei para Izuku, furioso - Cinco homens armados entraram - meus olhos já se enchiam de água, mas dessa vez, por raiva, eu apertava meus dentes e falava com a boca apertada - E eles atiraram... Atiraram em tudo e em todos.

Fiz uma arma com a mão, levando ela até o centro da testa de Izuku.

-Atiraram no meio da testa dela - abaixei a mão, levando até seu peito rumo ao coração - E depois acertaram seu coração.

Izuku Midoriya

-Minha mãe morreu por que foi cantar naquela droga de show, ela... Ela ainda estaria viva se não tivesse ido! - ele gritou, as lágrimas grossas saindo de seu rosto.

-Não foi por isso, aqueles homens entraram atirando em todos!

-Da banda toda... Minha mãe foi a única que morreu, se ela fosse baterista ou até mesmo a droga de uma guitarrista, estaria viva.