Conflitos

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-O que você quer?

-Eu vim fazer uma visita, mas acho que não era uma boa hora.

-O que você pensou que iria fazer com ele? Você não vai nem encostar nele.

-Vocês estão juntos?

-O que? Não - Me interrompi, respirando fundo e fechando meu rosto mais ainda - Você não tem que saber de nada da minha vida!

-Como assim?!

-Yunno, você é apenas o vocalista da minha banda, e só, não é meu amigo e muito menos o meu namorado.

-Então é assim?!

-Yunno, saí da minha casa - falei calmo, fechando os olhos. Quando abri, ele me olhava incrédulo e cheio de raiva.

-Eu nunca deveria ter te conhecido.

Ok, aquilo doeu. Eu conheço Yunno a quase sete anos e ouvir ele me dizendo isso... Não tem como ficar totalmente feliz. Mas acabei abrindo um sorriso leve ao lembrar que, mesmo se ele sair da minha vida, Izuku tinha acabado de entrar.

-Eu mandei você ir embora, porra! Você não é mais nada pra mim! - gritei, me aproximando - Eu já tenho que olhar para você sempre na banda, não quero você aqui, a não ser que seja um ensaio.

-Mas... - ele se recuperou, fechando o rosto novamente e andando atrás de mim, batendo no meu ombro e segurando o microfone.

-O que você...?

-Izuku. - ele sorriu sarcástico - Eu sei que consegue me ouvir daqui, você tem que saber que o Bakugou nunca irá gostar de você de verd-

-Você é um homem morto! - avancei nele, tirando o microfone da mão dele e deixando um soco em seu rosto.

Quando ele caiu no chão, eu senti a dor na minha mão. Ele estava meio inconsciente e eu acabei soltando o microfone na hora, meus olhos arregalados ainda sem acreditar.

Não era essa minha intenção...
Eu nunca iria machucá-lo, ele sempre foi alguém muito importante para mim.
Eu me exaltei tanto, só por ele ameaçar o Izuku?

Esperei em pé enquanto ele se levantava, limpando uma gota de sangue da própria boca enquanto me olhava sorrindo.

-Esse é você, é uma pena que o tal Izuku não te conheça tão bem quanto eu.

-Vai embora.

-É claro, caramelo.

Senti todo meu corpo se arrepiar, eu nunca mais ouvi esse apelido vindo dele, e nunca ouvi com tanto sarcasmo.

-Não me chame assim - cuspi as palavras, jogando o rosto para o lado e olhando para baixo.

-Oh... Você ainda não superou? - ele riu - Você é mais sensível do que apar-

Eu poderia desmanchar ali mesmo, mas toda a tristeza acabou se transformando automaticamente em raiva, como meu escudo.
Cortei a fala dele, agarrei a gola de sua camisa e comecei a puxá-lo pelas escadas para fora de minha casa.

-Você lembra que me puxava assim quando nós iamos fu-

-Cala a boca, seu merda! - gritei, puxando ele mais forte.

-Sabe, eu acho que Izuku combina muito mais com Shoto - ele riu e eu rosnei.

Ao chegar na porta, abri quase em um chute e joguei ele para fora. Por sorte ele caiu na grama e ainda ria de mim, logo depois se levantou.

Afraid to Sing // BakudekuWhere stories live. Discover now