23 - Entre o ódio e a dança

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|Entre o ódio e a dança

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|Entre o ódio e a dança

"Eu quebrei as janelas do seu carro
E não, isso não consertou meu
coração partido
Eu provavelmente sempre terei
essas cicatrizes feias
Mas nesse momento, eu nem ligo
para isso"

Bust your windows – Jazmine Sullivan

    A tensão no elevador parecia se misturar com o oxigênio entre as discussões de Alan e Daisy, até que finalmente puderam sair.
    A garota foi andando a passos duros pelo corredor, coberta apenas pela jaqueta de Ross, não se importando com os seguranças ao redor que pareciam levemente confusos com a situação, porém nem um pouco surpresos, afinal Las Vegas lhes proporcionava surpresas peculiares durante o dia, e principalmente a noite.

— Por que está me seguindo? — a voz de Daisy saiu mais alto do que a sua intenção ao parar bruscamente e se virar para encara-lo.

— Quero minha jaqueta de volta! — respondeu revirando os olhos, quase tão irritado quanto ela. — Quando você se vestir.

— Nossa, mas que belo cavalheiro. — fez questão de ressaltar a ironia.

— Deveria me agradecer. — Alan retrucou. — Está muito melhor só de jaqueta do que com aquele pedaço de pano velho!

— Era um vestido de dez mil dólares! — praticamente gritou. — Você rasgou meu vestido de dez mil dólares no elevador, Sr. Ross. — disse devagar como se tentasse fazê-lo entender, enquanto os seguranças evitavam pensar o que aconteceu entre eles naquele pequeno lugar. — De um dos estilistas mais famosos de Las Vegas, mas um cara como você não entende!

— Ah, me desculpe se eu não falo patricinhes! — exalou sarcasmo ao observar as íris que brilhavam em raiva a sua frente, com o cabelo um pouco bagunçado para complementar.

    Eles estavam brigando em um volume considerado alto um com o outro no meio do corredor.

— Essa palavra nem existe! Você continua o mesmo cretino babaca que conheci naquele dia. Então vai pro inferno! — berrou.

    Deus, por que estou tão nervosa? Esse cara realmente consegue me tirar toda a paciência e estabilidade.

— Se você não estiver lá, aposto que será um lugar muito mais agradável do que aqui! — devolveu, prestes a entrar no alojamento dela, quando a garota passou pela porta sem esperá-lo.

   O maior e mais luxuoso, é claro. Pensou.

    Era um gigantesco apartamento.
    Em vez de ter quatro paredes como um quadrado ou retângulo, o lugar era quase um enorme círculo, contido apenas pelas janelas de vidro que iam do piso ao teto, cujo à frente havia uma abertura de três degraus no chão onde se localizava um grande sofá em L do qual oito pessoas poderiam se sentar confortavelmente junto a duas poltronas, e uma mesinha de centro, além da televisão.
    A esquerda havia uma escada para o segundo andar, passando por cima da mesa de jantar sobe a cozinha, a qual não havia nenhuma parede entre ela e a sala. Os degraus separados possuíam uma pequena luz em cada um deles, enquanto o corrimão prateado se unia a uma parte dela, considerando que não tinha como entrar em contato com a parede.
    Tanto a esquerda quanto a direita havia vidro, talvez em uma tentativa de simular segurança na escadaria.
    O azul da noite e as luzes neon emitidas por Las Vegas — a qual podia ser vista perfeitamente dali — eram admiráveis e combinavam com a paleta de cores, a qual se resumia em branco, preto, cinza e uma iluminação brevemente dourada.
    Além de muitos outros detalhes, que deixou de notar no momento por ouvir a voz de Daisy.

Runner's Soul - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora