São poucas as pessoas que conquistaram a confiança de Maya Ross, e seu irmão é uma delas. Mas quando um tumor cerebral leva sua mãe a morte e Alan Ross mata o próprio padrasto em uma briga, não querendo voltar para a cadeia, os dois tem que sair de...
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|Cartas ao jogo
"Nos seus olhos, há uma grande tristeza Um para amar e um para perder Doce divisão, uma verdade pesada Água ou vinho, não me faça escolher"
Wolves – Selena Gomez, Marshmello
Algumas horas depois
— Boa tarde, Las Vegas! — disse Daisy, com a voz podendo ser escutada perfeitamente por toda a plateia que a assistia.
As pessoas a aplaudiam e assobiavam sem parar, até um segundo sinal de que o show precisaria começar. Daisy Lancaster se encontrava em cima de dois tanques de água, usando um biquíni dourado e brilhante, com saltos finos. O primeiro onde ela seguia localizada em pé no monumento, esperando por sua entrada, onde ficaria presa e teria que se soltar de sua algema e corrente enroscada nas grades. Caso contrário, cairia em um tanque com três tubarões. Uma das paredes possuía um relógio com um exuberante ponteiro vermelho, pronto para começar a marcar o tempo.
— 1... 2...— as pessoas começaram. — 3 e já! — o chão que a garota pisava se abriu, sentindo seus cabelos, assim como seu corpo atingirem a água e se molhar por inteira.
O tempo estava passando e as pessoas se animaram ao ver o sorriso dela após soltar a algema. O tempo está passando. Essa frase se repetia dentro da mente de cada um ali presente. O tempo está passando.
O ponteiro já havia avançado em seu caminho quando Daisy começou a dar murros e pontapés no vidro em pedido de socorro. Enquanto os tubarões a esperavam prontamente. Em questão de segundos, o público notou o desespero e o medo em sua expressão, correndo para bater no vidro como se fosse ajudá-la, sem sucesso. Daisy continuou tentando, e no momento que conseguiu se livrar das correntes, o segundo tanque de água se abriu, e o dela se fechou. As pessoas gritaram em pânico ao ver a cor vermelha se espalhar por toda a água após seu corpo se encontrar com os tubarões. Chamavam pela produção e seguranças, até que de repente em meio aos berros ouviu-se alguém falar do outro lado da plateia.
— Isso é loucura! — Daisy gritou em pé do lado oposto, sorrindo e batendo seus saltos no chão, completamente encharcada. — Onde já se viu? Tubarões no deserto? É o tipo de coisa que deveria ser proibida. — seu sorriso se alargou, e todos foram até ela em comemoração.
Uma vez ilusionista. Sempre ilusionista! Porque uma vez mentirosa, sempre mentirosa. Se curvou perante todos em forma de agradecimento pelos aplausos, recebendo alguns cumprimentos.
Uma hora após a apresentação, Daisy já havia trocado de roupa e colocado a mesma que usou de manhã, caminhando para fora da casa de shows. Observando um pouco o lugar, até que olhou diretamente para o primeiro tanque de água, acima dos tubarões, onde seu colar dourado com um pingente de estrela de oito pontas, quatro menores e quatro maiores, estava no meio daquela água, e o seu bilhete — quase idêntico ao de Alan — estava no chão, molhado.
