Eu descobri que minha cura é você.

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Pov. Lizzie:

Estávamos andando pelo estacionamento, S/n procurava pelo motorista que me trouxe até aqui, ao avista-lo próximo ao carro ela da um sorriso simpático ao homem que acena de volta. 

— Espere aqui, está bem? — Ela solta a minha mão e segue até o homem.

Fico a uma distância segura, o suficiente para conseguir ouvir a conversa dos dois. S/n e o motorista que eu descobri que se chama Thesan estavam escorados no carro tendo uma conversa animada enquanto dividiam um cigarro. 

Uma das mãos no bolso da calça social, a pose descontraída e o sorriso de lado. Esse era meu ponto fraco. Que droga hein Lizzie, mesmo tendo uma ferida que há muito tempo eu achava ter cicatrizado, descubro ainda aberta em meu peito, eu não conseguia deixar de  me sentir fraca por essa maldita mulher. O problema é que ela ficava mais linda cada vez que eu olhava. 

— Então Thes, você podia fazer um favor para a sua amiga aqui né?! — Ela apoia sua mão no ombro dele que lhe encara pensativo. 

— Diga S/a  —Ela dá uma tragada no cigarro e sorri de lado.

— Preciso do carro. 

— Você sabe que se aparecer um arranhão neste carro eu vou para o olho da rua né — Ele coça o queixo coberto de barba. —Mas se você fotografar a minha filha ele é todo seu. 

— Perfeito. —S/n pega a carteira de cigarro do bolso do paletó do homem junto com a chave e guarda no próprio bolso da calça. — Tenho horário na Quarta 14h, não se atrase. 

—Elizabeth, querida — Ela abre a porta do carro e faz sinal para que eu entre. 

Já faziam 20 min que  S/n dirigia por Londres, eu não tinha ideia de onde estávamos indo até que ela estaciona o carro em frente a um grande prédio, a fachada revestida com vidro, deveria ter no mínimo uns 20 andares. Eu não sei ainda como vou iniciar essa conversa com ela, talvez eu esteja me precipitando, ser galanteadora não é uma prova de que ela mudou, ainda mais quando ela faz isso com todo mundo. 

Na cobertura do prédio havia um restaurante incrível, eu nunca tinha visto nada igual, S/n era conhecida entre os funcionários, eles tinham até apelidos entre si.

Estávamos em uma mesa afastada de todos, quando eu decidi que era hora de abrir o jogo com ela e resolver isso logo de uma vez.

—S/n a gente precisa conversar — Digo tentando esconder o meu nervosismo — Eu cansei de ficar de joguinhos com você...

— Elizabeth eu...

— Não, por favor. Me deixa falar — Digo tentando não alterar o meu tom de voz. —  Eu sou completamente trouxa por você, pela forma que você sorri, se move ou simplesmente respira perto de mim. E você não faz ideia do quanto eu te odeio por isso.

Ela devia o olhar para as mãos que descansavam sobre o colo, uma mecha do cabelo cobria parte do seu rosto.

—Você me quebrou, teve meu coração em suas mãos. Mas decidiu que era melhor quebra-lo em mil pedacinhos. —Continuo lutando contra as lágrimas. —Então você volta me querendo de volta. E só então eu percebo que por malditos cinco anos, eu menti para mim mesma. Eu nunca me curei de você e tendo você aqui, eu descobri que minha cura é você.

Vejo ela erguer os olhos brilhando em minha direção. 

— Mas algumas coisas terão que mudar okay? — Digo séria. —Preciso saber que você é só minha.

Ela não responde e isso me assusta muito, então ela simplesmente levanta e me arrasta para o elevador. O painel indicava que nos iriamos ao terraço. O que ela iria fazer lá?

All these YearsOnde histórias criam vida. Descubra agora