Eu vou rezar que o meu celular não toque.

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Pov. S/n: 

Eu desperto, não sei se despertar é a forma certa de descrever o que realmente acontece, meu corpo por alguns minutos parece não responder aos meus comandos, os meus olhos não querem abrir, não que eu tenha forças para isso. Quando minhas pálpebras  se abrem, meus olhos tentam se acostumar com a escuridão do lugar, onde quer que eu estivesse com certeza era longe de casa. 

Eu estava jogada no chão de um galpão caindo aos pedaços, podia sentir o frio do chão úmido penetrar os meus ossos como agulhas de gelo, o gosto de sangue enchia minha boca sempre que eu tentava engolir, minhas costelas pereciam ter sido esmagadas por um elefante. O que quer que tivessem feito comigo não passava de um borrão nas minhas lembranças, mas de uma coisa eu conseguia lembrar com clareza, a dor insuportável que me atingiu na lateral do corpo.

Eu precisava sair dali, então forcei o meu corpo a se erguer, em busca de qualquer luz ou algo que pudesse me tirar dali. Eu começo a tatear o chão em busca do meu celular, talvez eu desse sorte e encontrasse ele com bateria. Era quase impossível  respirar, meu braço direito abraçava meu tórax na intensão falha de aliviar a dor. 

Encontro o meu celular com apenas 3% de bateria. Teria que servir.

Busquei o único contato que poderia me ajudar naquele momento. 

— Onde você se meteu porra?! — A voz exaltada do outro lado da linha de alguma forma se tornou minha luz no fim do túnel.

— Brie a gente conversa depois... — Meu ar termina e eu acabo gemendo de dor. —Eu não sei onde estou...

2%

— Eu preciso que você me ajude.

— Como não sabe onde você está? O que aconteceu? Olha eu não posso ficar te salvando cada vez que você bebe demais e vai parar na casa de algum desconhecido.

1%

—Brie é sério, eu estou em um galpão, deve ser zona industrial.

— Isso é muito vago S/n.

—Ele é de madeira não deve ter muitos de madeira, Brie... — Forço o ar a entrar no meu corpo.

—Eu não pos...

Droga, droga, droga.

Pov. Narrador:

A neve cobria a cidade inteira, nem mesmo o sol que brilhava fraco conseguia mudar a paisagem. S/n queria estar na sua nação, aproveitando o verão que lá fazia, talvez ela fosse ao Brasil, mas o país trazia tantas lembranças que talvez não fosse uma boa ideia revive-las.

No painel do carro o brilhava o nome da Brie, aceito a chamada e espero que sua voz invada o veículo.

— S/n...

— Olha se não é o ser mais lindo da minha vida. —S/n sorri olhando para a loira que trazia um olhar desconfiado —Na verdade, você é o segundo Brieanne.

— Você soube da reunião que o Kevin convocou?

— Não, ele disse sobre o que é? —Paro o carro esperando o sinal abrir, pequenos flocos de neve começavam a cobrir o para-brisa, o dia estava perfeito para uma grande caneca de chocolate quente.

— Parece ser  para passar alguns detalhes para a nova atriz.  E você está atrasada S/n.

— Bom, eu não vou. —digo com tranquilidade, mais uma das reuniões desnecessárias de Kevin que eu alegremente não iria, já que eram um verdadeiro saco.

All these YearsWhere stories live. Discover now