05. No céu, uma miscelânea de cores. Em mim, de sentimentos

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Oie, espero que você esteja bem! 💜

Boa leitura e aprecie esse capítulo, ele é bem importante pra história :))

Boa leitura e aprecie esse capítulo, ele é bem importante pra história :))

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20 de julho de 1790.

Querido Diário,

Escrevo-te hoje pois ontem voltei muito cansado do jantar dos Jeon. Além do esforço físico, o mental também foi exigido, em grande quantidade. Quando se está entre pessoas ricas, é preciso manter uma faceta que não é tua, e isso cansa demais. Outra situação que me preocupou bastante e, por conseguinte, esvaiu minha parcela de energia, foi o modo como Jeongguk estava me tratando diante de todos.

Bom, mas não quero começar o relato dizendo sobre isso. Prefiro partir do início.

O senhor Son emprestou-me um de teus melhores paletós. Disse-me que sou como um filho para ele. Não considero Yumi como minha irmãzinha à toa.

Embora a mansão dos Jeon seja bem próxima da dos Son, fomos de carruagem, por ser mais chique, eu acho. Usamos a estrada principal, com isso passamos de frente à praça de Mansan. Desde que me mudei para cá, não visitei o local, mas já o conhecia antes. A energia que emana dali não me agrada, arrepio dos pés à cabeça. Não sei, Diário. É como se eu fosse capaz de ouvir os gritos de todas as vítimas que foram condenadas à morte naquela praça, ou que sofreram alguma humilhação pública. Sinto em minha pele a dor pelas quais elas passaram, acusadas de crimes que, sinceramente, sequer sabemos se cometeram mesmo.

Afinal, o que é considerado justiça aqui na Terra? É indubitável: a justiça humana é muito diferente da divina. Ela é cruel. Preciso me conformar que sou um pecador só porque pessoas que se diziam "discípulas do Senhor" determinaram isso em uma escritura "sagrada"? Como me conformarei com algo desse tipo se elas se contradizem o tempo inteiro? Impossível Deus ser assim tão ruim como essas pessoas pregam por aí.

Não quero falar sobre isso agora, é um assunto delicado, fico à flor da pele. O mundo está desse jeito, ignorante, por causa de pessoas como eu, que apenas se calam e consentem. Não me orgulho disso. Odeio minha gaiola.

Enfim, chegamos à mansão dos Jeon. Não tenho certeza se foi apenas uma impressão minha, mas acho que ela enriqueceu ainda mais desde que estive lá na semana passada. Fomos recepcionados pelo mordomo e, enquanto os três Son andavam pelos corredores alheios aos quadros, esculturas, vasos e arquitetura, eu rodopiava conforme caminhava, maravilhado com tudo o que minhas vistas alcançavam. Eu poderia gastar uma eternidade só apreciando o interior da mansão, reparando nos detalhes luxuosos dali.

Quanto mais nos aproximávamos da sala de jantar, mais era possível distinguir os acordes de piano, os quais ressoavam da direção que seguíamos e me enlaçava feito um feitiço. Alcançamos nosso destino e a família Son foi cumprimentar os outros convidados, além dos anfitriões. Já eu me espreitei para o cômodo ao lado: a sala de estar onde havia o piano de cauda.

Em uma outra vida, eu serei o teu garoto | taekook [🕊️]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora