A Domadora de Dragões ❪ 𝐇.𝐏 ❫

𝟎𝟏 ˟˖ reunião de família ˿

Já eram por volta das três da madrugada quando Athena aterrissou na frente da casa do seu pai. Estava com frio, se sentindo mais sozinha do que nunca, morrendo de sono, com medo e com raiva, só tinha trago a sua vassoura e a sua varinha (exatamente como Carlinhos tinha a instruído, maldito Weasley, não se deu ao trabalho nem de dar um casaco para a sua melhor amiga), não se lembrava que atravessar o céu noturno era tão desgastante. Se sentia derrotada, mas a sua curiosidade era mais forte do que qualquer dor física. "É bom que você tenha algo interessante a dizer, velhote" sussurrou em tom de ameaça para si mesma, enquanto dava batidas suaves na porta.

E Olho-Tonto não demorou a abrir a porta, com a sua varinha em punho, como sempre. Estava prontíssimo para azar qualquer coisa que cruzasse no seu caminho, mesmo que essa coisa fosse a sua filhinha. Mas aquilo não era surpresa alguma para a Moody, que já esperava esta abordagem agressiva: afinal, aquele era o grande Alastor Moody, não um feiticeiro qualquer! Ele era praticamente Batman do mundo bruxo. Era até reconfortante saber que ele continuava assim, paranoico (agora beirando a maluquice).

— Qual é o seu tipo de favorito de dragão? — Alastor perguntou, tendo o seu olho mágico, de cor azul elétrico fixo em sua filha. Ele estava a testando, é claro, mas aquela era uma pergunta muito besta, mas talvez o velho Moody tenha se esquecido de coisas mais relevantes e íntimas de sua filha, o que é de se esperar, já que nunca gostou muito dela.

— Olho-de-Opala. — Athena respondeu. — Você não tá mal, meu velho.

— Igualmente. — resmungou, fazendo um sinal para que a sua filha entrasse em casa.

Ah, aquela casa não tinha mudado nem um pouquinho desde a última vez que Athena esteve por ali — nem Olho-Tonto tinha mudado muito, só parecia precisar de uma boa noite de sono. Sentia como se estivesse voltando no tempo, se lembrava como se fosse ontem o dia em que implorava de joelhos para que o seu pai que a deixasse continuar morando com ele, e tentando o convencer que não tinha feito nada de errado, e não tinha feito mesmo. Como ela era apegada a Alastor... Ele com certeza não merecia a filha que tinha, Athena nunca tentou fazer nada muito errado antes de ser expulsa de casa. No máximo algumas confusões de escola, mas, em sua defesa, ninguém vai a Hogwarts apenas para ficar calado e estudar.

— Não sei porque ainda faz estas perguntas idiotas, papai. — disse Athena, olhando atentamente para as paredes, tentando notar alguma diferença. Mas não. Estava tudo igual. — Acho muito improvável que algum daqueles Comensais acéfalos consiga te enganar.

É, achava mesmo, mas a sua memória vagou até o início do ano, quando ela soube pelo Prof. Dumbledore que o seu pai tinha sido sequestrado e um dos seguidores de Voldemort, Bartolomeu Crouch Jr, havia se passado por ele durante o ano escolar inteiro. Ela teve que esconder a sua risada na ocasião, porquê esperava mais dele, ele não era o grande Olho-Tonto Moody, o melhor dos melhores?

— Cale a boca. — resmungou.

— Tá. — Athena respirou fundo, não gostava de pessoas resmungonas como ele. — Por que você quis me ver? E por que não enviou a mensagem para mim, como uma pessoa normal?

— Carlinhos é de confiança. E além do mais, você sequer abriria uma carta minha, eu sei que não. — ele resmungou outra vez a resposta, como se achasse aquilo uma pergunta estúpida.

— Não abro porquê você não me escreve, nunca se deu ao trabalho. — ela pressionou a sua língua na parte interna da bochecha, demonstrando sua impaciência. E ela não era a única impaciente, Alastor estava inquieto, estava tramando algo. — Fale logo, tem alguma coisa haver com o retorno de Voldemort?