Em um mundo onde a magia sussurra segredos obscuros e o poder é uma lâmina afiada, duas famílias lendárias, Malfoy e Wyrmwood, não são apenas parte dos Sagrados Vinte e Oito; elas são guardiãs de um legado envolto em sombras e traições. Após escapar...
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Após a intensa discussão com Theodore Nott, ocorrida há dois dias, a atmosfera na Sonserina mudou drasticamente. Os colegas de casa, antes indiferentes, agora o ignoravam quase por completo, exceto pelas irmãs Greengrass e algumas famílias de menor prestígio que pareciam se aliar a ele em um esforço desesperado para recuperar sua posição. O silêncio pesado nas salas comuns refletia a tensão crescente, enquanto rumores sussurrados ecoavam entre os corredores, alimentando a curiosidade e o desprezo em igual medida. A solidão de Nott tornava-se palpável, como se ele estivesse preso em uma teia de intrigas e desconfianças.
Diante da minha incapacidade de me expressar verbalmente, fui forçada a mergulhar ainda mais fundo na arte da Legilimência. Cada dia tornava-se uma nova oportunidade de aprimorar ainda mais a minha habilidade, transformando uma limitação em uma vantagem inesperada. A mente dos alunos ao meu redor era um turbilhão de pensamentos descontrolados e emoções à flor da pele, e eu tornava-me uma espectadora privilegiada desse espetáculo mental.
Enquanto as vozes internas deles ecoavam em minha mente, eu precisava não apenas captar essas informações, mas também dominar meu próprio autocontrole. Era um jogo delicado: cada fragmento de pensamento que eu absorvia era uma chave para entender melhor aqueles que me cercavam, mas também um teste constante para não me deixar levar por suas emoções caóticas. Assim, em meio ao caos mental dos outros, eu buscava a serenidade interior, transformando cada sessão de Legilimência em um treinamento para minha própria mente e espírito.
Meu pai sempre teve uma aversão profunda ao uso excessivo da Legilimência, a ponto de me proibir categoricamente de compartilhar essa habilidade com qualquer um, nem mesmo com Draco. Ele só descobriu a verdade quando começamos a treinar juntos e ficou surpreso ao perceber que eu não era apenas habilidosa, mas realmente excepcional.
Em uma conversa intensa e reveladora, sentei-me com Draco e abri meu coração. Expliquei que nasci com esse dom, mas que durante anos evitei usá-lo. O controle era fundamental; frequentemente me via perdida em um labirinto de pensamentos alheios, confusa entre o que era meu e o que pertencia aos outros. Quando compartilhei isso com ele, vi a expressão de choque se transformar em admiração. Para minha surpresa, Draco não ficou assustado; em vez disso, achou fascinante que eu pudesse acessar as mentes das pessoas.
Mas não deixei que a empolgação dele me enganasse. Com um olhar sério, expliquei que essa habilidade tinha um preço. Já passei por situações em que me sentia invadida por pensamentos estranhos, momentos em que não conseguia distinguir entre minhas próprias emoções e as de quem estava ao meu redor. Era como se eu estivesse em um mar revolto de sentimentos, sem saber qual direção seguir. E, embora eu pudesse ler sua mente com uma facilidade alarmante, assegurei a Draco que raramente o fazia. Afinal, havia uma linha tênue entre curiosidade e invasão, e eu preferia manter essa fronteira intacta.