Terminei de comer e fui lavar meu prato na pia.
-Deixa aí que eu lavo - disse Marc vindo até mim, que também tinha acabado de comer.
-Quem come, lava - peguei uma esponja.
-Na sua casa não deve ser assim. E minha mãe mandou EU lavar.
Dessa vez ele me pegou. Deixei o prato e a esponja em cima da pia e ele fez o mesmo. Ele foi até a geladeira e pegou uma galette.
-Você quer?
Balancei a cabeça afirmando. Então ele pegou dois pratos, colocou um pedaço em cada e me deu um.
-Eu tive uma ideia pro trabalho - disse comendo um pedaço da galette.
Ele olhou pra mim.
-Como você escreve e eu desenho, podíamos fazer uma HQ.
Ele pensou um pouco.
-É uma boa ideia, mas...
-Não precisa ter vergonha. Tenho certeza de que você escreve muito bem.
-Vou tentar.
Terminamos a galette, e Marc colocou tudo na lava - louças. Esperto ele. Depois ele mandou eu esperar no quarto, que só ia escovar os dentes. Enquanto eu tava no quarto, peguei uma pasta e o meu estojo. Fiquei pensando sobre o que seria essa HQ, quando escutei um barulho vindo lá de fora. Olhei pela janela e vi que era um akumatizado. Marc entrou no quarto.
-Você ouviu isso? - perguntou ele assustado.
-É um akumatizado. Um super vilão que o Shadow Moth cria - ele pareceu confuso - Vou explicar.
Disse tudo o que sabia pra ele. Na verdade o que eu tinha visto no Ladyblog. Que o Shadow Moth é um super vilão ou vilã que ninguém sabe quem é, que fica transformando os outros em vilões se elas ficarem com sentimentos negativos. E que somos salvos pela Ladybug e pelo Cat Noir, heróis de Paris, que também tem identidades secretas.
-Que doido. Lá em Nova Iorque também tem super heróis, mas nós sabemos a identidade deles.
-Você é de Nova Iorque? Minha turma foi pra lá 3 anos atrás, mas eu não pude ir por causa do meu pai. Mas tudo isso me deu uma ideia pro trabalho. Podíamos fazer uma HQ sobre a Ladybug e o Cat Noir, e criar um super vilão.
-Não é uma má ideia, mas eu vou ficar boiando, até porque eu acabei de chegar.
-Tá tudo bem. Pega aí o que você precisa. Ele foi pegar um caderno e uma caneta e acabou deixando cair aquele livro preto, que rapidamente o pegou e guardou de novo. Abri minha pasta e comecei a procurar uma coisa. Ele se virou pra mim e mostrei um desenho pra ele.
-Esse sou eu quando fui akumatizado. Ilustrador do Mal.
-Nessa época eu ainda não desenhava tãaaao bem assim.
-Ficou muito bonito. O desenho - ele ficou envergonhado e eu ri.
-Vamos começar logo esse trabalho?
-Vem comigo - disse saindo do quarto.
Segui ele e entramos na porta da frente que era tipo uma sala de tv com escritório. Tinha um sofá cama, uma TV grande, duas escrivaninhas e várias estantes de livros.
-É aqui que eu costumo ficar.
-Cara, que incrível!
Ele se sentou em uma escrivaninha e eu na outra que ficava ao lado. Começamos a falar sobre a HQ e as ideias iam fluindo. O Marc começou a escrever. Ele não conhece muito da Ladybug e do Cat Noir, mas tinha as melhores ideias. Enquanto ele ia escrevendo, e eu só desenhava as cenas. Nós acabamos tudo naquele mesmo dia, e quando olhei pro relógio na parede, já eram mais de 18:00.
-Caramba!
-Que foi?
-Olha a hora! Meu pai vai me matar!
Peguei meu celular pra ligar pra ele, mas tava descarregando.
-Me empresta seu celular? Pra eu ligar pro meu pai.
Ele assentiu e saiu do quarto. Voutou e me entregou o celular já no telefone. Por sorte sabia o número do meu pai de cor. Eu sou muito bom de memória.
-Alô!
-Pai, sou eu!
-Nathaniel? Posso saber onde você está? E de quem é esse número?
-Eu vim pra casa de um colega fazer um trabalho de escola.
-E nem pensou em me avisar?
-Meu celular descarregou.
-Que seja, me diz onde você tá que eu vou aí te buscar. Tá muito tarde pra você ficar andando sozinho por aí.
Disse pra ele onde tava e ele disse que me encontraria na fonte. O Marc tava distraído olhando o trabalho, então aproveitei pra salvar meu número no contato dele.
-Aqui Marc.
-Ele se virou pra mim e entreguei o celular pra ele.
-Meu pai tá chegando. A gente pode se ver amanhã pra passar o trabalho a limpo?
-Claro!
-Vou deixar minha pasta aqui.
Peguei minhas coisas no quarto dele, e depois ele me acompanhou até a saída.
-Eu salvei meu contato no seu celular. Me manda mensagem.
Ele ficou um pouco corado.
-Ok!
-Nos vemos amanhã na escola?
-Hum rum!
-Então tchau!
-Tchau!
Fui até o banco na frente da fonte e me sentei. Esperei alguns minutos e vi o carro do meu pai chegando. Fui até lá, me sentei no banco do carona e ele já foi falando.
-Eu fiquei preocupado, sabia? Quando eu cheguei você não tava em casa, e quando eu liguei pra Chloe, ela disse que não tinha te visto hoje.
-Desculpa! Na próxima vez eu dou um jeito de te avisar.
-Acho bom!
-Amanhã eu venho de novo.
-Vê se não volta tão tarde dessa vez.
Fomos o caminho todo em silêncio. Fiquei pensando em como Marc era um cara legal. Mesmo sendo bastante tímido e não conhecendo ele direito, acho que vamos nos dar muito bem.
Chegando em casa, fui pro quarto tomar um banho e vesti um pijama. Coloquei meu celular pra carregar e desci pra jantar, e acho que meu pai já tinha jantado. Subi de novo e fui mecher no meu celular que já estava em 15%. Quando desbloqueei ele, tinha várias mensagens do meu pai e de Chloe, e também tinha uma de um número que eu não conhecia. E já desconfiei quem era.
-Oi, é o Marc!
Abri um sorriso.
-Oi!
Ele apenas visualizou e não respondeu. Larguei o celular, liguei o aquecedor e capotei na cama.
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Marcaniel: Um Novo Amor
FanfictionNathaniel é um artista famoso de 17 anos que tem uma vida um pouco difícil com escola, trabalho e uma namorada e um pai que não são muito fáceis de se conviver. Mas sua vida pode mudar ao esbarrar no novo colega de classe, que pode se tornar muito m...