Capítulo 3

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Terminei de comer e fui lavar meu prato na pia.

-Deixa aí que eu lavo - disse Marc vindo até mim, que também tinha acabado de comer.

-Quem come, lava - peguei uma esponja.

-Na sua casa não deve ser assim. E minha mãe mandou EU lavar.

Dessa vez ele me pegou. Deixei o prato e a esponja em cima da pia e ele fez o mesmo. Ele foi até a geladeira e pegou uma galette.

-Você quer?

Balancei a cabeça afirmando. Então ele pegou dois pratos, colocou um pedaço em cada e me deu um.

-Eu tive uma ideia pro trabalho - disse comendo um pedaço da galette.

Ele olhou pra mim.

-Como você escreve e eu desenho, podíamos fazer uma HQ.

Ele pensou um pouco.

-É uma boa ideia, mas...

-Não precisa ter vergonha. Tenho certeza de que você escreve muito bem.

-Vou tentar.

Terminamos a galette, e Marc colocou tudo na lava - louças. Esperto ele. Depois ele mandou eu esperar no quarto, que só ia escovar os dentes. Enquanto eu tava no quarto, peguei uma pasta e o meu estojo. Fiquei pensando sobre o que seria essa HQ, quando escutei um barulho vindo lá de fora. Olhei pela janela e vi que era um akumatizado. Marc entrou no quarto.

-Você ouviu isso? - perguntou ele assustado.

-É um akumatizado. Um super vilão que o Shadow Moth cria - ele pareceu confuso - Vou explicar.

Disse tudo o que sabia pra ele. Na verdade o que eu tinha visto no Ladyblog. Que o Shadow Moth é um super vilão ou vilã que ninguém sabe quem é, que fica transformando os outros em vilões se elas ficarem com sentimentos negativos. E que somos salvos pela Ladybug e pelo Cat Noir, heróis de Paris, que também tem identidades secretas.

-Que doido. Lá em Nova Iorque também tem super heróis, mas nós sabemos a identidade deles.

-Você é de Nova Iorque? Minha turma foi pra lá 3 anos atrás, mas eu não pude ir por causa do meu pai. Mas tudo isso me deu uma ideia pro trabalho. Podíamos fazer uma HQ sobre a Ladybug e o Cat Noir, e criar um super vilão.

-Não é uma má ideia, mas eu vou ficar boiando, até porque eu acabei de chegar.

-Tá tudo bem. Pega aí o que você precisa. Ele foi pegar um caderno e uma caneta e acabou deixando cair aquele livro preto, que rapidamente o pegou e guardou de novo. Abri minha pasta e comecei a procurar uma coisa. Ele se virou pra mim e mostrei um desenho pra ele.

-Esse sou eu quando fui akumatizado. Ilustrador do Mal.

-Nessa época eu ainda não desenhava tãaaao bem assim

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-Nessa época eu ainda não desenhava tãaaao bem assim.

-Ficou muito bonito. O desenho - ele ficou envergonhado e eu ri.

-Vamos começar logo esse trabalho?

-Vem comigo - disse saindo do quarto.

Segui ele e entramos na porta da frente que era tipo uma sala de tv com escritório. Tinha um sofá cama, uma TV grande, duas escrivaninhas e várias estantes de livros.

-É aqui que eu costumo ficar.

-Cara, que incrível!

Ele se sentou em uma escrivaninha e eu na outra que ficava ao lado. Começamos a falar sobre a HQ e as ideias iam fluindo. O Marc começou a escrever. Ele não conhece muito da Ladybug e do Cat Noir, mas tinha as melhores ideias. Enquanto ele ia escrevendo, e eu só desenhava as cenas. Nós acabamos tudo naquele mesmo dia, e quando olhei pro relógio na parede, já eram mais de 18:00.

-Caramba!

-Que foi?

-Olha a hora! Meu pai vai me matar!

Peguei meu celular pra ligar pra ele, mas tava descarregando.

-Me empresta seu celular? Pra eu ligar pro meu pai.

Ele assentiu e saiu do quarto. Voutou e me entregou o celular já no telefone. Por sorte sabia o número do meu pai de cor. Eu sou muito bom de memória.

-Alô!

-Pai, sou eu!

-Nathaniel? Posso saber onde você está? E de quem é esse número?

-Eu vim pra casa de um colega fazer um trabalho de escola.

-E nem pensou em me avisar?

-Meu celular descarregou.

-Que seja, me diz onde você tá que eu vou aí te buscar. Tá muito tarde pra você ficar andando sozinho por aí.

Disse pra ele onde tava e ele disse que me encontraria na fonte. O Marc tava distraído olhando o trabalho, então aproveitei pra salvar meu número no contato dele.

-Aqui Marc.

-Ele se virou pra mim e entreguei o celular pra ele.

-Meu pai tá chegando. A gente pode se ver amanhã pra passar o trabalho a limpo?

-Claro!

-Vou deixar minha pasta aqui.

Peguei minhas coisas no quarto dele, e depois ele me acompanhou até a saída.

-Eu salvei meu contato no seu celular. Me manda mensagem.

Ele ficou um pouco corado.

-Ok!

-Nos vemos amanhã na escola?

-Hum rum!

-Então tchau!

-Tchau!

Fui até o banco na frente da fonte e me sentei. Esperei alguns minutos e vi o carro do meu pai chegando. Fui até lá, me sentei no banco do carona e ele já foi falando.

-Eu fiquei preocupado, sabia? Quando eu cheguei você não tava em casa, e quando eu liguei pra Chloe, ela disse que não tinha te visto hoje.

-Desculpa! Na próxima vez eu dou um jeito de te avisar.

-Acho bom!

-Amanhã eu venho de novo.

-Vê se não volta tão tarde dessa vez.

Fomos o caminho todo em silêncio. Fiquei pensando em como Marc era um cara legal. Mesmo sendo bastante tímido e não conhecendo ele direito, acho que vamos nos dar muito bem.

Chegando em casa, fui pro quarto tomar um banho e vesti um pijama. Coloquei meu celular pra carregar e desci pra jantar, e acho que meu pai já tinha jantado. Subi de novo e fui mecher no meu celular que já estava em 15%. Quando desbloqueei ele, tinha várias mensagens do meu pai e de Chloe, e também tinha uma de um número que eu não conhecia. E já desconfiei quem era.

-Oi, é o Marc!

Abri um sorriso.

-Oi!

Ele apenas visualizou e não respondeu. Larguei o celular, liguei o aquecedor e capotei na cama.

Marcaniel: Um Novo AmorWhere stories live. Discover now