Capítulo 13

970 95 21
                                    

-Vamos, Alix, diz logo - já falava apreensivo.

-Primeiro você tem que saber o por quê de ter beijado ele, porque com certeza ele vai querer uma explicação.

-Mas eu já disse que não sei.

-Você sabe sim! Só não quer aceitar isso.

-Alix, você não tá me ajudando.

-Você é que não tá. Olha, eu tenho certeza de que o Marc só quer uma explicação. É melhor você pensar um pouco até ter certeza de alguma coisa. Talvez seja bom até pra ele.

-É, tem razão.

-Você já falou com ele?

-Ainda não.

-É, talvez é melhor dá um tempo mesmo.

Ficamos um tempo em silêncio e fiquei pensando no beijo com Marc. Também fiquei pensando o por quê de ele ter retribuído. Mas não vou negar que gostei bastante disso. Saí do transe com Alix estalando os dedos na minha frente.

-Hã? O que foi?

-Tava pensando no seu amado?

-Eu... só tava pensando se ele tá com raiva de mim.

-Hum... eu acho que não. Vocês eram bem amigos. Talvez ele tenha até gostado.

-Não fala besteira.

-Besteira? Ele retribuiu o beijo?

-Bom...

-EU SABIA!

-Não fica alegre não, talvez ele tenha retribuído só no calor do momento. Talvez nem tenha gostado do beijo - disse a última frase em um tom triste.

-Fica assim não. Talvez ele tenha gostado do beijo tanto quanto você - ela me abraçou de lado, mas eu me afastei.

-Você não tem que voltar pra casa do seu pai, não?

-Tenho sim! Tenho que vencer ele no Mortal Kombat.

-Ah é? Então vai lá e boa sorte.

-Tá me expulsando?

-Não, eu estou te convidando a sair da minha casa - me levantei.

-Que belo irmão você é, hein? - ela disse se levantando. Fomos até a porta.

-Nós não somos irmãos. E obrigado pela não ajuda.

Ela colocou os patins e se levantou novamente.

-Foi bom te ver também. Até amanhã, cabelo de fogo - disse e foi embora.

-SE EU SOU CABEÇA DE FÓSFORO, VOCÊ É UMA TOCHA HUMANA - gritei e ela só acenou.

Entrei em casa novamente e fui para o meu quarto. Peguei minha pasta e deitei na cama. Vi o desenho que Marc fez de mim, e não pude evitar de rir. Depois lembrei que também tinha desenhado ele, e fiquei procurando o desenho, até que achei. Fiquei olhando um tempo pra ele pensando se eu realmente tava gostando dele. Eu nunca tinha gostado de nenhum garoto. Mas o Marc me fazia muito bem. Ele me fazia rir, e nunca me deixava sozinho. Ele também era bem fofo com o jeito tímido dele.

Minha cabeça tava explodindo, e o único jeito de ter certeza do que eu tava sentindo era encontrando ele de novo. Eu não sabia se ele iria responder minhas mensagens, então peguei um papel e uma caneta e comecei a escrever.

"Primeiramente, queria te pedir desculpas pelo o que eu fiz noite passada. Eu ainda quero ser seu amigo. Se você não quiser falar comigo, eu vou entender, mas se quiser me encontra no mesmo local dia 30 às 23:00".

Peguei o desenho e coloquei dentro de um envelope. Peguei o bilhete, dobrei e joguei lá dentro também. Na frente do envelope escrevi "Para Marc".

Tomei um banho, e fui até a casa dele. Fui até a janela do quarto dele e olhei para ver se tinha alguém. Ele estava dormindo, e a janela estava fechada. Deixei o envelope em um pequeno espaço na janela e dei duas batidas. Vi ele se mexendo e saí correndo. Me escondi atrás de uma árvore um pouco longe dali, e pude ver ele pegando o envelope e entrando novamente. Agora só me restava esperar.

Marcaniel: Um Novo AmorWhere stories live. Discover now