Capítulo 32

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Mari

As emoções são sensações ao qual sentimos sem compreender, um coração acelerado, o famoso frio na barriga, borboletas no estômago, um sorriso sincero que acontece do nada, algo sem explicação. Posso afirmar que isso aconteceu comigo uma única vez na infância, aquela paixão de criança, o primeiro amor, doce e inocente, porém, esse sentimento tem ficado intenso quando estou ao seu lado. Sinto as batidas fortes do coração, a respiração alterada, o ar parecer escasso, minhas mãos tremem e um frio percorrendo todo o meu corpo. Isso era amor?

Não sabia explicar o que era, no entanto, gostaria de continuar sentindo essas sensações, elas ao qual despertou um desejo ardente dentro de mim, coisa essa que nunca senti com Vitor. Na verdade, meu ex-namorado era uma conveniência para a minha família, meus pais apoiaram por status, aliás, Vitor era rico, vem de uma família importante, tem um futuro brilhante como dizia a minha mãe, enfim, perfeito demais, mas a perfeição não se encaixava com a minha.

Senti um leve arrepio no meu corpo, acreditei que a temperatura em São Paulo havia diminuído e que talvez o ar-condicionado estivesse congelando o pequeno quarto de hospedes de Pedro, todavia o arrepio que sentia não era qualquer um, era um friozinho gostoso, como a brisa em um campo. Abri meus olhos devagarinho, sorri ao me deparar com Aron, um sorriso em seu rosto, uma regata branca mostrando algumas tatuagens em seus braços, poderia ver essa imagem sempre, o mesmo acariciava os meus cabelos.

– Finalmente, eu estava adorando ver você dormir, mas te ver acordar com esse sorriso é maravilhoso! – disse ele.

– Está uma delícia! – bocejei. – O que está fazendo aqui? – perguntei.

– Temos o almoço da Larissa, ela não avisou você? – falou.

Sentei-me na cama.

– Ela avisou! Você não entendeu, queria saber o que faz aqui dentro! – sorri, mas logo me dei conta de que estava apenas de baby doll e a vergonha me alcançou, peguei o lençol e me cobri até a cabeça deitando na cama novamente. – Você já pode sair Aron! – finalizei.

– Está com vergonha de mim? – me questionou.

– Se eu disser que sim, você vai rir de mim? – falei morrendo de vergonha.

Não era tímida, se pegamos e ansiava por ter um momento a sós com ele, no entanto, o sentimento era diferente, eu gostava dele, muito, e o medo me sondava naquele momento. Aron era um homem de vinte e oito anos, era quase dez anos mais velho que eu, enquanto havia apenas um homem na minha vida, ele com certeza teve várias garotas, por isso, a insegurança me tomava desesperadamente.

– Mari, não tem nada que eu não tenha já visto nesse estado! – ele deitou em cima de mim, descobriu o lençol do meu rosto, podia jurar que estava vermelha. – Já vi você com menos roupa, acredite, se quiser posso contar o que aconteceu naquele dia que você dormiu na minha casa! – um sorriso faceiro apareceu naqueles lindos lábios que haviam me hipnotizado naquele momento.

– Não, obrigada, prefiro deixar minha dignidade intacta! – disse sem piscar ainda enfeitiçada por sua boca convidativa.

– Não foi nada demais, mas... – ele me encarou sem continuar.

– Para! Aron, não, não quero saber! – coloquei minhas mãos nos ouvidos.

Aron tirou minhas mãos dos ouvidos, me encarou diferente, ele elevou minhas mãos acima da minha cabeça, meu coração começou a pulsar rapidamente, meu peito subia e descia descontrolado, engoli a saliva em minha boca. Fechei os olhos sentindo a respiração dele atravessar a minha pele, naquele momento meus pensamentos foram levados para o dia anterior ao qual pegamos a chuva, onde finalmente havia descoberto a sua identidade.

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