Capítulo 08 - James

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James

Sono pra cacete — Will murmurou para mim, quase emburrado enquanto ouvia Jeremy cantar as nossas músicas. — Você não disse que tinha achado alguém bom?

— É, mas a maldita não aceitou ainda. Aceite o nosso destino, e treine o Jeremy.

Não que eu tenha desistido de Hannah. Só estou dando espaço. Quero convencê-la sozinho, e algo me diz que vou conseguir. Seus olhos nunca mentem para mim, e eu já os vi brilhar uma vez ou outra quando toquei no assunto.

Maldita? Uma mulher? Quer uma mulher na nossa banda? — Will rosnou, irritado. — Mas que porra, Davenport?

— Estou falando de uma Janis Joplin, seu cretino. Trocaria uma Janis Joplin pelo Jeremy? Só porque ele tem um pau?

Will resmungou um xingamento, é óbvio que ele não trocaria. Ninguém trocaria. Hannah Lawson é um talento que eu descobri, e vou mostrar para o mundo.

— O combinado era até essa semana.

— Imprevistos acontecem. O Max pode confirmar os shows, até lá ela vai ter aceitado — eu afirmei, seguro do que estou dizendo. — Alguma festa pra hoje?

— Não sei, cara. Vou sair com a Beck, o Max e a Hannah.

Max e Hannah? Que porra é essa? — eu rosnei, puxando Will pelo braço. — Pra onde vocês vão? Estão saindo de casal agora?

— Boliche, cara — Will respondeu, segurando a risada. — Jake e Scott vão também, e a Cassie, amiga da Hannah. Você tem que parar de se entregar tanto, e apareça se quiser.

Vá se foder.

Fiquei irritado com a gargalhada de Will, que se foda ele. Não estou gostando de como ele está de olho em mim ultimamente. Aposto que fez fofoca com a Rebecca, porque ela me encheu o saco, me fazendo perguntas idiotas sobre o que eu sinto em relação a Hannah.

O que eu sinto? Bom, uma imensa vontade de irritá-la, somente isso.

Will foi embora mais cedo, me deixou na mão cuidando dos vocais de Jeremy. O cara é bom. Fez parte do coral durante todo o colegial, ganhou concursos, e ficou em segundo lugar como melhor performance de primavera. Nós ficamos em primeiro. Não tenho dúvida de que o cara vai fazer sucesso. Mas, pelo que vi até agora, a vibe dele não bate com a nossa.

No momento, é o que temos, porque sou um covarde do caralho e não quero assumir essa posição.

Dei carona para Jeremy, e cedi aos pedidos de Madison para passar o resto do dia na sua casa. Não estava muito a fim, mas estou devendo isso a ela desde a última festa.

E aí — eu a cumprimentei assim que cheguei, meio sem jeito, ela veio para me beijar e eu fui para abraçá-la.

— Legal que você tenha encontrado tempo pra mim.

Ofereci a ela o meu sorriso mais falso, evitando cair em sua provocação. Não é como se eu fosse obrigado a dar todo o meu tempo para Madison, ou necessariamente me organizar para adicioná-la em minha rotina.

— Meu pai comprou passagens pra San Diego, vamos passar o dia de ação de graças lá. Queria que você fosse comigo, só assim pra a minha mãe me dar um pouco de atenção.

— Ah, sem chances, Mad, eu sempre passo com a minha família.

— Nossa casa tem quarto para todos — retrucou.

Senti minha garganta fechar com a insistência dela.

Chegando na cozinha, enchi um copo com água gelada. San Diego parece bom, é claro... Cecília, minha irmã mais nova, iria ficar amarradona, mas isso seria como estabelecer algo mais sério com Mad.

Duas verdades, uma mentiraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora