Na madrugada daquela noite, depois do jantar com o capitão, Mikasa não conseguia dormir, afinal tudo estava mudando e mesmo que ela continuasse gostando de Eren, agora, ela iria casar com Levi a pessoa que Eren tinha um grande respeito.
Ela também tem respeito por ele, mas preferia fingir que não se dava bem do que passarem a serem amigos, ela odiaria ser apenas amiga.
Cansada desses pensamentos, Mikasa resolveu fazer um chá, no caminho para a cozinha observou o Rivaille dormindo encolhido no sofá e após um minuto pensando no porque dele está encolhido, ela volta para o quarto e pega uma coberta e joga cuidadosamente sobre ele que se remexeu após ser coberto, sorriu com a cena, voltando a caminhar para então fazer o chá.
Depois de ficar pronto, regressou e percebeu que o Ackerman estava na janela admirando a neve cair.
Sabia que estava sendo observado por ela com aquele olhar de curiosidade, mas Levi preferiu aproveitar e assistir a neve cair, afinal isso é praticamente uma tradição dele e por isso fazia sempre questão de assistir.
— Fiz chá. - Disse, após perceber que não conseguiria tirar o homem da janela. — Quer um pouco?
— Aceito. - Disse ainda com o olhar na janela. — Está com insônia?
— Não. - Entregou a xícara para ele. — Estou apenas pensando nos acontecimentos dessas últimas horas, tudo virou de cabeça para baixo. - Ficou em pé do lado dele.
Levi engoliu em seco e olhou para a mulher ao seu lado.
— Ackerman, se está querendo voltar atrás, apenas faça. - Virou para ela. — Ainda tens tempo para recusar a proposta do Arlert.
— Eu acho que você não entendeu direito. Rivaille, eu não vejo problema em casar com você, mas é difícil acreditar que iremos casar, entende?
Estavam se encarando como há anos atrás quando ambos viviam se encontrando durante a noite por conta da ansiedade ou por apenas precisarem tomar um chá e terem um momento de paz.
— Mikasa, vai realmente conseguir me aturar? - Indagou admirando a face séria da morena e fixando o olhar nos lábios dela.
— E você?
Levi sorriu ladino e desistiu de seguir com sua tradição, sentou no sofá e sinalizou para que ela o fizesse companhia.
— Você sabe o que um casamento significa? - Indagou,percebendo a vergonha da mulher que sempre julgou a mais fria de todas.
— Sim. - Respondeu simples. — Eu não vou voltar atrás, vai ter que se conformar que agora tu és meu. - Endireitou a pose e conseguiu um sorriso ladino do homem mais frio que conheceu.
E a noite continuou assim, com eles trocando farpas e respondendo perguntas com outras perguntas.
E quando o dia amanheceu o Ackerman decidiu voltar para a casa e sem avisar a noiva. No caminho acabou encontrando Connie e o mesmo parecia triste.
Enfim, Levi o obrigou a tomar café da manhã consigo para conversarem.
— Por que não conta para os seus amigos como se sente? - Indagou pois sabia que Springer guarda tudo para si.
— Porque todos nós queremos essa aliança, então, é meu dever como um soldado acatar as ordens do comandante. - Respondeu triste, mas conformado.
— Ainda assim é ruim ordenar você a fazer a segurança daqueles dois. - Comentou e odiou aquele silêncio como resposta. — Connie, você foi um dos que mais perdeu de todos aqui e isso é indiscutível. Então, vá atrás do Arlert e o faça entender que ele jamais aceitaria trabalhar com quem matou as pessoas que ele amou. - Disse, um pouco amargurado, mesmo sabendo que era verdade.
Springer encarou o capitão.
— Eles vão saber que eu sou fraco.
— Eles vão entender que você não quer cuidar das pessoas que mataram a sua família. - Disse, sério e calmo. — E todos sabemos que você é forte!
— Quando você matou o Zeke, se sentiu bem por ter vingado a morte de todos e principalmente a do falecido comandante Erwin, não é mesmo?
— Matar alguém não é revigorante, mas eu me senti bem por finalmente ter conseguido cumprir com a minha promessa! - Revelou. — Aliás, eu matar os meus inimigos sem pensar duas vezes, é o motivo que faz vocês me chamarem de monstro. Então, Springer, não queira vingança pois é uma solidão absurda que sentimos depois de concluí-la.
Connie engoliu em seco, apesar da expressão séria era possível enxergar a dor e o vazio nos olhos do capitão.
— Então, eu devo me afastar? - Indagou cabisbaixo
— Apenas do que lhe faz mal.
Levi devolveu o copo para a bandeja e nesse momento sem saber como, Connie podia jurar que viu um espectro de sua amiga Sasha roubar um pão e também, concordar com o Rivaille.
E por conta disso, o Springer sorriu e levantou.
— Entendi. Obrigado capitão e eu farei isso. - Estendeu a mão para o Ackerman que a segurou com firmeza. — Tenha um bom dia e até mais.
Após a saída do Springer, o Rivaille decidiu tomar um banho afinal ele sentia que precisava.
Terminou o banho e saiu do banheiro com a toalha cobrindo-o da cintura para baixo e com seus cabelos molhados seguiu um pouco desconfortável para o quarto, pegou uma calça e uma camisa deixando de lado a roupa íntima pois iria passar a manhã lendo e não queria pressionar o pênis, afinal ele seria a arma para concluir o plano de restauração inventado pelo Arlert.
E mesmo sendo cedo, alguém bateu em sua porta e por querer estar sozinho, ele optou por fingir que não estava. Contudo as batidas infernais continuaram atrapalhando o foco na leitura.
— Eu sei que você está em casa, então abre a porta! - Disse, sem paciência.
Ao escutar aquela voz, Levi suspirou.
— Mikasa, que raios ela veio fazer aqui? - Disse, baixo para que apenas ele escutasse. Levantou e caminhou até a porta. — O que quer aqui? - Perguntou rude, e Mikasa revirou os olhos.
— Imbecil! Por que demorou tanto para me atender? - Indagou, entrando na casa e empurrando o dono da mesma.
— Porque eu queria sossego! Não conseguiu entender? - Indagou, sarcástico e por mais uma vez, observou aquele mesmo olhar de raiva que ela lançava para si durante os primeiro dias na Tropa. — O que você veio fazer aqui? E logo adianto que se for besteira, pode ir embora.
— Levi, aquele cara gentil que passou a noite comigo, ele está? - Perguntou sarcástica.
— Tsc. Me diz o que você quer?
Mikasa sorriu por fazê-lo perder a pose de durão.
— Decidi fazer compras. - Revelou e acabou recebendo uma careta dele. — E eu preciso da ajuda do meu noivo para carregar minhas muitas compras!
Assim ela conseguiu fazer Levi rir.
— Muito engraçado, meu amor. Mas agora, você já pode ir embora. - Apontou para a porta e no mesmo instante, Mikasa levantou e ficou na frente dele.
— Eu não estou pedindo, amor. - Sorriu deliciosamente diabólica. — Estou mandando! Então, ponha uma roupa decente que vamos juntos fazer as compras. - Ordenou puxando-o pela camisa.
— E se eu me recusar? - Perguntou segurando no pulso do braço que atracava sua camisa.
— Darei um jeito de sujar seu uniforme branco. Então querido, vá se vestir. - Soltou o pano mas não conseguiu sair de perto, afinal Levi a segurava.
— Maldita.. - Disse baixo e perto dos lábios dela que se esticaram mostrando um sorriso de vitória.
- É, vai ser divertido lhe dar ordens, capitão! - Pensou divertida enquanto via o mais velho seguir para o que julgou ser o quarto dele.
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Ackerman
Teen FictionArmin precisava garantir a paz em Paradis, e para isso precisava de bons soldados pois a ameaça dos titãs acabou, mas a ameaça do homem continua sobre eles. Então, o Arlert criou um plano após ler os cadernos da antiga comandante Hange Zoe. E para o...