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Vitória 💫

— A princesa vai subir ou tem que ajudar também? - Ouvi o Perigoso falar e eu revirei os olhos subindo na moto.

— A onde a gente vai? - Falei olhando pra ele pelo retrovisor. O filho da puta era um cheiroso, ele tava sem camisa, deixando suas tatuagens a mostra. O cara é quase um gibi, tem muita tatuagem.

— Jogo dos cara - Concordei com a cabeça, a onde a gente passava geral olhava

— Eles tão me olhando assim porque? - Perigoso deu de ombros e estacionou a moto lá. Desci e observei o lugar, era uma quadra normal, tinha muita gente.

— Vem ou - ele me chamou e eu segui ele. — Senta ai, não levanta pra nada. Só sai com a Maria ou com o Taz.

—  Sim senhor papai - Falei com deboche. E ele apenas me olhou e saiu andando e eu sentei do lado da Maria — Que horas que começa o jogo?

— Já já... Ala os meninos, eles vão jogar também... VAII PERIGOSO, MARCA PRA MIM SEU GOSTOSO - Ela gritou e eu ri com a cara que ele fez.

— Que sol é esse, senhor. - Falei me abanando e eu prendi meu cabelo em coque.

— Seja bem vinda a Rocinha - Ela riu e me deu uma coca. Essa maluca tirou isso da onde?

— Porra, tudo que eu queria - abri a mesma e levei até a boca, sentindo aquele líquido gostoso descer geladinha. — Aaai que delícia véi - Falei e bebi mais da coca.

— Tu já pensou em pegar meu irmão? - Cuspi a coca na hora — Ai garota, que nojo - Ela falou rindo. — Já até sei a resposta.

— Você não sabe de nada tá palhaça, eu só me assustei com a pergunta. - Falei limpando a boca.

— Então me responde Lindeza - Ela cruzou os braços com deboche.

— Não? - Respondi como se fosse óbvio e ela me olhou com mais deboche.

— Aham, Senta lá Cláudia - Arquieei a Sombrancelha.

— Gatinha, teu irmão é um gato? Sim pra caralho. Tem aquele corpo delícia? Tem! Mais nessa vida a gente tá em lado opostos, eu sou da Lei e ele fora, totalmente fora dela - Falei e ela tava meio assustada com minha sinceridade.

— E é o Fora da Lei que seu pai pediu pra te proteger - Ela piscou pra mim. — E pra Sentar não precisa de ter tua carteira de trabalho dizendo o que tu faz não princesa. - abri a boca sem saber o que responder. Ela tava certa talvez?

Que certa o que Brenda, te orienta que o cara é um traficante, nem olhar com outros olhos ele te olha. Se manca.

Meu subconsciente gritou e eu concordei mentalmente.

— Ficou sem resposta né? - Ela disse e riu e eu dei língua pra ela. — MEU AÇAÍ EM FOGUINHO! - Ela gritou pra um menino que tava passando de moto. — Amiga marca um 10 que eu já volto. - ela saiu correndo atrás do menino e eu ri olhando pra frente.

Ele me encarava de longe, encostei bebendo a minha coca encarando ele também.

Eles começaram a jogar e o time dos meninos já começaram ganhando. Tinha um grupo de meninas que faltavam tirar a roupa pra chamar mais atenção.

Minha boca tava quietinha, mais minha cara...

***

Os meninos ganharam de 7 a 2. Eles gritaram pra caralho, foi divertido até sair de casa.

Eles inventaram de fazer um churrasco aqui pra eles, eu ia subir e ficar no meu quarto. Mas ninguém deixou.

— Mais me diz Vi, o que você faz quando você não se sente corajosa pra enfrentar todos os perigos da tua profissão. - Ela perguntou e todos da mesa me olharam, desviei o olhar pra piscina.

— Ah... Eu finjo - Voltei a olhar — Tem dias que eu não quero levantar da cama. Quero só ficar deitada, mas eu penso "Po eu não cheguei aqui atoa". Dai eu levanto e finjo que tá tudo bem. - Sorri de lado bebendo minha latinha de Skol Beats

— E você largaria sua profissão por alguma coisa?

— Nunca, por nada! Tipo teria que ser um motivo muito foda pra me fazer desistir desse sonho, eu sonho com isso desde pequena, então pra eu larga tudo, tem que ser bagulho de vida ou morte mesmo. Eu cresci vendo meu pai combater o crime, e eu sempre quis fazer a mesma coisa que ele. Então... - Eu falando tudo isso com monte de traficante em volta. Que ironia não?

— Se você não fosse Policial tu ia ser o que? Tira a mão Taz porra! - Ela xingou ele por ter roubado carne do prato dela e eu ri.

— Sei lá... Escritora talvez - Falei dando de ombros.

— Tu tem quantos anos mina? - O tal de Foguinho me perguntou.

— 24 - Falei terminando com a Skol Beats e deixei em cima da mesa..

— Mó cara de criança, achei que tu tinha uns 19 - Ele falou me olhando

— Não só a cara, o tamanho também - O Taz se pronunciou. Se eu mandar tomar pra puta que pariu eu levo um tiro?

Destinos TraçadosWhere stories live. Discover now