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Vitória 💫

Acordei com a minha mãe me chamando, fingi que não ouvi e continuei de olhos fechados tentando voltar a dormir.

— Anda Vitória levanta, você tem médico - Ela falou abrindo as cortinas e eu tapei minha cara com o Edredom. - Levanta agora se não vou bater nessa tua bunda.

— Eu voltei até 12 anos quando mesmo? - Falei sentando na cama e me espreguicei. — Mãe pra que médico? Eu to bem.

— Claro que ta, um braço quebrado, um olho roxo, perna machucada. Super bem. - Ela falou com deboche e eu fiz cara de tédio. — Anda levanta! - Ela disse saindo do quarto.

Bufei não ia ter escolha mesmo, levantei indo até o banheiro e me olhei no espelho. Realmente eu tava acabadinha, meu olho tava roxo. Eu tinha vários cortes na boca e um corte no supercílio.

Tomei meu banho com todo o cuidado  já que eu tinha alguns ralados na perna, tinha algumas partes doloridas também o VG me deu umas porradas que deixou minha perna magoada.

Sai do banho e vesti minha roupa, minha não né? Da minha mãe. Vesti uma calça rasgada que ficou linda em mim até chegar na cintura que ficou grande, nada que um cadarço não resolva. Uma blusa lá preta, e um tênis lá.

O cabelo não deu pra dar um jeito porque né, como que penteia com uma mão. Amarrei de qualquer jeito e tava ótimo.

— Melhor que isso estraga - Falei dando de ombros e sai do quarto vendo minha mãe sentada na sala. — Pronto Miriam

— Ótimo, vamos - Ela disse se levantando.

— E meu café? - Ela negou me puxando pra fora de casa.

— Vai ir em Jejum - Olhei pra ela indignada e ela abriu a porta do carro. — Entra logo garota, me irrita não. - Entrei no carro e ela entrou também e ela deu partida pro hospital. Ai que palhaçada namoral.

Chegamos lá no consultório e eu fiz vários exames, mas o resultado só saia amanhã. A gente saiu do consultório e voltando pro carro

— Me deixa lá na Rocinha. - Falei mexendo no celular, tive que recuperar tudo de novo já que os meus dois, o pessoal e o de serviços foram quebrados.

— Rocinha? Porque? - Ela me olhou e depois olhou pra frente.

— Porque eu quero ver a Maria? E é melhor já que não posso comandar nenhuma operação, lá eu tô segura pelo menos. - Falei olhando pra janela. — E eu tenho que ver se eles sabem algo do Pau no cú do Terror.

— Aham... E seu coração filha?

— Ta batendo graças a Deus- Falei com a atenção no celular, eu sei a onde aquilo ia parar. Ela vivia tentando me jogar pra cima do Douglas... O que é uma ideia nojenta

— Vai fazendo graça, até a hora que eu te sentar a mão, palhaça - Ela disse me fazendo rir. — uma hora tu vai ter que se abrir pro Amor filhona.

— Que Amor o que mãe, tá doidona? Viaja não - Falei desviando o olhar pra frente. Amor... Essa é nova.

— Filha você não vai ficar imune ao amor pra sempre não.

— Acho que quem decide isso sou eu né? - Falei voltando a olhar.

— Isso é o que você acha, mas quando menos percebe já vai tá apaixonada... Se já não estiver..

— Mãe eu não to apaixonada no Perigoso! - Falei e ela me olhou com olhar de tipo "Te peguei" e eu percebi a merda que eu falei. — Olha... Sinceramente...

— Eu não falei nada, quem falou foi você. - Ela disse eu já pude ver a rocinha, ótimo graças a Deus. — Mas toma cuidado filha, vocês são opostos e opostos não se atraem.


Mãe eu não quero nada com o Perigoso, quero apenas que ele me ajude a acabar com o Terror. Apenas isso. - Falei tirando o cinto já. — Eu sei o que eu faço.

— Eu sei que sabe... Mas vocês já ficaram? - Ela parou o carro na barreira e me olhou.

— Tchau mãe, me liga quando tiver saindo. - Falei "pulando" pra fora do carro. Se eu ficasse aquele papo ia durar um tempão.

Andei até a barreira e o Taz tava conversando com os meninos.

— Taz? - Ele virou e se assustou de lever ao ver que era eu.

— Eai Major, passa a visão.

— Pode me levar lá na Maria - Falei e ele concordou com a cabeça.

— Vamo lá po. - ele subiu na moto e eu subi devagar e com cuidado pra não me fuder mais do que eu já tava.

Ele me levou até a casa dela, agradeci e desci da moto indo até a porta. Toquei a campainha e alguns minutos a porta abriu revelando a Vanessa.

— Oi Vanessa - Falei sorrindo e ela me puxou me abraçando.

— Menina... Tu ta bem cara, eu orei tanto pra você voltar. Vem entra - Ela me puxou pra dentro — Como você tá?

— Melhorando a cada dia né? - Sorri de lado — E a Maria? Cadê?

— Tá lá em cima limpando o teu antigo quarto vai lá. Ela tem novidades pra te contar. Vou fazer um bolo pra você - Ela beijou minha bochecha e saiu pra cozinha.

Subi as escadas devagar e fui até meu antigo quarto vendo ela sentada de costas mexendo no celular.

— Bonito Dona Maria Clara, invés de tá limpando o quarto tá mexendo no celular - Falei e ela se assustou e olhou pra trás. Assim que ela me olhou ela veio correndo me abraça — Calma Calma - Ri abraçando ela também.

— Caralho tu ta viva, ai meu Deus. - Ela disse me abraçando forte me causando um pouco de dor.

— Eu to e tô toda fudida também - Falei e ela me soltou

— Desculpas... Como você tá? Como tu saiu de lá? Onde você tava?

— Meu Deus calma, quanta pergunta.

— Vem senta ai e me conta tudo, enquanto eu arrumo o quarto - Ela me puxou e eu sentei na cama. — Vai conta. - comecei a contar tudo — QUE COBRA CANINANA - ela gritou na parte que eu falei da Ana me fazendo rir.

— Dai eu joguei o carro na água e fui parar em João Pessoa, uma mulher lá cuidou de mim e me ajudou a voltar pro Rio.

— Porra, que odio dessa Ana namoral mesmo - Concordei com a cabeça

— Tua mãe falou que tu tinha novidade pra contar... Fala ai - Ela me olhou sorrindo.

— Eu e o Taz começamos a ficar...

— Que legal gatinha, fico feliz por você. - Sorri encostando minhas costas na cabeceira.

— Perdi minha virgindade e agora... Eu to grávida - Abri a boca sem saber o que falar.

— Caralho... - Foi a única coisa que saiu e ela riu. - Bom... Que venha com saúde Clarinha. - Falei brincando com os botões da calça.

— Verdade, o Perigoso surtou menina - Ela disse se abaixando pra pegar algo debaixo da cama.

— Era de se esperar essa reação dele. - Falei e ela levantou com uma saca na mão.

— PUTA QUE PARIU - Ela gritou me fazendo olhar pra ela — Pelo visto não vai ser só eu que vou ter um bebê - Ela tirou uma caixa da sacola e eu ri.

— Para de brincadeira palhaça - Ela jogou a caixa no meu colo e eu peguei. Tava lacrada

Porra, nem fudendo que eu fiz isso... 

Destinos TraçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora