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Vitória 💫

Tirei a atenção do celular a olhando rápido, fiquei procurando no rosto dela expressão de riso, mas não tinha. Apenas de assustada.

— Que? - Falei sem entender e ela entrou no meu quarto vindo até mim.

— Ele vai ser pai Vi... O Perigoso. Tem uma menina lá na boca alegando que tá grávida dele, a barriga dela tá grandassa. Ela tá com a cara toda ralada e cheia de machucado que minha mãe disse - ela falou e eu senti meu peito queimar de novo. E uma sensação estranha passava no meu corpo — Vii fala alguma coisa. - Ela me balançou fazendo eu encarar ela.

— Quer que eu fale o que maria? Ele vai ser pai, ótimo. Felicidades a ele, criança é benção po - Ela fez uma cara estranha — Não me olha assim, eu não tenho nada com seu irmão, o que rolou ontem foi coisa da carne, sem sentimento menhum.

— Porra... Queria ter esse peito, se fosse eu, eu tava chorando igual maluca. - Ela falou rindo

— Depois de muitas experiências na vida a gente sabe separa o que afeta e não afeta mais. Só me abala aquilo que eu permito entende? - Falei voltando a atenção pro celular.

— Eu quero ser igual você quando crescer - Ela sorriu e eu sorri de lado — Vou lá embaixo pra saber mais coisa e venho te conta. - Ela me deu um beijo na bochecha e saiu do quarto e eu ri.

Meu subconsciente martelava toda hora a frase "Vai ser pai, vai ser pai". Meu peito ainda queimava um pouco, minha barriga doía de leve e parecia que tinha eletricidade percorrendo meu corpo me fazendo mexer os pés.

Balancei a cabeça tentando focar na Ana. Puta merda, a Ana!!

Voltei a atenção pro meu celular e voltei a ligar pra ela. Liguei várias vezes e ela não atendia, apenas chamava.Mandei várias mensagens e não chegava.

— Caralho Ana, atende essa merda. - Falei ligando mais uma vez enquanto eu tremia minha perna. Aquele barulho de chamando tava me incomodando muito...

Porra Ana a onde você tá?

***

Já era mais umas 19:00 e eu permanecia no quarto, a menina já tava aqui mais eu ainda não tinha visto.

Nem eu sabia porque não tinha descido ainda, talvez eu não consigo olhar na cara dela por causa de ontem. Mesmo que ela e o Perigoso não tenha nada (assim imagino eu) eu me sentia sei lá.

Eu transei com o pai do filho dela, não soa estranho?

Mais além disso, minha mente também estava presa na Ana. Eu passei a tarde inteira ligando e ela não me atendia. Eu realmente estou muito preocupada, nosso emprego já nos deu muitos inimigos, qualquer um podia ter pegado ela.

Mas o que não saia da minha mente é fato dela ter mentindo. Eu realmente não entendia porque ela disse que o Douglas foi com ela pra SP sendo que ele ficou aqui no Rio.

Meu celular fez Barulho de mensagem e eu peguei rapidamente achando que era a Ana. Mas não.

Whatsapp

Clarinha💕: vem comer!!! Minha mãe tá mandando.

- Tô sem fome gatinha.

Clarinha💕: Minha mãe disse que se você não vim agora, ela vai subir ai em cima e te puxa pelos cabelos kk

- *figurinha da menininha coreana*

Whatsapp

sai do quarto com o celular em mãos ainda mandando mensagem pra Ana, desci as escadas e vi a menina de costas pra mim sentada na na sala.

— Achei que ia ter que te puxar pelo cabelos - A Vanessa falou assim que eu entrei na cozinha — Vai, arruma ai. - Ela falou me dando o Prato e eu ri.

A comida da Vanessa era maravilhosa gente, por mim eu morava aqui só pela comida.

Fui até a mesa e arrumei meu prato  me sentando  com a Maria que fez cara de nojo e eu ri mandando beijo pra ela.

— Alana, vem comer. - A Vanessa falou e a menina levantou vindo na nossa direção.

Ca ra lho... A menina era muito linda. Tinha uma pele clara, um cabelo preto, tava com uma blusa de homem e uma calça de moletom, a barriga marcava direitinho na blusa. Eu chutaria uns 5 ou 6 meses.

Olhei pro seu rosto, ela tinha corte perto da boca. Um olho um pouco roxo, e um corte na bochecha. Gente? Que pessoa  doente é essa que bate em mulher grávida?

— Obrigada Dona Vanessa, eu rea..- Ela parou de falar assim que me viu, a menina paralisou no lugar me olhando.

— Alana? Que foi ? - A Vanessa perguntou balançando ela. E ela balançou a cabeça.

—... É... Eu... Não... Eu só não sabia que ela morava aqui - Ela disse meio nervosa e eu a olhei sem entender. — Você é uma policial não é? - Concordei com a cabeça — Eu via você na Tv, por isso me assustei eu... Não imaginava que você morasse com o Perigoso.

— Moro aqui temporariamente, por causa de alguns problemas - Falei a olhando, não senti verdade nas frases dela.

— Ah sim entendi. - Ela disse se sentando na mesa, ainda me encarando.

Foi bem desconfortável comer com ela me encarando, ela disfarçava e me olhava de novo. Não tava entendendo a dela.

— Garota solta esse celular - Ouvi a Maria falar — Perdi as contas de quantas vezes tu já pegou ele.

— Minha amiga ta desaparecida. Eu to preocupada. - Falei olhando o visor do celular de novo.

— Ela não ta em nenhuma missão?... - Neguei com a cabeça.

— Ela falou comigo ontem, mas minha mãe disse que ela tá desaparecida a uma semana. - Falei passando a mão no rosto.

— Como é nome dela mesmo. Anne?

— Ana - Falei e a morena se engasgou, fazendo a gente olhar pra ela.

— Calma menina - Disse a Vanessa batendo nas costas dela. Que puxou o ar se recuperando. — Tá melhor? - Ela Concordou em silêncio.

Ficou um silêncio muito estranho na mesa, que foi Interrompido por um barulho de celular.

Olhei pro Visor e o nome Aninha piscava. Atendi rapidamente.

I.D.L

— ANA - Gritei atendendo, fazendo as outras me olharem. Levantei rápido indo até a parte da piscina — Porra Ana, onde você tá?

Aninha 🧚‍♂️: Vi... - Ouvi ela falar de longe, a ligação tava horrível.. — Me aj...me ajuda

— ANA FALA A ONDE VOCÊ TÁ? - Gritei desesperada.

Aninha🧚‍♂️: Eu to... - A ligação chiou e eu não consegui entender.

— A onde Ana, fala caralho..

Pi..pi

F.D.L

— PORRA NÃO!! - Gritei retornar a ligação. Subi pra laje pra pegar mais área.

Retornei, Retornei e nada. Abaixei a cabeça sentindo as lágrimas rolarem...

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Alanna Ribeiro
23 anos

Alanna Ribeiro 23 anos

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