A Luz em Nós - 𝚂𝚝𝚎𝚕𝚕𝚊 & 𝚂𝚔𝚢.

Capítulo 8: Até o fim.

Prince Sky

 Sua mão estava fria entre meus dedos, como nunca antes estivera; sua respiração estava pesada, descompassada e cansada, totalmente esgotada; um sono avassalador a tomava de um forma como eu nunca havia visto antes; e o calor do sol havia sumido de seu corpo.

 Eu não podia perdê-la, não daquele jeito. Eu nunca iria me perdoar.

 Deixei Brendan encarregado de distrair os humanos locais, criando uma ilusão que aprendemos em Alfea, desviando a atenção enquanto eu cuidava daquele monstro no trocador.

 Limpei as feridas de Stella umas três vezes desde de manhã, o medo de que aquilo fosse infeccionar me dominava de tal forma.

 Para ser sincero, não lembro a última vez que comi, acho que foi no café da manhã, mas ainda bem que eu sempre tenho em mente que essa é a refeição mais importante do dia e caprichei.

 Batidas na porta me fizeram erguer a cabeça, identificando meu amigo de infância no momento em que ele passou pela mesma.

 -Eliminei o que restou da criatura, príncipe Sky - ele carregou a ironia, talvez tentando me fazer rir, mas não deu certo. - Aquele era um dos chatinhos, ein? Como ela conseguiu?

 Desviei a atenção, encontrando novamente Stella adormecida, agora mais tranquila que minutos atrás.

 Respirei fundo, deixando um beijo em seus cabelos dourados para me levantar e ir até o moreno, pegando uma pequena urna com cinzas de suas mãos.

 -Ela tem um poder incrível, Brendan, acredite, eu já senti.

 Coloquei o potinho dentro da minha mochila, eliminando qualquer evidência do reino das fadas do mundo dos humanos.

 Sorri quase imediatamente ao lembrar de quando a vi manuseando a magia da primeira vez. Foi algo tão incrível que eu tropecei, e só não cai de cara no chão porque Riven me segurou.

 Ainda mergulhado em memórias, olhei mais uma vez para a garota, o sono era dominante e eu daria tudo de mim para que a sua própria vontade de acordar fosse maior que qualquer dor que estivesse sentindo.

 Reparando minha aflição, o moreno alcançou meu ombro, o olhei, já encontrando um sorriso pacífico no rosto.

 -Eu solicitei uma enfermeira, como você pediu, ela já deve estar no hall. Vou conferir e já volto, ok? - Assenti, incapaz de falar muita coisa.

 Esperei até que o moreno saísse e peguei o celular, abrindo na conversa da Terra, e digitei com um nó na garganta:

 Terra, aqui é o Sky. Só tô mandando essa mensagem pra você saber que iremos voltar, e que, provavelmente, quando a Stella souber disso, ela vai me matar, mas...

 E eu não continuei, apaguei toda aquela merda. Eu não podia bater em retirada daquele jeito, meu pai jamais faria isso.

 Joguei o mesmo numa poltrona e me deitei cuidadosamente ao lado da loira, mas os ferimentos cobertos por gaze em suas costas não me deixaram seguir com o plano de abraçá-la.

 Quando eu lembrei dos seus gritos contidos de dor, dizendo o quanto aquilo ardia e que queria morrer para fazer passar, paralisei, me levantando novamente para me sentar na poltrona ao lado.

 Não muito tempo depois, uma jovem morena abriu a porta vestida de enfermeira e com uma mala de mão a tiracolo.

 -Boa tarde, senhor - ela disse, num sorriso tímido. - Brendan, preciso que você se retire.