04 - Mãe, A Mãe

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Abri a porta da minha casa com tudo e entrei sem nem querer saber. Em sua própria casa um homem era o rei!

Até que eu percebi que a dona Soomin tava em casa. Quando a rainha tá, a casa vira palácio e não tem mais espaço pro rei.

— Você quer quebrar a porta, menino? Vou te colocar pra trabalhar em uma construção, movendo tijolos, aí vai poder pagar uma nova.

— Mãe... Foi sem querer.

— Como se eu não conhecesse essa sua história de sem querer. — ela diz, ao parar de passar o aspirador no tapete.

Ela me olhou e eu sabia que ela sabia que não foi bem sem querer...

Felizmente, ou nem tanto assim, o foco dela já foi para outro lugar. O infeliz disso era ainda ser outra parte de mim.

— O que aconteceu com a tua roupa, Jimin? Antes ela era branca!

— Pois é, antes era... — murmurei enquanto passava nervosamente as mãos pela minha camiseta, tentando tirar a poeira.

Só espalhou mais e o que não manchou a blusa, caiu no chão.

Meleca.

— Chispa pro banheiro! — ela diz, franzido as sobrancelhas e quase separando as sílabas, tentando mostrar a seriedade da situação.

Como não sou bobo nem nada, corri que nem um renegado, até tropeçar na dobra do tapete.

— Mais juízo, Jimin. — mamãe diz ao segurar meu ombro, tentando impedir minha queda, mas quase caído junto.

— Meu Deus! eu não deixei você se machucar, mas parece que eu nem precisa ter tanto cuidado assim. Seu joelho tá roxo!

— Au, au! Mãe, não toca. — digo em lamúria ao ver ela examinando meu machucado. Eu poderia simplesmente falar que não tinha nenhum osso quebrado, mas ela não confiaria e diria precisar comprovar por si mesma.

Depois de cinco minutos de uma conversa super constrangedora da minha mãe querendo me ajudar no banho, pois tinha medo que eu caísse devido ao machucado, eu finalmente escapei pro banheiro, fechando rapidamente a porta atrás de mim.

Em alguns momentos essa mulher é superprotetora e em outros diz que vai me jogar no mato, pois os lobos conseguiriam me criar melhor do que ela e papai, já que pareço um cão desgovernado.

Como meu pai diria, mulheres são complicadas demais!

Joguei minhas roupas sujas no cesto perto da porta e logo entrei debaixo do chuveiro, esperando que a água me desse algum conforto.

As coisas aconteceram tão rápido que quase esqueci o que ocasionou tudo isso. Jeon Jungkook! Tudo era culpa dele, eu realmente não podia perdoá-lo, não importava se ele se ia se ajoelhar e rogar por perdão, eu não perdoaria!
Realmente não!

Tudo bem se tivéssemos apenas lutado, afinal, um homem precisa testar os limites para crescer! Bem, eu não entendia bem o que isso significava, mas meu pai vivia falando, então lutas ocasionais são perdoáveis. Mas ele zombou de mim. Não se pode fazer isso com o orgulho de um homem e por acaso, essa também era uma das frases de papai.

— Eu não perdoaria! —grito alto enquanto esfregava shampoo no cabelo. Precisava ter uma forte determinação. Afinal, quando chegasse segunda-feira, eu teria que ver o moleque de novo na escola e caso ele me oferecesse uma mordida do sanduíche de pasta de amendoim dele, eu, eu...

— Jimin? Tá tudo bem? — ouço uma batida na porta. — Você quer que eu entre?

— Nãoo!!!

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