Era cedinho quando todo mundo foi pro refeito comer. Tinha muitas crianças, mas ainda mais cadeiras.
Puxei o Jungkook pra sentar comigo e depois os monitores foram chamado cada fileira pra ir buscar o lanche.
— Obribada. — agradeci enquanto pegava meu pão, já mordiscando. Nem percebi que estava com tanta fome.
O instrutor Jung ao me ver comendo foi logo me parando, pensei que ele ia dizer pra eu comer só na mesa, mas ele colocou uma mão sobre a minha testa.
— Ah não meninos, vocês dois estão com uma carinha ruim. Sentiram algo estranho de noite? — o Sr. jung usava chapéu e uniforme verde dos escoteiros, igual nossa roupa de agora, só que com muitos mais bottons.
Jungkook e eu trocamos olhares.
— Só senti um pouco de sede... — contou e isso me fez acabar acrescentando.
— E um pouco de frio.
A cabeça do instrutor foi quase coberta pelo chapéu. — Eu devia ter checado a barraca de vocês. Da próxima vez caso sintam algo chamem um responsável, certo? — ele nos acompanhou até nossa mesa, até pensei que ia sentar conosco, o que seria um pouco estranho pelas mesas serem bem pequenas.
— Vou avisar os pais de vocês que estão meio malzinhos. Então tentem não fazer muito esforço agora, ok?
Jungkook concordou com a cabeça, como aqueles bonecos que tem a cabeça de mola e você encosta e eles se mexem.
— Só vamos comer Huyng! Tô com fome.
Mesmo tendo sido eu que falei, ele foi lá bagunçar o pouco cabelo de Jungkook. — Se quiserem repetir é só pedirem. Comam bem.
E assim, devoramoso lanche. Tava bom, não tanto quanto o da minha mãe, mas bom.
....
Jungkook não parava de bocejar, quase dormindo de pé, então não pude ficar mais feliz quando o carro do tio Jeon chegou. Ele ia nos levar pra casa.
Tentei correr pro carro preto, mas o Sr. Jeon não pareceu me ver e quando foi abrir a porta quase bateu em mim.
— Pai! — gritou Jungkook atrás de mim.
— O que foi? — Usava um terno e era bem alto, alto o bastante pra nem me ver ali na frente.
— Você quase machucou o Jimin. — Jungkook falou, agora totalmente acordado.
E assim fui notado. — Eu não te vi aí.
— Ba tudo bem. — eu tentei o desculpar, mas acabei espirrando nele.
— Uau. — ele se afastou de mim, antes de nos avaliar. — Estão doentes.
Trocamos olhares. Jungkook parecia receoso, então sobrou pra mim falar. — Só um pouquinho.
....
Entramos no carro as pressas e foi tudo muito confuso. Tinha duas cadeirinhas no carro, então eu sabia onde sentar, mas a história de onde estávamos indo era diferente.
— Esse não é o caminho pra casa. — sussurrei pro Jungkook.
Jungkook usou todo o seu fôlego de uma vez pra suspirar.
Então quem me respondeu foi o pai dele. — Estamos indo ao hospital.
Esbugalhei os olhos pro meu colega de cadeirinha, mas ele só balançou a cabeça. O que acabou me deixando só com a vontade de espirrar, espirrei três vezes antes de fungar.
Sr. Jeon acelerou o carro...
Olhei nervoso pro Jk. — Nós vamos morrer?
Nem ele soube me responder!
Segurei Hector com força e fiz o que minha mãe me ensinou quando pequeno.
Rezei um pouquinho.
...
O médico não parecia alarmado quando nos viu sendo carregados. Logo eu soube que era o pediatra do Jeon. Mas na hora eu sentia minhas forças indo embora, pensei que meu caso era coisa séria.
— Jimin está querendo dar febre e Jungkook um pouco desidratado, mas nada grave. — falou assim que tirou as luvas. — Você devia parar de se preocupar tanto.
— Eles pareciam mal. Tem certeza que é só isso? — e assim ele cutucou a cabeça do Jungkook de tudo que é lado, até pensei que ia quebrar. — O que você tá sentindo?
Jungkook suspirou de novo. — Tô bem pai, nem tô com gripe.
E assim o médico o olhou de novo, com os olhos quase fechando. — Não sentiu nenhuma falta de ar?
E assim que o Jungkook negou com a cabeça, eu concordei.
— Sabia. Você teve uma crise de asma?Eu disse pra sua mãe que esse acampamentos não seriam uma boa ideia. — o pai do Jungkook parecia bem preocupado.
E assim eu arregalei os olhos, o de ontem tinha sido asma! Eu nem percebi.
— Então termino aqui. A receita vai ser uma hora de nebulização pro Jungkook e descaso ao Jimin. Feito?
Jungkook imediatamente ficou com beicinho e por um momento eu pensei que o médico devia ter recomendado algo muito ruim.
Cutuquei Jungkook com o cotovelo. — O que é beu-nebulização. — até me enrolei pra falar.
— Uma chatice. — sussurrou pra mim.
— dói?
— Não...
— Então não reclama! — falei meio bravo, já tava me fazendo duvidar do médico e pior, ficar preocupado.
Quase me deitei na maca que tinha ali, mas sabia que logo íamos pra casa. Eu não gostava muito de hospitais também.
— Aqui, um pra cada. Lembrem-se de descansar e tomar bastante água. — o doutor pediatra nos deu um pirulito pra cada, assim como uma garrafinha decorada. Eu gostei bastante.
— Obrigada... — Jungkook falou e eu imitei, só que mais animado.
Quando saímos do hospital, eu estava de mãos dadas com o Jungkook.
— Tio, agora a gente vai pra casa né? Tô com saudades dos meus pais.
O pai do Jungkook abre a porta do carro pra entramos. — Vamos sim, Jimin.
NOTAS: acabou o cap, conhecemos o pai do Jungkook e digo, capítulo que vem vemos mais dele. Espero que não tenham ficado muito preocupados com as crianças, eles são bem fortes.
Se gostaram do capítulo não esqueçam de curtir. ❤️
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Fora dos padrões
Roman d'amourOnde o pequeno Jimine tem uma família um pouco fora dos padrões. Entre sua mãe, que preferia o deixar falar com pedras do que lhe dar um peixe e seu pai, que queria lhe ensinar marcenaria. Ele não teve alternativa. Para escapar dessa família que ti...