08 - Pai, O Marceneiro

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Quando bateu eu só lembro de correr loucamente pra fora da escola, só jogando o que tava na minha mesa na mochila e saindo feliz. Até me esqueci de esperar o Jungkook.

Mas depois que passei vinte minutos, sentado no ônibus, toda a minha alegria se foi e bateu um sono daqueles.

Soltei um grande bocejo. — Ainda falta muito?

— Muito. — afirma Jungkook, que fazia o dever de casa.

— Você não tá enjoado, não? — pergunto apoiando a cabeça no ombro dele.

— Não e não fala de novo, se não acontece. — disse enquanto rabiscava uma continha.

— Cê consegue ler sem óculos? — pergunto curioso.

— Claro que sim, Jimin! O caderno tá quase grudado na minha cara, não sou tão cego assim. —  resmungou, botando mais força no lápis.

— Vou te ajudar! Vou ler a questão pra ti. — ignorei tudo que ele falou e comecei a recitar palavra por palavra. Pois, como meu pai dizia, não é por não pedir ajuda que não se precisa.

E eu também gostava muito de ler, aprendi super rápido e minha professora disse que eu tinha uma ótima pronúncia. Isso que quer dizer que eu falo as palavras muito bem.

Jungkook resmungou um pouco sobre como eu devia em vez disso pegar meus próprios cadernos, mas logo cedeu, prestando atenção em tudo que eu falava.

Dez minutos ou algo assim depois, tínhamos terminado tudo. Sem nada pra fazer de novo, senti até saudades do Yoongi. Às vezes ele pegava ônibus conosco. Mas só quando parecia que ia chover ou que tava atrasado.

De resto ele vinha de bicicleta. Afinal, ficava mais perto da escola que nós.

Jin e Namjoon também moravam bem perto. Namjoon a só uns dois quarteirões da escola! Ele dizia que às vezes até dava pra ouvir o sinal.

Que inveja, não precisavam ficar tanto tempo no ônibus.

Bufei irritado, até que Jeon ofereceu. — Quer fazer briga de polegares?

Peguei a mão que ele estendeu. — Vou esmagar seus dedos até viraram purê de batata.

— Que ameaçador. — zombou enquanto quase amassava meu dedo.

Caramba! Ele tinha a mão maior que a minha. Tão injusto!

......

Corri para dentro de casa, lancei minha mochila no sofá e já fui clamando por comida. — Mãe, eu tô louco de fome. — quando não tive reposta, repeti. — Mãe?

Espiei a cozinha, mas não tinha ninguém. Nem nos quartos de cima, muito menos no escritório. Foi só quando eu tava na sala que eu levei um susto de um tapinha que deram no vídro do jardim.

Logo abri a porta e vi meu pai me olhando. — Jimin, tava te chamando.

Estranhei muito. — Você não tinha que tar trabalhando? E cadê a mamãe?

Ele soltou um suspiro sofredor. — Sempre soube que meu filho não se importava tanto comigo.

— Aí pai, também não precisa falar assim. — disse tentador voltar ao ponto, mas ele só balança a cabeça.

No final tive que abraçar ele. Caramba, hoje o dia tava tão meloso.

Depois de quase me esmagar, ele me diz tudo. — Acabou que o Sr. Kim precisou de mais tempo para juntar alguns papéis que estavam faltando. De qualquer jeito, fui liberado mais cedo. Quando cheguei não vi nem sinal da sua mãe.

Fora dos padrões Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ