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05 — Eu estou em choque, não morta

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05 Eu estou em choque, não morta

 Algumas crianças vêm de lares desestruturados. Lares desestruturados podem ser vistos de muitas maneiras... Podem vir junto com socos e chutes, podem deixar marcas aparentes em sua pele que demoram para cicatrizar e doem, marcas que te fazem escondê-las com blusas longas para não mostrar ao mundo. Às vezes não tem marcas físicas, mas as marcas que deixam em seu inconsciente são duplamente fortes e fazem tanto estrago quanto marcas em seu corpo. Às vezes não é intencional, às vezes quem cuida não sabe que está errado e o quanto isso prejudica o outro ao seu redor... Às vezes é. O comum entre eles é que você nunca tem vontade de voltar para casa. Algumas crianças vêm de lares estruturados, com pais que cuidam e prezam pela saúde de seu filho em primeiro lugar. Eles geralmente são muito ligados entre si, são amorosos e mesmo quando algo está errado, agem de forma clara para consertar. Eles são o tipo de lares que celebram os feriados, que montam árvores de Natal e colocam os presentes debaixo da árvore durante a madrugada. São os que levam as crianças fantasiadas para pegar doces no halloween e que contam histórias antes de dormir.

Madison veio de um lar estruturado.

Seus pais sempre foram seres familiares e sempre prezam por seus filhos mais do que eles mesmos. Eles levavam as crianças para passeios em parques, comprovam sorvetes e enquanto Danny e seu pai jogavam arremessos durante a tarde, Maddie sentava-se com a sua mãe e a ouvia contar histórias sobre sua época de universitária. Depois eles iam para casa e pediam pizza (mesmo quando sua mãe, Amber dizia que aquilo iria entupir as veias de todos eles). Eles assistiram a filmes (qualquer filme, seja romance clássico ou Harry Potter), e muitas vezes dormiam no sofá (seu pai sempre levava sua mãe para o quarto depois de todos dormirem, porque de jeito nenhum ele iria dormir no sofá).

A jovem cresceu com isso, com esses mimos e atenção de seus pais para si, então para ela era desumano que as outras pessoas não tivessem igual. Ela passou a apreciar momentos em que estava junto com sua família desde o início do primeiro ano, quando inventou de sair com os garotos mais velhos junto com seus amigos e viu seu pai com lágrimas nos olhos porque ela e seu irmão haviam negado uma noite de filmes; "Eles já estão crescendo", ele disse. E mesmo que o drama viesse de familia, ela entendeu que seu pai estava preocupado com a possibilidade dela e de Danny experimentarem sexo, e entre outras coisas.

Tão preocupado que ele lhes fez assistir um documentário sobre a epidemia das drogas e fez sua mãe lhe ensinar a colocar absorvente masculino em uma banana enquanto falava com Danny sobre doenças sexualmente transmissíveis e do porque existem camisinhas que tem gosto "não importa onde estiverem, se for encostar, que seja coberto".

Vergonhoso, mas importante.

E eram momentos como aquele que Maddie faria questão de guardar na memória, para que assim quando ela tivesse seus filhos, pudesse contar essas histórias.

𝐖𝐎𝐋𝐕𝐄𝐒, 𝐈𝐒𝐀𝐀𝐂 𝐋𝐀𝐇𝐄𝐘Onde as histórias ganham vida. Descobre agora