Tudo vai passar

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Valentino Moretti

A grama pinicava meus pés descalços,

O vento fazia um ruído em meus ouvidos e batia em meu peito nu, fazendo os pelos arrepiarem em uma sensação dolorosa.

A noite sendo iluminada pela lua cheia, de longe ouvia um corvo gritando, meus olhos nublados pelas lágrimas que não paravam de fluir como um maldito rio, parei enfrente as três lápides e respirei fundo,

Do lado esquerdo estava a lápide da minha mãe, do lado direito a lápide de meu pai,

No meio das duas uma nova lápide, uma que não estava aqui antes, nova, o mármore da lápide era tão novo que ainda brilhava,

Raika Mancini Meyer

Cai de joelhos encima da sepultura, cobri meu rosto com minhas mãos, o soluço rompeu vindo do coração e escapando de meus lábios, com a mão direita peguei um pouco de terra no chão e apertei entre meus dedos.

- Desculpa, desculpa, meu amor, desculpa!

A sensação de culpa me sufocava, as lembranças me arrebentava por dentro,

Sinto muito, mas ela foi a óbito!

Eu sentia como se algo estivesse empurrando meu peito, batendo forte contra mim, sentia um frio agonizante me abraçando. Antes que eu podesse me dá conta eu já estava gritando, meus gritos cortaram o silêncio absoluto do cemitério, ecoava por todo o lugar.

Eu chamava por ela, implorava por ela;

- RAIKA, RAIKA, RAIKAAAAA!!

Não vá, não me deixe.

Sonho of

Minha bochecha arde, abro os olhos e encaro a figura de Laís, minha empregada. O cano da minha arma estava posto na garganta dela, meu peito subia e descia rápido, o suor descia pelo V em minha calça moletom, escorrendo para dentro da minha cueca.

A garota estava olhando para mim com os olhos arregalados, ela fedia a pavor,

- O que você está fazendo?

Abaixo a arma tentando ainda arrancar a sensação ruim do meu peito

- O senhor estava gritando, eu entrei pensando que o senhor precisava de alguma coisa. Desculpa pelo tapa, mas foi a única forma que pensei em te acordar!

Passo a mão em minha barba já crescendo e levanto da cama, os olhos gulosos de Laís gruda em meu peito, ela abre levemente a boca quase babando encima do tapete.

- Desapareça da minha frente.

Vou até o banheiro, tiro a calça junto com a cueca e entro no chuveiro, levo a mão até meu peito na intenção de massagear e eliminar essa coisa ruim.

Tudo vai passar, hoje isso vai passar!

Encosto a testa no azulejo, tentando aquecer meu corpo que está frio mesmo com a camada de suor que cobria minha pele, ensaboou meu corpo e saio do chuveiro, enrolo uma toalha ao redor do meu quadril e saio do banheiro.

Caminho até meu closet, pego um terno de três peças todo preto, visto uma cueca box branca e depois o terno bem passado, escolho um sapato social de couro marrom e calço. Com um pouco de gel e um pente arrumo meus cabelos, coloco um relógio de ouro branco, meu anel com a pedra de rubi que indica a minha posição na máfia, passo perfume,

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