Ava, uma jovem entregue aos cuidados de sua tia desde os primeiros dias de vida, encontrou-se abandonada por essa figura maternal após quase quinze anos de convivência. Diante dessa traição, ela se vê obrigada a compartilhar sua vida com o irmão, Ro...
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AVA DESPERTOU DEPOIS de uma noite mal dormida no chão da sala, porém, mesmo desconfortável, era uma melhoria em relação ao banco frio em que se encontrava no início da noite.
Erguendo-se lentamente, ela abriu sua bolsa e retirou uma escova, pasta de dente e uma toalha, juntamente com as roupas que planejava usar. Direcionou-se ao banheiro, onde escovou os dentes e tomou um banho rápido. Vestiu-se ali mesmo, pois não havia muitas alternativas.
Ao sair do banheiro, deparou-se com Robby já acordado.
— Bom dia.— cumprimentou ele.
— O que há de bom?— ela respondeu com aspereza.
— Você vai ficar para assistir ao treino hoje, depois da escola?— indagou Robby.
— Não tenho nada mais interessante para fazer, então sim.— decidiu ela.
— Você já tem livros, cadernos e os materiais escolares necessários ou precisa comprar?— perguntou Robby, analisando-a atentamente.
— Aquela mulher se encarregou de providenciar tudo. Está tudo aqui.— Ava mostrou sua mochila.
— Tudo bem então. E... você vai à escola vestida assim?— questionou Robby, estudando sua vestimenta.
Ela vestia uma jaqueta de couro preta, com detalhes em zíper. Por baixo da jaqueta, usava uma camiseta de banda, com estampa vintage e um toque desgastado. Na parte de baixo, Ava optou por uma calça jeans preta justa, com rasgos estrategicamente posicionados. Complementando o conjunto, ela calçava botas de cano curto pretas.
— Tem algum problema com o meu estilo?— retrucou ela, apontando para si mesma.
— Deixa para lá.— ele revirou os olhos. — E como está o tornozelo?
— Ainda está um pouco machucado, mas bem melhor em comparação ao que estava ontem.— respondeu Ava.— eu já vou então, tchau.
— Tchau, boa aula.— Robby desejou meio sem jeito, sem saber exatamente como se despedir.
Ava esperava pacientemente o ônibus escolar, enquanto o vento frio soprava ao seu redor. O som distante de risadas e conversas dos estudantes preenchia o ar e finalmente, o ônibus chegou. Ela entrou no veículo sentindo o olhar penetrante de alguém em suas costas.
— 'Tá de sacanagem comigo!— ouviu uma voz cheia de desprezo reclamar. Ela virou-se e viu Anthony, sua dor de cabeça da noite anterior, lançando-lhe um olhar desdenhoso.
