Ava, uma jovem entregue aos cuidados de sua tia desde os primeiros dias de vida, encontrou-se abandonada por essa figura maternal após quase quinze anos de convivência. Diante dessa traição, ela se vê obrigada a compartilhar sua vida com o irmão, Ro...
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HAVIA UMA COISA QUE Ava descobrira nas poucas horas que passara na casa de Johnny: não havia um momento sequer em que ele não a fizesse rir. Seu jeito maluco, bruto e sem noção resultava em inúmeras gargalhadas. Era evidente que ele estava tentando ser uma pessoa melhor, e Ava sentia-se genuinamente feliz em ver que Robby agora tinha o pai que sempre desejou.
O alarme do celular de Ava começou a tocar de manhã bem cedo, interrompendo seu sono. Com um murmúrio de frustração por ter esquecido de desativá-lo, ela cobriu os ouvidos com o travesseiro.
— Desliga essa coisa!!— Johnny gritou do seu quarto.
Ava se levantou preguiçosamente e desligou o alarme. Ela e Robby estavam dividindo o mesmo quarto, já que só havia dois quartos na casa.
Ainda sonolenta, Ava se levantou da cama e acabou esbarrando em algumas paredes enquanto caminhava. Ao abrir o armário em busca do que comer no café da manhã, descobriu apenas alguns restos de cereal. Quando abriu a geladeira para pegar o leite, percebeu que não havia mais nenhum lá.
Era muito cedo, e a maioria dos mercados ainda não estariam funcionando naquele horário. Suspirando, vencida pela fome, Ava decidiu que iria caminhar pelas ruas em busca de algum estabelecimento aberto.
Ela pegou seus fones de ouvido e os colocou. Enquanto caminhava, chegou à famosa esquina onde havia visto Kenny pela primeira vez, dançando animadamente. Uma onda de nostalgia a envolveu. Ela o havia perdido.
— O que você está fazendo aqui? — uma voz a questionou por trás, fazendo-a se virar rapidamente.
Por coincidência ou ironia do destino, era Kenny, estava suado e vestido para correr, obviamente em sua caminhada matinal. Ele também usava fones de ouvido com fio, mas apenas um estava em uma de suas orelhas.
Ava suspirou e decidiu continuar sua caminhada, tentando evitar qualquer tipo de discussão aquela hora do dia.
— Pretende me ignorar agora? — ele perguntou, colocando-se à sua frente.
— Qual é a sua, Kenny? Sério, o que você quer? — ela indagou, arrando os próprios fones e guardando no bolso da jaqueta.
— Como você pôde começar a namorar ele? — Kenny questionou subitamente.
— Claro, é sobre isso que você quer falar. Não sobre o fato de você ter simplesmente me abandonado sem qualquer explicação, quando disse que nunca faria isso.— Ava retrucou, sentindo uma pontada de raiva.
