| Cinco |

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RECADO: OS CAPÍTULOS ANTERIORES FORAM ATUALIZADOS DEVIDO A UMA REVISÃO. SE QUISEREM RETORNAR A ELES PARA LER, FIQUEM A VONTADE! MAS É IMPORTANTE QUE RELEIAM POIS HÁ ALGUMAS INFORMAÇÕES QUE SOFRERAM MUDANÇAS!

Boa leitura ☺️

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Belle Edmond

Como eu havia previsto, as coisas deram certo na vinícola e eu pude fazer meu trabalho sem interrupções. Não vi ninguém da família de Nickolas, muito menos o próprio, o que me deixou aliviada.

Era início de noite quando finalmente chegamos em casa. A floricultura já estava fechada, mas as luzes do andar de cima estavam acesas, um sinal de que Daphne estava em casa com Remy.

— Vocês vão ficar para o jantar? — perguntei, me virando para Francis e Renè.

Os dois assentiram, quase como um reflexo. Ri enquanto pegava a minha bolsa dentro do carro e trancava a porta.

Era comum para mim a presença de Francis e Renè no jantar, logo, a noite seria agitada.

Entramos pela lateral da floricultura, onde uma escada nos levava ao andar de cima por um corredor. Já próximo da porta era possível ouvir a risada gostosa preencher a casa. Sorri de alivio ao ouvir aquele som que por tantas vezes me acalmava.

Abri a porta e exclamei um "cheguei!"

No mesmo instante a risadinha acabou, sendo substituída pelos passos pesadinhos e ligeiros vindo na minha direção.

— Mama! — Remy surgiu na curva entre a cozinha e a sala, exclamando meu nome enquanto corria na minha direção.

— Oi, meu amor! — Abri meus braços, jogando a bolsa que pendia para o chão e pegando em meus braços Remy.

Seu cheirinho me atingiu, assim como as mãozinhas gorduchas e macias, que apertavam as minhas bochechas.

Sorri feliz para o meu filho.

Mas esse sorriso não durou muito tempo. Remy olhou fundo nos meus olhos, agarrando meu rosto e exclamando um alto e bem claro:

— Vovó, a mamãe tá triste!

Remy ainda tropeçava em algumas palavras, mas aquela frase ele disse a perfeição. Tão perfeito quanto seu olhar afiado, como se pudesse enxergar dentro de mim o desespero que senti hoje.

Do medo que sinto quando o vejo me olhar daquela forma, assim como o pai.

— Não, meu amor. A mamãe não está triste — falei, abraçando-o forte.

Remy me encarou, e então começou a se balançar em meus braços, tentando sair do meu aperto.

— Vovó, ela tá mentindo! — exclamou ele.

Suspirei, e no instante, seguinte Daphne estava aparecendo na sala, segurando uma panela de forma ameaçadora.

— Eu te avisei — disse ela, pela milionésima vez em três anos.

— É um trabalho, apenas. Não vai acontecer novamente.

Eu me agarrava fortemente aquele pensamento. Eu não queria correr riscos. Já fora extremamente difícil me esconder nos últimos três anos.

E, como se duvidasse das minhas palavras, Daphne se virou para Francis e Renè, que por coincidência, tentavam conter a risada enquanto se jogavam no meu sofá.

Sob Os Vinhedos de Bordeaux #2 (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now