Weckleniffe

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Boa leitura ❤️

Duas passagens facilitaram a minha visão com a máscara, fitei o corpo vivo que se encontrava acorrentado às grossas e enferrujadas correntes de ferro. Sweet Dreams do Marilyn Manson invadia o ambiente fazendo aumentar cada vez mais minha sede por sangue... 

Era uma vingança, por todos aqueles que não podem sujar suas mãos. 

Girei o objeto pontiagudo que segurava, introduzindo com mais força. Dirigi o objeto até o abdômen. girei até que sentisse a maciez da ponta tocando algum órgão, arrancando fortes e ensurdecedores gemidos, o que era meu som favorito.

Some of them want to use you
(Alguns deles querem te usar)
Some of the them wanna get used by you
(Alguns deles querem ser usados por você)
Some of them want to abuse you
(Alguns deles querem abusar de você)
Some of them want to be abused
(Alguns deles querem ser abusados por você)

Logo após a entrada das batidas constantes e o som pesado da guitarra, esperei um instante, finalizei girando ainda mais o objeto e logo o tirando. Onde o sangue escorreu em liberdade, percorrendo o caminho dos definidos músculos.

Havia sangue em minhas mãos e meu coração batia descompassadamente. Cada gota que pingava por entre meus dedos era como se um pouco de minha dor fosse embora. Eu estava ofegante. Comecei a desabotoar minha camisa xadrez para esfregá-la em minhas mãos. Eu precisava me livrar desse sangue, desse maldito sangue que impregnava todo ambiente.

Assim que me limpei, senti alívio ao ver suas partes espalhadas por todo ambiente, eu sorria de satisfação e tudo começava a fazer sentido pra mim, eu estava saciado e calmo. Sentei-me no chão gélido e observei um pouco aquela cena, estava me vangloriando, eu precisava desse momento, só meu, afinal ninguém sabia e eu não podia compartilhar com ninguém e na real, nem sei se queria, queria todo o troféu para mim, todo orgulho pra mim, toda excitação para mim.

Ele queria dizer alguma coisa, murmurou algo, talvez quisesse pedir perdão, mas eu não permitia erros, perdoar é divino e eu estou longe disso.  Espero que queime no inferno, eu com toda certeza queimaria, mas não me preocupava, porque com certeza, minha mãe de onde estava, estaria orando por minha alma, talvez o seu Deus a escute, eu também não me importava se ele a escutava ou não, eu me preocupava em mandar almas imundas ao inferno, nasci para isso, viveria e morreria para isso e nada me faria pensar diferente.

– Game over – Sussurrei em excitação enquanto caminhava em direção ao som, deixando-o em último volume. Retirei a máscara que tanto me inundou meus ouvidos, senti meu pau pulsar, nada me dava mais excitado que observar minha presa se agonizar ao som de uma boa música.

I wanna use you
(Eu quero te usar)
And abuse you
(E te abusar)
I wanna know what's inside
(Eu quero saber o que tem dentro)

Esse estava demorando mais que o esperado. Levantei-me e me direcionei a mesinha de madeira maciça de tom escuro que havia ao lado esquerdo da cama, peguei um maço de cigarros que eu sempre deixava ali, o acendi e traguei o máximo que pude, até minha visão ficar turva e minha garganta arde. 

Gostava disso, ficar ali, ao lado dele, acariciando seus cabelos grisalhos macios, eu gostava quando eles agonizavam por longos minutos, me deixava excitado, ficava competindo comigo mesmo o momento em que eles desfaleceriam.

Movin' on, movin' on
(Mexa-se, mexa-se)
Movin' on, movin' on
(Mexa-se, mexa-se)
Movin' on, movin' on
(Mexa-se, mexa-se)
Movin' on!

Em um último jato de sangue, seus olhos se arregalaram para me ver e eu sorri em satisfação. Levantei-me e abri o guarda roupas que havia no quarto, peguei minha câmera Polaroid, que estava embrulhada em uma toalha guardada estrategicamente lá e então olhei para minha presa... Flashes dos últimos acontecimentos começaram a rondar minha cabeça como de costume. Isso me ajudava a não sentir remorso, como um subconsciente que te ajuda a superar uma perda.

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