justi The Beginning

306 60 9
                                    

Uma corrente de ar quente me bateu na cara quando abri a porta da instituição. Fiquei imediatamente aliviado. Mas a mudança da temperatura não mudou a minha vontade de ir trabalhar hoje.

Assim que entrei no corredor o vi no fundo do corredor, com dois guardas segurando os seus braços. Assim que os seus hipnotizantes olhos viram a minha figura, um pequeno sorriso apareceu nos seus lábios. Quando nos aproximamos ele piscou o olho, como se ele fosse um adolescente, não um criminoso desequilibrado.

– Olá Xiao. – Disse. O som da sua voz rouca me surpreendeu.

– Olá. – Murmurei com um sorriso forçado, me sentindo um pouco desconfortável.

Apressadamente fui para o escritório dos enfermeiros e lá encontrei Lily que me saudou com o seu sorriso amigável. Estava sentada atrás da sua secretária, com alguns papéis. Com pacientes sempre chegando e saindo e até mesmo morrendo. A papelada que ela tinha que preencher nunca mais acabava.

– Olá Lily. – Saudei-a.

– Estou tão contente por estar aqui! Pode ir buscar a Lyla e me trazer mais pensos da dispensa, ver o pé do Buck e depois voltar aqui rapidamente para me ajudar com a Marise?

– Tudo nessa ordem? – Perguntei, surpreso com o pedido dela, sem mencionar que ainda estava dormindo por ainda serem oito horas.

–Sim. Desculpe querido, estamos muito atarefados esta manhã.

– Não faz mal...

– Muito obrigada. – Disse Lily, parecendo aliviada por ter ajuda extra.

Fui até à dispensa a fim de tirar o que eu esperava serem os pensos certos. Passei por uma variedade de correntes e chicotes até chegar aos fornecimentos médicos, o que me fez estremecer. Era doentio, o que era feito aos pacientes. Eram constantemente chicoteados para obedecerem às ordens, às vezes, eram enjaulados como animais. Lobotomia também era feita, que é basicamente onde um médium martela um picador de gelo por trás dos olhos, para tentar atingir um certo nervo que é suposto acalmar e relaxar os pacientes.

A maior parte dos seus esforços para tentar dar-lhes alguma sanidade era útil, então agora era feito nos pacientes mais loucos; como castigo em vez de cirurgia. Ah, e como poderíamos esquecer da terapia de choques. Mandar correntes elétricas pelo corpo das pessoas para os sedar, ouvir gemidos insuportáveis dos pacientes, é uma prática que os médicos fazem. A meu ver, eles deviam ser tratados e curados da sua astúcia em vez de os empurrar ainda mais para a loucura. Os nossos castigos ficaram um pouco mais suportáveis do que nos anos 30 e 40.

Peguei no que precisava e saí dali. Depois de entregar os materiais à Lily, fui ver o Buck que não parava de sussurrar algo sobre demônios e o apocalipse. Consegui arrastar uma Lyla berrante e sedei-a, ajudando a Marise, que partiu a mão ao esmurrar uma parede de tijolo. Depois de uma hora de gritos e ossos sendo expostos, fiquei aliviado quando Lily me deixou ir para o almoço. Supervisionar era melhor do que eu estava fazendo momentos antes.

Suspirei quando deixei os choques horríveis para trás e me dirigi à cantina. Apesar do dia tão atarefado, o tempo estava passando depressa. O meu turno estava quase acabando. Quando cheguei, estava contente quando vi que uma mesa tinha sido empurrada no fim da cantina. Usei-a como uma cadeira. Parecia estar tudo normal, ou tão normal como as coisas eram aqui. Ninguém estava gritando, o que fez com que a minha dor de cabeça, que aumentou com os choros de Marise diminuísse.

Com este lugar triste e por vezes horroroso, a maior parte das pessoas se perguntavam porque é que eu não me despedia. Na verdade, havia muitas razões. A primeira era que eu, sempre fui curioso em relação à loucura. O tópico me intrigava. Era diferente e eu estava sempre curioso. Luís e Lily são ótimos colegas de trabalho. A Ariana era atraente e uma boa amiga minha. E, o trabalho é bem pago, então os prós são mais que os contras, então pensei em ficar durante algum tempo.

WeckleniffeWhere stories live. Discover now