Weckleniffe

The Killer

Point of view Xiao Zhan

Arrastei meu corpo através das salas mal iluminadas. Estava tão exausto, as teorias horripilantes de Erik tinham me mantido acordado até o meio da noite e com isso,minha mente estava cheia de suposições indetermináveis.

O que Eric havia me dito tinha total sentido. Yibo parecia estar sempre um passo à frente e parecia sempre saber o que estava subjacente e tinha elas em mãos. Até mesmo trancado na sua cela a maior parte do dia, ele sabia coisas. 

Ele tinha descoberto o porão muito rapidamente durante a tempestade. Além disso, ele parece aquele tipo de pessoa cuja mente é manipuladora. Ele podia de alguma maneira ter chantageado ou influenciado um guarda para lhe dar a chave, até podia estar trabalhando com Connor. Só a maneira de como falou naquele tom condescendente, como se tivesse algo que o fizesse parecer vilão. 

Todas estas coisas foram explicadas por Erik, quando veio me trazer a casa no fim do encontro, e todas as suas frases fazem sentido. Quanto mais ele falava, mais eu comecei a pensar que o assassino não era um empregado, de fato.

Mas depois de pensar sobre essas questões a metade da noite, ainda não caiu bem, algo estava errado. E não era nas teorias do Erik, mas no Yibo. Algo sobre toda esta situação simplesmente não estava certo. A minha intuição discutia com minha consciência. Parte de mim acreditava que era Yibo, outra parte sabia que não era.

Portanto agora, a minha mente estava em todo e em nenhum lado, tentando juntar todas as peças destes acontecimentos. Eu precisava de
respostas. Respostas sobre Cynthia,
respostas para saber o por quê do Luis está agindo de forma tão estranha, e respostas sobre o Yibo ser ou não o assassino. 

E qual a melhor pessoa para perguntar senão o próprio. Eu sabia que isto era provavelmente uma estupidez, porque ele poderia se direcionar a mim se soubesse que eu estava em cima dele. Mas de alguma maneira, eu não tinha medo. Por isso, entrei no refeitório e os meus olhos percorreram a divisão, tentando encontrar o garoto pálido com os lábios deliciosos. Mas eu não encontrei nada. Apenas os desvairados corpos dos outros pacientes.

Me sentei na mesa que tinha se tornado oficialmente nossa, deitando a minha cabeça nos meus braços e deixando os meus olhos fecharem. Para pôr a minha mente afastada, pensei na última noite e na expressão preocupada do Erik quando explicou suas ideias. Quando saímos, fiquei aliviado de ver que não havia mais nenhum perseguidor atrás de nós. Pensei também no abraço entre mim e Erik depois de me deixar, me lembrando assim do seu perfume de canela.

Com estes pensamentos calmos, levou apenas um minuto para eu adormecer e ficar num estado de sonolência. Eu estava quase indo, até que a minha cabeça se levantou quando ouvi alguém se aproximando.

– Cynthia... – A voz rouca do Yibo, me fez retirar do meu estado de sono. – Cynthia Porter.  – As suas sobrancelhas escura ficaram juntas em pensamento, quando ele puxou uma cadeira para o meu lado.

– Sim? – Perguntei, esfregando os olhos. – O que é que tem? – Pisquei os olhos algumas vezes na tentativa de me acordar, enquanto olhava para o Yibo com expectativa.

E enquanto os meus olhos percorreram a sua figura, eu poderia jurar que ele ficava ainda mais atraente a cada segundo. Quando mais se olhava para ele, mais me seduzia para o seu mundo escuro e me fazia nunca mais querer sair. Sua pele ainda estava lisa e pálida, já que não via o sol à meses. O seu cabelo estava desarrumado dando um ar ainda mais sexy.

– Me diga novamente como ela se parece. – Disse ele.

– Cabelo loiro escuro, cerca de trinta anos, olhos castanhos. Por quê?

Yibo olhou sério para mim, parecendo perdido em pensamentos.

– Eu acho que me lembro dela.

Aquilo me acordou.