Weckleniffe

A Freak

Point of view Xiao Zhan

As ruas se resumiam à neve forte que caía do céu abundantemente e com grande velocidade. Andei, tremendo, enquanto agarrava o meu casaco com força e contava os segundos para estar finalmente em minha casa e na minha cama quente. O dia tinha sido longo e a minha dor de cabeça voltou. Quando eu estava prestes a acelerar o passo, ouvi alguém chamar meu nome.

– Xiao! Ei Xiao, espera!

Me virei para descobrir o mistério e encontrei meu colega de trabalho Erik à minha frente. Ele era do meu trabalho, tinha olhos castanhos, era bonito, tinha um corpo bem malhado e cerca de 24 anos.

– Oh, oi Erik. O que traz aqui? – Perguntei.

– Costumo vir por aqui para pegar o trem para casa. E você?

– A minha casa fica apenas a alguns quarteirões daqui. Eu costumo vir por aqui a pé.

– Oh, bom. Se quiser podemos começar a vir juntos. – Disse ele, mostrando-me um sorriso bonito.

Erik sempre pareceu um pouco estranho pra de mim.

– Sim, pode ser. – Disse enquanto começamos a caminhar na direção da minha casa.

íamos próximos o suficiente para os nossos ombros roçarem um pouco. Erik era uma das pessoas que estavam na cantina logo cedo, e devido aos seus olhares anteriores, eu estava à espera que ele me questionasse sobre a minha conversa com Yibo. Felizmente, não o fez.

– Então, você começou a trabalhar em Weckleniffe à pouco tempo e a Sra. Jude já gosta de você. – Disse Erik. – Eu achava que ela não conseguia gostar de ninguém.

– Ei, não fique tão surpreendido Acontece que sou uma pessoa muito simpática.- Falei em um tom simpático.

Erik riu, e foi um dos risos mais bonitos que já ouvi.

– O que te faz pensar que ela gosta de mim? – Perguntei.

– Não sei. – Disse ele, enquanto a sua respiração formava um caminho branco transparente contra o ar frio. – Talvez ela não goste de você. Talvez ela só te odeie um pouco menos do que odeia aos outros.

– Devo considerar isso um elogio? – Perguntei.

– Sim, suponho que seja um elogio. – Ele disse, rindo.

A conversa foi toda de risos e sorrisos e isso me fez decidir gosta de Erik. Ele era simpático e agradável.

O ar fresco e os flocos de neve estavam caindo na minha pele, me fazendo tremer sobre o céu escuro.

– Está com frio? – Perguntou ele.

– Eu estou bem. – Menti.

– Toma o meu casaco. – Ofereceu, enquanto começava a se despir.

– Mas assim você vai ficar com frio! – Protestei.

– Eu consigo lidar com isso. – Disse pendurando a roupa nos meus ombros. 

Desisti e me deixei aquecer nas suas peças. Quando o olhei, ele estava tremendo. Me senti culpado.

– Toma. – Disse-lhe. 

Ele esticou o casaco de modo a caber em torno de ambos os nossos ombros, trazendo-nos juntos. Ambos estávamos quentes. Após caminharmos em silêncio, não um silêncio constrangedor, mas um silêncio reconfortante, Erik falou.

– Bem, a estação é aqui. Parece que vamos nos separar. – Ele sorriu.

– Tudo bem. Te vejo amanhã. Oh, aqui está o teu casaco.