Capítulo 19 - Curva-se

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IVAN PETROV
Atlanta, Georgia

Eu sabia que havia grande chances de dar errado, tinha em minha mente de que poderia não voltar para casa, mas só me dei conta do quão seria difícil sair dessa situação quando estacionei meu carro no local planejado e vi que meu contato não estava sozinho.

Após um longo e-mail para meu notebook, um que eu espero que Zarina veja. Sem qualquer reforço, como foi combinado, eu estava sozinho com uma arma no coldre e duas facas na panturrilha. Era apenas eu e eu, abri a porta do carro.

Assim que desci do meu veículo todas as outras portas foram abertas, agentes do FBI desceram correndo, se ajoelhando atrás dos carro e apontando suas armas de longa distância para mim, olhando para cima do velho edifício de quatro andares, mais homens apontando suas armas para mim.

- Você não é um homem de palavra, Joseph. - Eu ri, colocando meus braços para trás, observando todos eles.

- Quer falar sobre ser um bom homem? - Meu até contato rebateu.

- Nunca disse que eu ou você eramos bons homens, mas eu certamente sei cumprir com minha palavra - Eu sorria - Minha honra vale mais do que a sua.

- Você é um homem morto, Dyavol. - Ele riu puxando sua arma do coldre, ainda a apontando para o chão ao invés de mim.

- A morte não me assusta - Eu sorri caminhando até parar em frente de Joseph, o pequeno ratinho.

Mas ao proferir minha frase, um pensamento invadiu minha mente, a morte realmente não me assustava, mas pensar que nunca mais veria moy Koroleva... isso sim me assustou. De qualquer forma, meu rosto não demonstrou qualquer reação.

- Se ajoelhe. - Ele falou

- Eu não me ajoelho perante a ninguém. - Falei calmo, apoiando minhas mãos para trás, ele ergueu sua arma até meu rosto.

- De joelhos! - Ele gritou

- Terá que atirar em minha perna, nunca conseguirá isso de boa fé. - Meu sorriso se aumentou quando vi que a mão do homem tremia ao segurar a arma

- Eu estou com o dedo no gatilho, a arma não está travada. - Ele me informava, tentando me intimidar mas só parecia uma criança birrenta - Tudo o que preciso fazer é descarregar as balas em sua cabeça.

- Então puxe o gatilho - Eu sabia que ele não puxaria, e como eu esperava, ele não puxou

- O que...? - ele perguntava, fazendo sua arma vacilar e cair de meu rosto para o meu peito

- Puxe o gatilho! - eu gritei, fazendo os outros homens pararem de me encarar para olhar para seu superior.

- Dyavol... - Ele falou como se finalmente entendesse com quem está lidando

- Puxe logo a porra do gatilho! - eu gritei mais alto, dando um passo para frente e fazendo a arma ser pressionada em meu peito - Nem isso você consegue fazer, você é fraco, sem caráter e um rato imundo que um dia prometeu lealdade a mim, eu que protegi suas filhas de pessoas ruins. - Eu falava baixo e em um tom mortal, enquanto ele tinha os olhos arregalados - Se não quer que eu te mate assim que sair dessa situação, puxe o gatilho.

ZARINA PETROV
Moscou, Rússia - três dias mais tarde

- Aonde está indo, gatinha - Esbarro em Lucca assim que saio de casa.

- Vou me encontrar com Yennifer para almoçar. - Um sorriso malicioso cruzou meus lábios - Quer vir?

- Vão comer o que exatamente? - ele riu, tentando realmente fingir que se interessava pela comida.

- Que tal... você ir com a gente e decidimos no caminho? - Eu sugeri

- Só porquê estou com fome.

- Claro... - Eu sorria enquanto entrava no carro - Mas eu dirijo.

Fomos até a casa de Yennifer no mesmo carro que usei da outra vez, tomei o carro como meu, acho que ele combina mais comigo de qualquer forma e dúvido que Ivan se importaria se estivesse presente.

Ivan... só o pensamento me dá um frio na barriga, já faz três dias desde que ele mandou o e-mail e ainda não voltou, e pelo que sei... Gabriel não tem qualquer informação sobre ele, mas minhas engrenagens já estavam funcionando, eu estava seriamente pensando em um jeito para descobrir o que estava acontecendo.

- Oi amor... - Yennifer disse beijando a bochecha do Lucca pela janela, que revirava os olhos, a cena me tirou de meus pensamentos - Oi, Zah. - Ela disse após sentar no banco de trás.

- Oi - Eu sorria. - O lucca quer muito saber o que iremos comer. - Eu ri enquanto tirava o carro do acostamento, voltando a dirigir.

Da última vez que estive com os dois juntos, soube muita coisa. Eles, Aparentemente, tiveram um caso de alguns meses até Yennifer se mudar para Los Angeles, aonde terminou o caso deles e começou um novo relacionamento com um ator que ainda não fui informada quem é. Lucca ficou triste, eles eram bem jovens e o pobre garoto se machucou muito ao ver sua garota ir embora para fora do país - e depois disso - ele trancou seu coração.

Eu não tinha me dado conta até o momento, mas Lucca saia com muitas mulheres, pelo que eu pude presenciar em nossas pequenas conversas, porém, não repetia a dose com nenhuma delas, para que..  como ele diz "Não colocar sentimentos aonde só deve colocar o pau"

- Se ele quiser comer algo gostoso... - Ela começou, sendo cortada por meu cunhado

- Yennifer... - Ele avisou, enquanto ela deixava sua frase morrer.

- Tudo bem - A mesma ergueu seus braços em forma de rendição, me fazendo rir.

Será um dia divertido.

ZARINA PETROV
Moscou, Rússia - Mesmo dia, a noite

Meu dia foi incrível, nunca ri tanto igual quando vi Yennifer dar encima de lucca tão descaradamente, e o homem que até então é o garanhão, se sentia envergonhado a cada investida da garota.

Mas... agora que se fazia escuro, a casa em completo silêncio, as luzes de fora iluminando o quarto escuro e apenas eu em uma cama tão grande, não parecia tão divertido.

Meu peito se rasga com uma dor que eu não compreendo, lágrimas lavando meu rosto enquanto eu olho para o lado frio e vazio que Ivan deveria estar deitado.

Segurando uma blusa dele, abraçando o tecido contra meu peito, eu mordia meu lábio inferior impedindo que um grito saísse, fazendo os sentimentos aumentarem, me fazendo sufocar.

Cansada disso, me ajoelho na cama enquanto um grito rasga minha garganta, quando meu fôlego se perde eu caio deitada de lado na cama, cheirando a blusa do Ivan enquanto soluços saiam por minha garganta dolorida sem sequer conseguir me conter.

Eu só queria que ele estivesse aqui.

E assim, durmo. Cheirando o fraco perfume da blusa social preta, sentindo meus olhos inchados e não suportando o buraco em meu peito.

- Apenas volte para casa... - Sussurro para o vazio do quarto, antes de apagar, como se ele pudesse me ouvir.

Não compreendo, como posso me sentir tão fazia quando o conheço a tão pouco tempo?

Branco não, eu prefiro vermelho - Drakon's IOnde as histórias ganham vida. Descobre agora