CAPÍTULO 56

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Ela estava parada perto de uma mesa, alguns livros ali, mas sua atenção estava mesmo era no vestido azul claro de alças. Muito parecido com o que estava usando na noite em que os dois ficaram na varanda e cantou para ele.

Certo, Azriel. Foco.

Focar em quê, já era muito difícil de decidir.

Talvez você devesse começar falando alguma coisa.

Ela deve ter pensado o mesmo por conta do silêncio pesando entre eles. Azriel abriu a boca, ela fez o mesmo. Os dois tentaram dizer algo e não houve nada além de sons incoerentes que deveriam formar palavras, mas não formaram.

O encantador de sombras não sabe bem como aconteceu, se ela tinha chegado mais perto ou se ele havia caminhado até ela ou se os dois haviam se encontrado no meio do caminho. Mas estavam bem na frente um do outro agora. Ele podia ouvir a respiração dela e a ruiva com certeza podia ouvir a dele.

Ele a viu engoli seco, suas mãos coçaram para tocar ela. Para estarem de novo em volta da cintura e a puxarem para perto.

Az ergueu os olhos, os desviando dos lábios para fitar o azul-mar, sorrindo ao perceber que eles estavam focados na sua boca e mais escuros que o normal. Ela sentiu o olhar sobre si e o encarou. E, bem, foda-se. Ele não queria aquilo, ele precisava daquilo. Dela.

Só precisava saber se tinha permissão para isso. Ele podia sentir a vibração entre eles, podia sentir o cheiro enlouquecedor vindo dela, podia sentir a respiração quente sobre sua pele, mas ele queria autorização dela. Para ter certeza de que podia seguir com aquilo. Para ela ter certeza que nunca faria nada que ela não quisesse.

— Gwyn, eu... — ele se concentrou, buscando as palavras, mas ficava difícil completar o raciocínio com ela perto daquele jeito — Sobre o hoje mais cedo...

— Humrum.

Deuses no céu, como era difícil se concentrar com a boca dela a centímetros da sua. Foi impossível impedir suas mãos de buscarem contato, os dedos passeando pelo braço apenas, mas o suficiente para ele sentir a corrente elétrica passar entre seus corpos. Gwyn pareceu fazer um esforço para manter os olhos abertos e ele quase choramingou diante da tortura que ele próprio estava se submetendo.

— O que queria dizer — seu rosto ficou mais perto do dela, sua voz estava mais grave até os próprios ouvidos — Quero dizer — as mãos dele desceram pelo braço sentindo a pele se arrepiar e acabaram ao redor da cintura — Gwyn... — a puxou um pouco mais para perto, fechando os olhos ao sentir o calor da respiração perto demais — Merda, eu só queria...

Azriel parou de falar quando sentiu o toque, tão leve que o deixou meio desorientado. A boca dela grudou na sua com leveza, um toque tímido, mas que ainda transmitia desejo. Ele correspondeu do mesmo modo, uma pena que durou só alguns segundos.

O Illyriano abriu os olhos para ver as bochechas coradas de Gwyn, os olhos azuis brilhando mesmo quando ela parecia se esforçar para conter a vermelhidão sob a pele. Ele sorriu. E ela se mexeu em seus braços quando começou a falar:

— Eu, Ahm, acho que entendi o que quer dizer, mas... — ele mordeu o lábio inferior, ele queria fazer aquilo — Será que pode só... Humm...

Az não deu tempo para que ela terminasse de falar e colocou a boca na dela de novo. Não tão leve dessa vez. Ele puxou o corpo dela para o mais perto possível, sentindo o tecido fino e sedoso do vestido roçar contra sua própria roupa.

Aprofundou ainda mais o beijo quando a sentiu mais leve, quando sentiu o suspiro que ela soltou em seus lábios e os moveu com mais urgência, sua língua deslizando devagar pelo lábio inferior dela, pedindo permissão para entrar, a boca de Gwyn se abriu quase que de imediato e ele deixou que sua língua explorasse aquela boca, passando pelos lábios e batendo de leve nos dentes antes de acariciar o céu da boca.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Where stories live. Discover now