39_ Amanhecer.

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ㅡ O que??? ㅡ Falei um pouco mais alto do que meu pai esperava, o que fez com que todos a mesa olhassem para nós confusos, menos Pedro. Ele riu. Meu pai forçou um sorriso amarelo para o tal homem e puxou o meu braço para a cozinha. 

ㅡ O que você está pensando? Não grite na frente daquele homem! Não quero que pense que vocês são... ㅡ Ele parou de falar, o que me fez cruzar os braços e arquear uma sobrancelha. 

ㅡ Somos o que? Escandalosos? Arruaceiros? Chantagistas? ㅡ O encarei sentindo o meu sangue ferver como a lava de um vulcão. 

ㅡ Perola, olha como fala. Eu sou seu pai! 

ㅡ Ultimamente não parece. Você não tem agido bem como um pai nos últimos dias, não para em casa, me chantageia para ser amiguinha da Jurema, disse pra mamãe que seu trabalho é mais importante que a gente e agora essa palhaçada com o Patrick??? O que quis dizer com aquilo?? Que vou ter que terminar com o Saulo e começar a sair com o Patrick só por causa desse seu trabalho horrível?? 

ㅡ Veja como quiser, mas a partir desse momento o Saulo não é mais seu namorado e você vai sair com o Patrick. ㅡ A cada palavra que meu pai dizia eu me perguntava o que havia acontecido com ele para ele ir de um pai normal para um tremendo idiota. 

ㅡ Er... tipo assim, você está se ouvindo? ㅡ Fiz uma careta. ㅡ Até onde vai chegar por causa desse trabalho estúpido?? 

ㅡ Até onde for preciso, e fim de papo. Não quero o Saulo aqui e não quero que saia com ele. Nem mensagens nem nada, que ele suma. ㅡ Meus olhos estavam arregalados e meu ódio gigantesco. Eu não queria nem continuar olhando para o meu pai naquele momento. ㅡ Se não me obedecer não sairá mais de casa para nada! 

Virei as costas para meu pai e passei pela sala de jantar segurando as lágrimas de raiva que faziam meus olhos arderem. Todos pareceram confusos com a minha reação e notei que Paulo fez menção de se levantar da cadeira para vir atrás de mim, mas meu pai o impediu. 

Sai na porta que dava para o jardim de fora da casa torcendo para que minhas tias não estivessem ali e permiti que as lágrimas jorrassem quando notei que estava sozinha. Eu estava possessa, indignada, furiosa. Queria enviar meu pai para o outro lado mundo numa viagem sem volta. Eu pensei que o que arruinaria minhas férias seria Jurema, mas acabou sendo o meu próprio pai. 

ㅡ Perola? ㅡ Ouvi a voz de Patrick atrás de mim e me virei o vendo com uma expressão preocupada para mim. Limpei as lágrimas na expectativa de que ele não tivesse notado.

ㅡ Não é uma boa hora, Patrick. ㅡ Engoli o choro e me virei ficando de costas para ele novamente.

ㅡ Eu sei, por isso... por isso eu vim ver como você estava. Eu sinto muito. ㅡ Franzi o cenho confusa com suas palavras e me virei para ele novamente.

ㅡ Sente muito por que? 

ㅡ Porque é sempre muito difícil terminar um relacionamento. ㅡ Sua resposta me deixou ainda mais confusa. 

ㅡ O que?

ㅡ O seu namoro com o Saulo. Seu pai disse ali na mesa que ele terminou com você e por isso você passou por nós daquele jeito. Pediu para eu ver se você estava legal, já que somos " amigos ".  ㅡ Eu não podia acreditar... 

ㅡ Eu to... ㅡ Furiosa, irada, por conta da vida. ㅡ Bem. ㅡ Respirei fundo. ㅡ Obrigada por se preocupar. 

ㅡ Não precisa agradecer, na verdade eu nem sabia que vocês estavam namorando. Da última vez que nos vimos você disse que eram só amigos.

ㅡ Porque éramos, mas... acabou acontecendo. ㅡ Respondi já meio sem paciência.

Patrick parecia ser alguém, realmente, muito legal. Nas vezes que nos encontramos ele demonstrou ser alguém incrível e agora eu podia ver a preocupação nos olhos dele para comigo, mas eu estava irritada demais com meu pai para ser educada e prestativa com alguém. Eu queria socar a cara de alguém, não responder educadamente.

As Regras do Amor Vol. 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora