1. Aquele da namorada falsa

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JENNIFER BROWN

Segunda-feira, 7h da manhã.

Acordo e me espreguiço aos poucos. Vejo que estou sozinha na cama de Bryan. Bufo me lembrando que hoje é segunda-feira e graças ao vizinho do meu namorado eu só consegui dormir às 4h da manhã. Me levanto, tomo um banho e me visto para o trabalho.

Ao entrar na cozinha, vejo Bryan apressado terminando de fechar dois sacos de papel. Ele me vê e corre até mim.

— Que bom que já está pronta, vou me atrasar pro trabalho - Ele diz me dando um selinho rápido - Fiz um lanche pra você também - Diz, me entregando o saco de papel

— Você é perfeito - Digo, roubando outro selinho - Vamos então

Eu e Bryan namoramos há dois anos. Ele é um "grande homem de negócios bem sucedido" (nas palavras da minha mãe) e em razão disso ele está sempre ocupado ou correndo.

Eu sou atriz, então estou sempre fazendo testes e audições em busca de um trabalho realmente bom, sem sorte por enquanto.

Ao contrário de mim, que moro em um flat pequeno e modesto, Bryan mora em um dos bairros mais ricos da cidade, em um apartamento gigantesco e luxuoso.

Obviamente nossas condições são diferentes, e isso costuma ser um problema porque eu odeio aceitar coisas dele e ele sabe disso. Além disso, não moramos juntos porque eu acho que é muito cedo pra isso, então apenas passo o fim de semana aqui.

— Vamos - Ele responde abrindo a porta.

Assim que pisamos no corredor, damos de cara com o tal vizinho de ontem a noite, que está igualmente fechando a porta de sua casa. O analiso dos pés à cabeça.

Ele está com aparência de banho recém tomado, vestido em um terno bem chique. Seu rosto cansado denuncia a festa de ontem a noite. Apesar disso, não consigo deixar de reparar novamente em sua beleza.

Ele aparenta ter cerca de 30 anos, tem uma pele bronzeada, cabelos castanhos penteados pra trás e uma barba rasa. Ok, estou morrendo de raiva dele, mas ele é obviamente muito atraente. Eu deveria me sentir mal por pensar isso ao lado do meu namorado?

O vizinho termina de fechar a porta e repara a nossa presença ao seu lado. Nossos olhares se cruzam, mas duvido que ele sequer se lembre de mim, de tão bêbado que estava.

Ele não nos dá sequer um bom dia e segue em frente, pegando o elevador sem segurar a porta pra nós, mesmo vendo que estamos nos aproximando.

— Qual é o problema dele? - Pergunto para Bryan

— Sei lá, esse cara é esquisito - Bryan diz dando de ombros - Na minha cabeça eu o chamo de O Vizinho Carrancudo

Solto uma gargalhada. Pelo menos não sou a única que reparou isso.

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WILLIAM CLARK

Segunda-feira, 19h da noite

Depois de um longo e estressante dia de trabalho, eu só queria me isolar e tomar um whisky para rebater a ressaca, mas infelizmente estou dirigindo até a casa dos meus pais que fica a algumas horas da cidade. É aniversário da minha mãe e se eu não fosse eles fariam picadinho de mim.

— Qual é cara, é só uma noite - Diego diz depois de ouvir a minha milésima reclamação

— Você sabe que odeio ir até lá - Digo bufando

Diego é meu melhor amigo desde a infância e sócio da minha empresa. Ele é uma das únicas pessoas que sabe sobre tudo da minha vida.

E ele sabe muito bem o porque eu odeio ir até lá: Há 2 anos atrás minha namorada literalmente me traiu com o meu irmão. Desde então eles estão juntos e ter que vê-los em qualquer evento da família é um inferno.

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Como esperado, ter que cumprimentar Hanna e Peter (minha ex e meu irmão) foi bem desconfortável. Um clima tenso se instalou no ambiente e minha mãe anunciou o jantar, para acabar com aquela tortura. Mas eu sabia que a tortura estava longe de acabar...

Na mesa estávamos eu, Diego, meu pai, minha mãe, Peter e Hanna. Só faltou Meggie, minha irmã mais nova, que está no colégio interno.

— Então Will... você virá no dia 12? - Meu irmão pergunta em um tom receoso - Eu realmente espero que venha, seria muito importante pra mim

— O que vai ter no dia 12? - Pergunto confuso

O barulho dos talheres da minha mãe caindo sobre o prato ecoa e todos na mesa me olham paralisados, com exceção de Diego que também não está entendendo nada.

— Nossa festa de casamento - Peter responde confuso - Bom, na verdade o início dela, vai durar a semana toda. Você não viu nosso anúncio no Instagram?

Eu o encaro paralisado. CASAMENTO?

Eu levo alguns segundos para entender aquilo. Hanna passará o resto da vida com o meu irmão. E eu terei que ver seu rosto pra sempre.

Esse maldito rosto que me encara com pena, assim como todo o resto da mesa.

Meu coração dói, mas acima de tudo sinto raiva. Estou cansado de ser tratado como o frágil Will que sofre até hoje com a droga da traição da namorada.

— Puta merda... - Diego exclama baixinho ao meu lado

— Oh Will... - Minha mãe diz com pesar em sua voz. Mas eu a interrompo antes que aquela situação fique ainda mais ridícula e humilhante.

— Eu não ando vendo muito as redes sociais - Digo, pigarreando - Mas que bom, fico muito feliz por vocês, parabéns... é claro que eu virei

Peter sorri nervoso e Hanna continua me encarando com um olhar de pena e medo misturados. Tenho certeza de que todos eles temem que eu tenha um surto, como aconteceu há 2 anos atrás. Mas eu só quero que pensem que não ligo mais pra tudo isso. Só quero paz.

Mas é claro que meu pai tinha que piorar ainda mais a situação fazendo as perguntas que sempre me faz...

— Então Will, você vai trazer alguém... uma acompanhante talvez? - Ele pergunta nada sutil

— Jerame! - Minha mãe o repreende - Pelo amor de Deus pare de incomodar o menino com essa história de namorada

Não namorei ninguém depois de Hanna e eles sabem muito bem que é porque não superei aquilo tudo ainda. Nem estou preparado pra nada sério depois daquele trauma. 

Além disso, qual é o problema de viver uma vida de solteiro feliz, sem preocupações? Eu tenho a mulher que eu quero na minha cama, na hora que eu quero... 

Olho pra Hanna novamente. Aquele maldito olhar de pena ainda presente em sua face. Meu sangue ferve de raiva.

Quer saber... foda-se.

— Na verdade eu trarei sim - Digo.

Todos se voltam para mim novamente, dessa vez surpresos.

— Estou namorando - Completo, dando um sorriso de lado

Meu pai sorri largamente e minha mãe solta um grito de felicidade enquanto Diego praticamente se engasga com a comida ao meu lado.

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— O que deu em você?? Ficou louco? - Diego exclama enquanto dirigimos de volta pra casa

— Cansei daquele olhar de pena da Hanna pra cima de mim. Quem ela pensa que é? - Digo irritado - Ela acha que não a superei até hoje, todos eles acham

— E com razão! - Diego diz e eu o fuzilo com os olhos - O que vai fazer agora? Você não tem uma namorada!

— Bom... tenho 1 semana para encontrar uma namorada, e você vai me ajudar

Ele solta uma risada, mas então percebe que estou falando sério e me encara perplexo. 


Oii anjoss, por favor, comentem o que estão achando e favoritem <3  

Perguntinha: pra quem está lendo pelo celular, o GIF da mídia no começo está aparecendo pra vocês? 

Namoro de Mentira (+18)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum